terça-feira, 2 de maio de 2017

Oração;- Larrañaga. Senhora da Páscoa.



            Senhora da Páscoa, Senhora da sexta-feira e do domingo, Senhora da noite e da manhã, Senhora do silêncio e da cruz, Senhora do amor e da entrega, Senhora da palavra acolhida e da palavra dada,
Senhora da paz e da esperança,
            Senhora de todas as partidas, porque és a Senhora do trânsito, ou páscoa, escuta-nos!!!!
            Hoje queremos dizer-te muito obrigado, muito obrigado, Senhora, pelo Fiat, por tua completa disponibilidade de escrava,
            Por tua beleza e teu silêncio, pelo gozo de tuas sete espadas,
Pela dor de todas as tuas partidas que foram dando paz a tantas almas.
            Muito obrigado por teres ficado conosco apesar do tempo e das distâncias.
            Nossa Senhora da Reconciliação imagem e princípio da igreja,
Hoje deixamos em teu coração pobre, silencioso e disponível, esta igreja, peregrina da Páscoa.
            Uma igreja essencialmente missionária, fermento e alma da sociedade em que vivemos,
            Uma igreja que o Reino de Deus já chegou.
            Uma igreja de testemunhas autênticas, inserida na história dos homens, como presença salvadora do Senhor, fonte de paz, de alegria e de esperança.    Amém.


Oração;- Larrañaga;- súplica no cansaço;-


            Mãe, venho do tumulto da vida. O cansaço me invade todo o corpo e principalmente a alma.
            É tão difícil aceitar, em paz, o que acontece ao redor da gente durante um dia de trabalho e de luta... as coisas, em que tínhamos depositado tanta confiança, decepcionam.
            As pessoas, para quem queremos ser bondade, nos rejeitam. E as outras, a quem socorremos em uma necessidade, querem aproveitar-se.
            Por isso eu venho a ti, ó mãe, porque dentro de mim está uma criança insegura. Mas, junto a ti, sinto-me forte e confiante.
            Só de pensar que tenho uma mãe como tu, já me animo. Sinto-me apoiado em teu braço e guiado por tua mão. Assim eu posso, com tranqüilidade, continuar o caminho.

            Renova-me completamente para que eu consiga ver como a vida é bonita. Levanta-me para que eu possa caminhar sem medo. Dá-me tua mão para que eu acerte sempre meu caminho. Dá-me tua bênção para que minha presença seja, no meio do mundo, um sinal de tua bênção. Amém. 

Semente de Divindade;- Battistini.


