Estou magoado com um colega meu,
enquanto escrevo este prefácio. Tentei fazer o bem na sua diocese, desgastei-me
física e mentalmente durante cinco dias, falei a mais de 1.000.000 de pessoas
pelo rádio, falei pessoalmente a mais de 2.000 pessoas e, com pressão baixa,
quase caindo de cansaço, dei dois shows em seguida, para resolver o problema de
excesso de ingressos vendidos por cambistas sem escrúpulos, quase acabei no
hospital enquanto me consumia para servir os fiéis de sua cidade...- como
resultado leio num boletim por ele dirigido apenas a lacônica observação de
que;
1-
Eu
não estava num dos meus melhores dias, pois ficara doente...
2-
Apelei
para a dublagem, o que desagradou bastante aos fãs...
3-
O
show foi tumultuado pela vendagem excessiva de ingressos...
Nada
mais acrescentou. Quem o ler entenderá que meu trabalho foi apenas isso. Nunca
saberá do bem que foi feito e do comportamento maravilhoso do povo, das
orações, do silêncio, das alegrias, da partilha, dos gestos de igreja que
aconteceram naqueles dias. Não. Ele não foi bom para comigo. Acentuou três
aspectos negativos e ficou neles, quando havia mais de 100 aspectos
positivos...
Mas ele não tem culpa. Pensando bem,
somos todos assim. Quando não simpatizamos muito com uma pessoa, damos ênfase
aos possíveis fracassos e ignoramos seus sucessos ou seu lado bom. Eu mesmo
tenho enorme facilidade em elogiar meus amigos e as pessoas que admiro,
enquanto acho difícil falar do lado bom das pessoas de quem discordo ou que não
amo bastante...
Nós, seguidores de Jesus, gostamos
de posar de bons e honestos. Mas, em geral, somos bons só quando nos interessa
ser bons, e só com aqueles que nos despertam simpatia. Com os demais, somos
maus ou indiferentes...
NA VERDADE, NÃO SOMOS TÃO MAUS
QUANTO DIZEM QUE SOMOS, MAS ESTAMOS LONGE DE SER BONS QUANTO PENSAMOS SER...
Espero que este livro (A DIFÍCIL
ARTE DE SER BOM) seja franco e claro. Ser bom não é nem nunca foi fácil;- por
causa de nós mesmos e por causa dos outros. Quem sabe, falando de meus
tropeços, eu ajude outras pessoas a repensarem seu conceito de bondade. Não
façam como eu, que fiquei magoado porque alguém só viu o aspecto negativo de
minha luta por servir seus companheiros de igreja. Se eu fosse bom de fato,
teria protestado contra sua injustiça, sem ficar com raiva...
JÁ ACONTECEU ISSO COM VOCÊ?
COMENTÁRIO;-
este livro é para mim, livro de cabeceira. Ele me acalma – me ensina- me
acalenta- e me deixa mais sábia. Mais forte para enfrentar o povo que está
sempre com muitas pedras nas mãos. Obrigado padre.
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