segunda-feira, 1 de outubro de 2012

QUANDO O AMOR MATA O SOFRIMENTO


QUANDO O AMOR MATA O SOFRIMENTO.  F. BATTISTINI.

         Conheceram-se desde criança. Ambos eram de família simples, que acreditava e vivia os valores cristãos da família, como;- a fidelidade, a educação, a oração em comum, a Eucaristia como alimento fortificador do amor e da vida cristã.

         Durante o namoro planejaram a família que desejavam. E conseguiram. Em nove anos de casamento tiveram 3 filhas. Formavam um casal fantástico, quase irreal, pois a maneira de se amarem e de viverem a família contagiava a todos. Os jovens procuravam imitar o casal.

         Outros por inveja, faziam de tudo para destruir aquela família. Aconteceu assim.

         Uma moça que trabalhava na repartição da qual ele (o marido) era chefe, se deixou picar pelo verme da inveja e, de todas as formas, tentou destruir  aquele lar, tão maravilhoso e tão diferente.

         Passou a usar perfumes finíssimos e importados. Não deu certo! O chefe nem percebeu a diferença. Para atrair sua atenção, estudou outra forma, quando percebia que seu chefe devia passar na sua frente, de propósito, abria as pernas, colocando a mostra o que não devia. Também não deu certo! Ele nem ligava! Parecia estar noutro planeta.

         Cogitou outra forma para atrair a sua atenção. Depois de muito planejar, deu início a este (estratagema). Terminado o expediente daquele dia, em vez de sair, quis ficar mais um pouco em seu lugar.

         Fingindo, deu a entender que estava cheia de problemas, e muito triste, sem saber o que fazer. E começou a chorar, um choro forçado e fingido. Pronto! Acertou seu lado fraco. De fato, o seu chefe, logo aproximou-se e, todo primoroso e com interesse e delicadeza, quis saber o que havia.

         Ela começou a se queixar, fingindo;- NINGUEM ME ENTENDE, NIMGUEM TEM UM MINUTO DE ATENÇÃO POR MIM...

         E continuou choramingando daquele jeito, muito forçado. Coitado! Sem perceber, estava se metendo numa tremenda armadilha.

         Aproximou-se dela mais um pouco. Logicamente, a moça mostrou serenidade e mostrou sentir-se aliviada. Aproximou-se dela mais um pouco, logicamente, a moça mostrou serenidade e mostrou sentir-se aliviada.

         Aproximou-se dele, e sem mais nem menos, jogou-se em seus braços. Era aquilo que queria a muito tempo...Terminou dando-lhe um beijo.

         O coitado, meio perplexo, ficou tonto...

         De tão ingênuo que era, nem imaginava a malícia daquela moça... Logo, espontaneamente, se afastou dela. Despediram-se com um abraço bem educado. Três dias depois o fato se repetiu, o chefe da repartição, ingênuo demais, nem conseguia imaginar que estava sendo objeto de uma armadilha diabólica para destruir seu lar, a felicidade de sua esposa, de suas filhas, de todos.

         No entanto, a esposa, em casa, notou alguns indícios de (algo) que não combinava, eram indícios finíssimos e que indicavam (perigo).

         Por exemplo;- uma noite nos olhos do marido, notou uma certa vergonha de olhá-la de frente, outra vez notou que o marido, chegando em casa, foi dormir sem beijar as crianças. E isto era um caso bem sério.

         Por fim, e este sinal era o que mais a preocupava, percebeu nas roupas do marido o (rastro) de um perfume suavíssimo que ela não usava.

         A este ponto a dúvida começou a serpejar na alma da esposa, pensava ;- será? Mas logo, afastava o pensamento ruim, pois estava com medo de ofender seu marido, pela imaginação, foram dias e dias, de sofrimento muito profundo, e sem manifestá-lo.

         Este tipo de sofrimento, silencioso é o que mais fere, porque atinge o ponto mais sagrado e mais divino da pessoa que é o AMOR.

         Um dia o marido teve a bondade de ligar, avisando que chegaria mais tarde, sempre, alegava ele, por motivo de trabalho extraordinário.