            Como se alimenta a semente de divindade;- a semente de trigo para que possa dar fruto deve ser alimentada, regada e bem cuidada. Do contrário não dará fruto nenhum. O mesmo discurso deve ser a respeito da SEMENTE DE DIVINDADE OU DE FELICIDADE, que é a graça. Se não for alimentada, bem cuidada, não poderá dar nenhum fruto e poderá até morrer. Neste caso será a falência de todos os sonhos humano de felicidade.
            Primeiro alimento;- oração- orar significa agradecer a Deus pelo dom da vida natural e pelo dom da graça divina que é a vida sobrenatural;- quem agradece é digno de receber mais ainda;- quem sabe agradecer é bem educado, fino, é gente de verdade.
            Quem não agradece o que recebeu de graça é gente rude, ignorante, incivil, grosseira, e não é digna de receber mais nada;- quem não agradece se torna frio, gélido, ingrato, insensível;- MUITO ORGULHOSO.   ----------------------------------------------------------------------------
            Orar é adorar;- quem reza reconhece Deus como Senhor, Criador e Pai;- adorar significa isso mesmo;- reconhecer em Deus o único Criador do céu e da terra, o único Senhor, o único Pai;- adorar significa sentir a nossa total DEPENDÊNCIA dele no ser e na vida;- quando alguém vira seu rosto e seu coração para outras divindades INVENTADAS, está totalmente errado e Deus se irrita terrivelmente, isto é, Deus não gosta nem um pouco.  ------------------------------------------------------------------------------------------
            Orar é também pedir perdão de nossas faltas;- apesar de sermos filhos, todavia, podemos usar mal a nossa liberdade e podemos chegar até a ofender a Deus nosso Pai. É A NOSSA FRAQUEZA E A NOSSA MISÉRIA. Mas, quando percebemos que temos ofendido a Deus com nosso mau procedimento ou com omissões, maus desejos, etc, é dever nosso, justo e lógico pedir perdão. A gente sabe por experiência que Deus é Pai, e sempre tem um coração aberto para nos perdoar, quando pedimos com sinceridade e arrependimento. A BELEZA DA NOSSA FÉ É MESMO ESTA;- SABER QUE NOSSO DEUS É PAI E SEMPRE NOS ACOLHE COM AMOR E FESTA. É uma sabedoria, saber pedir perdão ao nosso Deus, porque isso é sinal de um grande amor para com ele. É o perdão de nosso Pai que nos reintegra na sua amizade e na sua intimidade. ----------------------------------------------------------------------------------------
            REZAR SIGNIFICA TAMBÉM PEDIR SOCORRO – AJUDA. Ás vezes a luta se torna árdua, difícil, cheia de obstáculos. Há todo tipo de perigo que nos ameaçam a caminhada;- DESÂNIMO, APATIA, DESEJO DE VOLTAR E PARAR, APEGO ÁS COISAS DO MUNDO, FALSOS AMIGOS E FALSAS CULTURAS QUE FAZEM DE TUDO PARA NOS DESVIAR DO CAMINHO CERTO...;- CIÚMES, PERSEGUIÇÕES, MASSACRES, PERVERSIDADES, ASSÉDIOS MORAIS....- É TUDO COMO UMA VAGA GIGANTE QUE QUER NOS ARRASTAR – E LEVAR LONGE DE DEUS, DA FELICIDADE E DA NORMALIDADE...- para poder andar contra a correnteza e retornar a caminhada correta, precisamos socorros especiais...- não só para resistir, mas também para vencer todo o tipo de agressão, dificuldades e poder alcançar o que desejamos. Tudo isso se alcança pela oração. Sim, a oração é o meio mais poderoso para obtermos as forças necessárias, para viver bem e vencer qualquer tipo de inimigos, que ameaçam nossa felicidade. É o mesmo Jesus que, solenemente, se compromete e jura que pela oração alcançaremos tudo o que é necessário para a nossa felicidade. Eis as palavras de Jesus;- EM VERDADE VOS DIGO;- QUALQUER COISA QUE PEDIRDES AO MEU PAI, EM MEU NOME, ELE O-LA DARÁ.--------------------------------------------------
            SEGUNDO ALIMENTO;- PRÁTICA DA CARIDADE;- o amor para com Deus e para com o irmão faz crescer e robustecer a semente da felicidade total.- amar é dar-se, sacrificar-se, é ajudar o irmão necessitado;- amar o irmão é acolhê-lo e perdoá-lo, é socorrê-lo nas necessidades, é visitá-lo quando enfermo, e preso...- é dar-lhe de comer quando está com fome, é dar-lhe vestidos quando está nu, é dar-lhe trabalho, quando está desempregado, é dar-lhe um bom conselho quando está desviando do caminho da virtude, é dar-lhe a mão, quando está caído. Amar é rezar pelo irmão, mesmo que nos tenha feito mal e perseguido, devemos rezar por ele e perdoá-lo...- todo ato de amor para com nosso irmão significa um aumento da felicidade futura. Mais amor damos aos irmãos, sobretudo ao mais necessitados, aqui e agora, mais fortes e robusta se torna a semente que, mais tarde, se tornará VIDA TOTAL.
            TERCEIRO ALIMENTO;- O CORPO DE CRISTO;- como o pão e o vinho constituem o alimento básico e por excelência, para todos os povos, assim o CORPO E O SANHUE DE CRISTO (EUCARISTIA) constitui o ALIMENTO ESPIRITUAL indispensável na caminhada para a vida eterna ou felicidade infinita;- MEU CORPO É COMIDA. MEU SANGUE É BEBIDA. Como o pão e o vinho fortalecem o corpo e o tornam robusto para a luta da vida, assim também a eucaristia nutre e fortalece a semente da nossa vida divina. ENQUANTO COMIAM, JESUS TOMOU O PÃO E, TENDO ABENÇOADO, PARTIU-O, E DISTRIBUINDO AOS DISCÍPULOS DISSE;- TOMAI E COMEI, ISTO É O MEU CORPO.----------------------------------------
            Jesus converteu o pão natural em PÃO DA VIDA ETERNA, em pão divino, em pão que alimenta a vida divina em nós, que é semente da felicidade total. Alguns meses antes da última ceia, tinha avisado;- EU SOU O PÃO DA VIDA. Pão da vida significa da vida eterna, da graça, da vida de Deus, que é a nossa felicidade total para a qual tendemos. QUEM COMER DESTE PÃO VIVERÁ ETERNAMENTE. Significa viverá da vida total, eternamente, para sempre na felicidade total. QUEM COME A MINHA CARNE E BEBE O MEU SANGUE TEM A VIDA ETERNA. Estas palavras são a garantia de Jesus que (quem se alimenta da comunhão, infalivelmente, absolutamente, TEM A VIDA ETERNA, desde já, e depois na sua plenitude. Quem não crê ou que não aceita o significado destas palavras BEM CLARO E INEQUÍVOCO, pode rasgar sua BÍBLIA, pois se estas palavras não forem verídicas, Deus enganou a todos e a Bíblia não contém a verdade. Os cristãos de Corinto se aproximavam da mesa Eucarística sem muita convicção, sem muita fé e sem nenhuma preparação. Então Paulo, lhe escreveu assim;- POR ISSO HÁ ENTRE VÓS TANTOS DÉBEIS E ENFERMOS E MUITOS MORREM. Isto acontecia porque os coríntios não recebiam o CORPO DE CRISTO, ALIMENTO DA ALMA, COM A DEVIDA ATENÇÃO, SERIEDADE E CONVICÇÃO. A eucaristia é o alimento que nos fortalece para chegar á eternidade feliz. Quem não se alimenta desse Pão, com certeza não chegará, e sua felicidade eterna estará duvidosa, pois as palavras de Jesus são verídicas;- QUEM COME A MINHA CARNE E BEBE O MEU SANGUE TEM A VIDA ETERNA. Quando por motivos sérios, não podemos receber a comunhão, podemos sempre VISITAR JESUS NO SACRÁRIO, onde está vivo e totalmente Deus, á nossa espera, pois para isso ele ficou. Sim, Jesus ficou no pão consagrado não somente para ser nosso alimento na caminhada para a felicidade infinita, mas também para ser nosso amigo na caminhada, sobretudo nas horas tristes e de desânimo – da nossa existência.
            E JESUS FICOU NO SACRÁRIO E FICARÁ ATÉ O FIM DOS TEMPOS, COM A INTENÇÃO DE CONSOLAR, NOS DAR A PAZ, DAR FORÇA E DISSIPAR NOSSAS DÚVIDAS COM SUA PRESENÇA DE AMOR.
            A EUCARISTIA É A CENTRAL DA FÉ E DO AMOR EM QUE NOS ABASTECEMOS DE FÉ E DE AMOR PARA A CAMINHADA DA VIDA E CHEGARMOS Á FELICIDADE ETERNA.