         Quando chegou, a esposa estava esperando! Ele, murmurou uma boa noite, bem apressado, deu um beijo sem convicção, e foi direto para cama.

         Dali em diante as dúvidas, na alma da esposa, se avolumaram e, ao mesmo tempo, começou a colocar raízes, foi uma (turbulência), de pensamentos e de idéias ruins, que ela rechaçava energicamente, pois não queria e não podia pensar, naquilo que parecia evidente;- seu marido tinha uma amante.

         Foram dias de sofrimento muito requintado, muito profundo, que chegava bem no fundo da alma, roendo-a lentamente, porem nunca reclamou.

         Adotou um comportamento inusitado;- O SILÊNCIO.

         Era sua arma, aliás, seu segredo, para continuar a não perder a paz, e rezava muito. Aprendeu com sua mãe, que, por duas vezes, conseguiu salvar seu casamento, com o silêncio e a oração.

         Rezava o terço todos os dias e com as filhas de poucos aninhos, pois sabia que as preces das criancinhas, chegam direto ao coração de Deus.

         Com as filhas, nunca deixou transparecer, algumas dúvidas a respeito do marido, foram meses muito longos de um sofrimento muito intenso.

         Na segunda feira seguinte, o marido inusitadamente, ligou para avisar que chegaria em casa bem mais cedo e desejava que as crianças estivessem já dormindo.

         Pronto! Parecia ter chegado a hora da decisão! O coração dela batia mais forte e com mais rapidez. Parecia enlouquecido. A cabeça da mulher fervilhava de dúvidas, de imaginações absurdas e de pensamentos impossíveis.

         Mesmo assim, continuou no seu silêncio, muito construtivo, confiou em Deus que é amor por essência.

NOTA- O MARIDO MAIS TARDE CONFESSARÁ QUE FOI ESTE SILÊNCIO, QUE MAIS O INCOMODAVA, E MAIS DO QUE TUDO O AJUDOU A TOMAR A DECISÃO ACERTADA E JUSTA.

         A porta se abriu, ele ficou parado na soleira, parecia estar com medo de entrar, pois sentia uma vergonha tremenda.

         Teria gostado de desaparecer da face da terra! Não tendo coragem de olhar de frente a sua esposa e nem de entrar, caiu num choro convulsivo.

         Os lábios tremiam, tremiam tão rápidos e tão nervosos que não conseguia pronunciar palavra alguma. Escondeu seu rosto com as mãos.

         Finalmente, com muito esforço, conseguiu dizer;-

         PERDÃO.

         Sua esposa teve um momento de incerteza, mas logo compreendeu tudo. Aproximou-se lentamente e em silêncio, no entanto, as lagrimas continuavam generosas. Ele tentava abrir a boca e repetir a palavra, Perdão sem conseguir direito.

         Ela aproximando-se bem mais, e em silêncio, com a mão direita, e delicadamente, fechou-lhe os lábios.

         Em seguida, abraçou-o forte e suavemente como nunca tinha feito. Abraçado com ela, o marido entrou em casa, em silêncio!

         O sofrimento existe, muitas vezes, debaixo de um silêncio (virtuoso), há um sofrimento (finíssimo), daqueles que penetram na parte mais secreta da alma, onde a alma é amor, e faz sofrer sem que o sofrimento apareça.

         COMO AQUELA ESPADA QUE FERIU O CORAÇÃO DE MARIA...

         O perdão dado, da maneira como recebemos de Deus, é sinal gigante de amor muito grande, capaz de derrotar todo o tipo de sofrimento, o mais devastador que seja.

         Afinal, alguém, morreu na cruz perdoando os algozes!

         Este ato de perdão, foi a maior ação de amor do universo e nunca haverá outra igual ou maior.

         Nunca o homem se torna tão semelhante e tão amável a Deus, como quando sabe perdoar, da maneira de Jesus.

         NAQUELA FAMÍLIA O SOFRIMENTO E O PERIGO, FORAM DERROTADOS PELO AMOR.

O AMOR VERDADEIRO, SEMPRE É MAIS FORTE DO QUE A MORTE.

                                               AMEM.

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