            NÓS VIEMOS DE DEUS, A ELE DEVEMOS VOLTAR. 

Maria, corredentora com Cristo;- Carvajal.


                                   Maria presente no sacrifício da cruz.
            Corredentora com Cristo.
Maria e a santa missa.

            Ao longo da vida terrena de Jesus, sua mãe Maria cumpriu a vontade divina e atendeu-o com solicitude amorosa, em Belém, no Egito, em Nazaré. Teve para com ele todos os cuidados normais de que precisou, iguais aos de qualquer outra criança, e também as atenções extraordinárias que foram necessárias para proteger a sua vida. O menino cresceu, entre Maria e José, num ambiente cheio de amor sacrificado e alegre, de proteção firme e de trabalho.
            Mais tarde, durante a sua vida pública, Maria poucas vezes seguiu o Senhor de perto, mas ela sabia a cada momento onde seu filho se encontrava, e chegava-lhe o eco dos seus milagres e da sua proteção. Jesus foi algumas vezes a Nazaré, e então demorava-se um pouco mais com a sua Mãe, a maioria dos seus discípulos já a conhecia desde as bodas de Caná da Galiléia. Salvo o milagre da conversão da água em vinho, em que teve uma participação tão importante, os evangelistas não nos falam de que tivesse presenciado nenhum outro milagre. Como não esteve presente nos momentos em que as multidões vibravam de entusiasmo pelo seu filho. Não a vereis entre as palmas de Jerusalém, - nem afora as primícias de Caná – á hora dos grandes milagres. Mas não foge ao desprezo do Gólgota;- ali está, junto á cruz de Jesus – sua Mãe! Deus amou a virgem de um modo singular.
Não a dispensou, no entanto, do transe do Calvário, permitindo-lhe que sofresse como ninguém jamais sofreu, exceto o seu filho. Nesses momentos angustiantes, poderia ter-se retirado talvez para a intimidade da sua casa, longe do Calvário, na companhia amável das mulheres da aldeia;- ao fim e ao cabo, não podia fazer nada, e a sua presença não evitava nem aliviava as dores nem a humilhação do seu filho. Mas não o fez. E não o fez pela mesma razão pela qual uma mãe permanece junto ao leito do filho agonizante, apesar de nada poder fazer pela sua sobrevivência. Enquanto o drama caminhava para o seu desfecho, foi-se aproximando pouco a pouco da cruz;- os soldados, permitiram-lhe que se aproximasse.
            Jesus olha para Maria e Maria olha para Jesus. numa estreitíssima união, Maria oferece o seu filho a Deus Pai, corredimindo com ele. Em comunhão com o filho dolente e agonizante, suportou a dor e quase morte. Abdicou dos direitos de mãe sobre o seu filho, para conseguir a salvação dos homens;- e para apaziguar a justiça divina, naquilo que dependia, imolou o seu filho, de modo que se pode afirmar com razão que redimiu com Cristo a linhagem humana. A Virgem não só acompanhou Jesus, mas esteve unida ativa e intimamente ao sacrifício que se oferecia naquele primeiro altar. Participou de modo voluntário na redenção da humanidade, consumando o seu Fiat- faça-se- que havia pronunciado anos antes em Nazaré. Por isso podemos pensar que Maria está presente em cada missa, nesse ato que é o centro e o coração da igreja. Esta realidade ajudar-nos-á a viver melhor o sacrifício eucarístico- unindo á entrega de Cristo a nossa, que também deve ser holocausto, e a sentir-nos muito perto de Nossa Senhora.
            Do alto da cruz, Jesus confia a sua mãe o seu corpo místico, a igreja, na pessoa de São João. Sabia que necessitaríamos constantemente de uma mãe que nos protegesse, que nos levantasse e intercedesse por nós. A partir desse momento, ela cuida e cuidará da igreja com a mesma fidelidade e a mesma força com que cuidou do seu primogênito desde a gruta de Belém, passando pelo Calvário, até o Cenáculo de Pentecostes, onde teve lugar o nascimento da igreja. Maria está presente em todas as vicissitudes da igreja. Está unida de modo muito particular nos momentos mais difíceis da sua história. Maria aparece-nos particularmente próxima da igreja, porque a igreja é sempre como o seu Cristo, primeiro ainda menino e depois crucificado e ressuscitado.
            A Virgem Santa Maria intercede para que Deus imprima na alma dos cristãos os mesmos anseios que pôs na dela, o desejo corredentor de que todos os homens voltem a ser amigos de Deus. A fé, a esperança e a ardente caridade da Virgem no cume do Gólgota, que a tornam corredentora com Cristo de modo eminente, são também um convite para que cresçamos, para que sejamos humana e sobrenaturalmente fortes diante das dificuldades externas;- um convite para que perseveremos sem desanimar na ação apostólica, ainda que por vezes pareça não haver frutos ou o horizonte se apresente obscurecido pela potência do mal.
Lutemos – lute cada um de nós!- contra esse acostumar-se, contra esse ir tocando monotonamente, contra esse conformismo que equivale á inação. Olhemos para Cristo na Cruz, olhemos para Santa Maria junto á cruz;- sob os seus olhos abrem caminho, com espantosa arrogância, a traição, a mofa, os insultos;- mas Cristo, e, secundando, a sua ação redentora, Maria, e Jesus continuam fortes, perseverantes, cheios de paz, com otimismo na dor, cumprindo a missão que a Trindade lhes confiou.
             É uma batida á porta de cada um de nós, a recordar-nos que á hora da dor, da fadiga e da contradição mais horrenda, Cristo e tu e eu temos que ser outros Cristos- dar cumprimento á sua missão. Decido-me a aconselhar-te que voltes os teus olhos para a Virgem e lhe peças para ti e para todos; Mãe, que tenhamos confiança absoluta na ação redentora de Jesus, e que como tu, Mãe queiramos ser corredentores...
            Participar na redenção, cooperar na santificação do mundo, salvar almas para a eternidade;- existe ideal maior para preencher toda uma vida? A Virgem corredime seu filho no Calvário, mas também o fez quando pronunciou o seu Fiat- faça-se- ao receber a embaixada do Anjo, e em Belém, e no tempo em que permaneceu no Egito, e na sua vida normal de Nazaré. Podemos ser corredentores, tal como ela, durante todas as horas do dia, se as cumularmos de oração, se trabalharmos conscienciosamente, se vivermos uma caridade amável com aqueles que encontramos nas nossas tarefas, na família, se oferecermos com serenidade as contrariedades de cada dia.
            Vendo Jesus a sua mãe e o discípulo a que amava, o qual estava ali, disse á sua mãe;- mulher, eis aí o teu filho. Era o último ato de entrega de Jesus antes de expirar;- deu-nos a sua mãe por nossa mãe!!!
Desde então, o discípulo de Cristo tem algo que lhe é próprio;- tem Maria como sua mãe. O posto de Maria na igreja será de Maria para sempre;- e desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa. Aquela foi a hora de Jesus, que inaugurava com a sua morte redentora uma nova era até o fim dos tempos. Desde então, diz Paulo sexto- se queremos ser cristãos, devemos ser marianos. A obra de Jesus pode resumir-se em duas maravilhosas realidades;- deu-nos a filiação divina, tornando-nos Filhos de Deus, e fez-nos filhos de Santa Maria.
            Um autor do século três, Orígenes, faz notar que Jesus não disse a Maria;- esse também é teu filho, mas;- ;- eis aí o teu filho, e como Maria só teve Jesus por filho, as suas palavras equivaliam a dizer-lhe;- esse, daqui por diante, será para ti Jesus;- a Virgem vê em cada cristão seu filho Jesus. trata-nos  como se em nosso lugar estivesse o próprio Cristo. Como se esquecerá de nós quando nos vir necessitados? Que deixará de conseguir do seu filho em nosso favor? Jamais poderemos fazer uma pálida idéia do amor de Maria por cada um de nós. Acostumemo-nos a encontrar Santa Maria enquanto celebramos ou participamos da Santa Missa.
No sacrifício do altar, a participação de Nossa Senhora evoca-nos o silencioso recato com que acompanhou a vida de seu filho, quando andava pelas terras da Palestina. A santa missa é uma ação da Trindade, por vontade do Pai, cooperando com o Espírito Santo, o filho oferece-se em oblação redentora. Nesse insondável mistério, percebe-se, como por entre véus, o rosto puríssimo de Maria;- filha de Deus pai, mãe de Deus filho, esposa de Deus Espírito Santo.
            O relacionamento com Jesus, no sacrifício do altar, traz consigo necessariamente o relacionamento com Maria, sua mãe. Quem encontra Jesus, encontra também a Virgem sem mancha, como aconteceu com aqueles santos personagens- os reis Magos- que foram adorar Cristo;- entrando na casa, encontraram o Menino com Maria, sua mãe.
            Com ela, podemos oferecer a Deus toda a nossa vida- todos os nossos pensamentos, anseios, trabalhos, afetos, ações, amores,- identificando-nos com os mesmos sentimentos que teve Cristo Jesus.
            Pai Santo! Dizemos-lhe na intimidade do nosso coração, e podemos repeti-lo interiormente durante a Santa Missa, pelo coração imaculado de Maria, eu vos ofereço Jesus, vosso filho muito amado, e me ofereço a mim mesmo nele, com ele e por ele, por todas as suas intenções e em nome de todas as criaturas.
            Celebrar ou assistir ao santo sacrifício do altar tal como convém é o melhor serviço que podemos prestar a Jesus, ao seu corpo místico e a toda a humanidade. Junto de Maria, na santa missa, estamos particularmente unidos a toda a igreja.    Amém.
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Oremos;-
infundi, Senhor, em nossos corações a vossa graça. Vos suplicamos;- a fim de que, conhecendo, pela embaixada do Anjo, a Encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pelos merecimentos de sua Paixão e Morte na cruz, cheguemos á glória da Ressurreição.
            Pelo mesmo Cristo Nosso Senhor. Amém.


Concedei a vossos servos, nós vos pedimos, Senhor Nosso Deus, que gozemos perpétua saúde de alma e de corpo;- e, que pela gloriosa intercessão da bem aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da presente tristeza e alcancemos a eterna alegria. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.


Pensava que a vida eterna.... Dowell.


            Pensava que a vida eterna começaria depois da morte. Mas ouvi dizer na igreja que os cristãos já têm a vida eterna. Como é possível, se ainda vamos morrer? De fato, Jesus explica no evangelho de João;- nisso consiste a vida eterna, em conhecer a ti, verdadeiro e único Deus, e a Jesus Cristo, teu enviado. Quer dizer;- todos os que conhecem pela fé o Deus verdadeiro e reconhecem que Jesus Cristo é o Salvador, por ele enviado, já têm a vida eterna. O próprio Jesus acrescenta;- quem escuta a minha palavra e acredita naquele que me enviou tem a vida eterna e não será julgado, mas passou da morte á vida. Portanto a vida eterna, segundo Jesus, não começa depois da morte, mas desde já para aqueles que crêem nele. O termo eterna não significa, em primeiro lugar, uma duração infinita, mas o valor e a qualidade da vida que Jesus oferece. A vida eterna é uma vida como a do próprio Deus, uma vida de amor, porque Deus é amor. Jesus ressuscitado nos comunica esta vida divina com o dom de seu Espírito de amor.
            Quem aceita o oferecimento de Jesus e acredita na sua pessoa e na sua palavra começa a viver desde já esta vida nova. A fé no amor sem limites de Deus, que se revelou em Jesus, torna-nos capazes de amar e de viver em comunhão com o Pai por meio do Filho no Espírito Santo. Por enquanto essa vida eterna ainda não desenvolveu todas as suas potencialidades. O amor não penetrou em todas as dimensões de nosso ser. Não conseguimos realizar todo o bem que desejamos, por causa das resistências que encontramos em nós mesmos e no mundo que nos cerca. Podemos até voltar atrás, recusando o amor de Deus e preferindo seguir sozinhos o nosso caminho.
            Mas quem persevera na fé e no amor sem fim, viverá para sempre em comunhão com Deus;- ele, que é amor eternamente fiel, não pode abandonar quem se entregou inteiramente em suas mãos. A nossa existência terrestre acabará com a morte. Mas o Espírito de amor, que enchia o nosso coração, renovará todo o nosso ser, para que possamos viver eternamente a plenitude do amor e da felicidade na comunhão com Deus e com todos os que o amam. Vida eterna significa, portanto, viver com Deus e em Deus, isto é, viver a mesma vida de Deus, que é amor. Ela começa desde já para quem crê no amor de Deus. Mas só desabrocha plenamente depois da morte, quando nada mais poderá separar de Deus os que o amaram e serviram aqui na terra, pela força do Espírito de Jesus.
            Porque a igreja considera a ressurreição de Jesus o centro da nossa fé? Para ser cristão não basta seguir o seu exemplo? A ressurreição de Jesus é, de fato, o fundamento da nossa fé. São Paulo já dizia aos cristãos que duvidavam da ressurreição;- se Cristo não ressuscitou, vossa fé é sem valor. Por isso a Páscoa é a festa principal da igreja;- mais importante mesmo que o natal. A ressurreição é o coroamento de toda a vida de Jesus. é o testemunho de Deus, seu Pai, a favor de seu querido Filho, que foi fiel até a morte. Ressuscitando Jesus, Deus, seu Pai, quis mostrar que o caminho de Jesus é o certo. É seguindo o mesmo caminho até o fim que a humanidade pode salvar-se. Ele é o modelo da verdadeira realização para nós seus irmãos e irmãs. Vale a pena lutar contra o mal e promover o bem. A ressurreição é o premio da vitória de Jesus. é a prova de que o amor é mais forte do que a morte. Se tudo terminasse com a morte na cruz, como poderíamos crer que Jesus é o salvador do mundo? Sua vida podia ser bonita, heróica, inspiradora, mas não satisfaria a nossa aspiração á felicidade sem fim. Teríamos de reconhecer;- tentou melhorar o mundo, mas afinal fracassou. Foi vencido pelas forças do mal. Tudo continua na mesma. É o que sentiam os discípulos de Jesus depois de sua morte;- ele era um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo. Esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel;- mas depois que os nossos dirigentes o entregaram para ser condenado á morte e o crucificaram, o sonho acabou.
            Só a ressurreição de Jesus veio tirar os seus discípulos da tristeza e do desânimo. Foi a fé no Cristo ressuscitado, vencedor da morte, que deu origem á comunidade cristã. Cheios de alegria, os apóstolos saíram pelo mundo anunciando a boa nova. Deus ressuscitou Jesus e deu-lhe o poder de salvar toda a humanidade. Quem nele crê tem a vida eterna. Eles entenderam que, em Jesus, Deus nos promete uma felicidade plena, que não pode ser alcançada na vida atual. Como diz São Paulo – se é somente para esta vida que esperamos em Cristo, somos os mais miseráveis  dos homens! Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, abrindo as portas da vida eterna para todos os que morrem.
A vida nova começa agora, pela libertação do pecado, através da fé, esperança e amor. Mas a salvação definitiva só acontecerá depois da morte, quando unidos a Cristo ressuscitado gozaremos com ele para sempre da presença amiga de Deus. Você, vê, portanto, que sem fé na ressurreição, nem a vida, nem a mensagem de Jesus têm sentido. A alegria pascal é fruto justamente da fé na vitória final de Cristo nosso irmão.
            Para mim Jesus é importante por causa do ensinamento e do exemplo que deixou. Que interessa saber se ele ressuscitou?
            Há muita gente hoje que admira Jesus como um homem santo e sábio, um guru, que nos orienta no caminho da vida com suas palavras e seu testemunho de amor, de solidariedade, de comunhão com Deus, com toda a humanidade e com a natureza. Ele é a maior personalidade religiosa da história. Deus falou por meio dele com maior profundidade do que através de todos os outros fundadores de religiões. Quem pensa assim tem certamente uma idéia elevada de Jesus. mas isso não basta para ser cristão. Para a bíblia ele não é só um personagem do passado, cuja mensagem continua a influenciar a história de hoje, como Sócrates, Buda, Zoroastro ou mesmo Moisés. Não guardamos só uma recordação fiel da vida de Jesus e de suas palavras escrita nos quatro evangelhos. Para quem tem fé, ele está vivo, presente e atuante também hoje, de maneira misteriosa, no mundo e na comunidade cristã. Esse é o sentido da ressurreição de Jesus. depois, de sua morte, ressurgiu para uma vida nova e imortal, sem as limitações da nossa existência atual.
Nossa fé baseia-se no testemunho dos apóstolos que viram Jesus ressuscitado;- testemunho confirmado pela experiência da sua ação salvadora na comunidade dos que crêem nele através dos séculos. De fato, recebeu de seu Pai, a glória e o poder que lhe competem como Filho único de Deus e Salvador do mundo. Foi o que disse na última vez que apareceu aos discípulos;- todo o poder me foi dado no céu e na terra. Ide ao mundo inteiro e anunciai o evangelho a todas as criaturas. Eu ficarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos.
            Na sua nova vida de ressuscitado, Jesus não é mais visível, nem convive conosco como fez com seus contemporâneos durante a sua existência terrena. Mas está no meio de nós por seu Espírito Santo, que comunica aos discípulos;- recebei o Espírito Santo. Ele vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar o que eu vos disse. Por meio desse Espírito de verdade e de amor, Cristo guia e sustenta a sua igreja, para que seja fiel á sua missão de anunciar o evangelho da salvação.
Há, portanto, uma grande diferença entre admirar Jesus como uma grande figura da história da humanidade e crer que ele está vivo, intercedendo por nós junto de seu Pai. No primeiro caso você pode tentar imitar o seu exemplo. Mas se Jesus ressuscitou, é ele quem lhe dará a força para viver como ele viveu. Para quem acredita na ressurreição, a vida toda fica iluminada por uma grande esperança.
            Ouvi dizer que na Páscoa o cristão deve morrer e ressuscitar com Cristo. Como é possível? Não é só no fim da vida que morremos e depois ressuscitaremos?
            Foi São Paulo quem ensinou que quem se faz cristão pelo batismo morre e ressuscita com Cristo. Escreve aos romanos;- por acaso ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados para participar de sua morte? Fomos sepultados como ele pelo batismo para que, como Cristo ressuscitou pelo poder glorioso do Pai, também vivamos uma vida nova. Cristo prometeu ressuscitar os seus discípulos no fim dos tempos. Mas é claro que nesse texto Paulo não está falando da nossa morte física, nem da ressurreição final. Refere-se á vida atual do cristão. Fala da morte e ressurreição que acontece no batismo. Que quer dizer isso?
            Ser cristão significa ser parecido com Cristo, participar de seu destino. Mas para seguir o caminho de Jesus é preciso abandonar o pecado para viver na justiça e no amor. Paulo compara essa conversão, que é uma mudança radical de atitudes, á morte e ressurreição de Jesus. renunciar aos maus hábitos, deixar de seguir o próprio gosto e interesse, para submeter-se á vontade de Deus, equivale a uma verdadeira morte. Mas só assim é possível começar uma vida nova animada pelo Espírito de Jesus. de fato, por nós mesmos não somos capazes de renunciar ao nosso eu egoísta para deixar emergir o nosso verdadeiro eu, criado á imagem de Deus.
É de Cristo que vem a força para esta conversão. É a fé no seu amor que nos move a dar esse passo. Por isso trata-se de uma verdadeira participação na morte e na ressurreição do Senhor. Morremos á nossa vida, segundo os nossos critérios, para viver a vida dele, segundo o seu Espírito de amor. A adesão a Cristo pela fé e pelo batismo é como uma nova criação. Quem passou por essa morte, já ressuscitou no seu coração para uma vida nova.
            Para ser fiel á graça recebida no batismo, é preciso, porém, converter-se cada dia. Cada dia devemos unir-nos a Cristo pela fé, morrendo ao pecado, para ressuscitar com ele. Por isso o apóstolo Paulo exorta-nos á coerência;- se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado á direita de Deus;- afeiçoai-vos ás coisas do alto e não as da terra;- porque estais mortos para estas coisas e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Mas a festa da Páscoa é o momento por excelência para renovar a nossa conversão. Só assim podemos participar com a nossa comunidade cristã da alegria da vida nova que Cristo nos mereceu com sua morte e ressurreição.    

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Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração de vos ter ofendido, porque sois tão bom e amável. Prometo, com a vossa graça, esforçar-me para ser bom. Meu Jesus, misericórdia!!!!!    

Falar na ressurreição para a vida eterna não seria uma coisa antiquada? Dowell.


Falar na ressurreição para a vida eterna não seria uma coisa antiquada? O importante não é viver bem e em paz aqui na terra? Hoje em dia existe, mesmo entre os cristãos, uma forte tendência a esquecer que a nossa realização definitiva não pode acontecer nesta vida. Todo mundo quer ser feliz aqui e agora. A promessa da vida eterna, depois da morte, não diz nada á maioria das pessoas. Para muitos, não existe outra vida, e, por isso, é preciso aproveitar o mais possível desta. Podem até ser religiosos e pedir favores a Deus para serem felizes. Mas não percebem que Deus mesmo é a nossa felicidade. Sentem falta de tudo, menos de Deus. Procuram com muito esforço subir na vida, melhorar sua situação, garantir o futuro, coisas, aliás, que não são erradas. Mas não buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça. Por isso sempre estão insatisfeitos, porque só ele pode saciar o coração humano. Justamente por causa dessa mentalidade tão difundida hoje em dia, a mensagem da ressurreição de Jesus é plenamente atual. A igreja proclama essa verdade, para ser fiel á sua missão de ajudar a toda a humanidade a alcançar a felicidade autêntica. É muito triste contentar-se com ser bem sucedido aqui na terra, ter uma vida próspera e sossegada. Mesmo o empenho pelos outros, os gestos de solidariedade, a luta por uma sociedade mais justa, se não são envolvidos pela esperança da vida eterna, não são capazes de dar sentido á nossa existência.
            A morte destrói todos os sonhos ou realizações humanas. É preciso abrir os olhos das pessoas para um horizonte mais largo, para o horizonte infinito das promessas de Deus. No fundo do coração todos aspiramos por uma felicidade sem limites. Mas ela é inatingível nas condições da vida presente. É impossível transformar esse mundo num paraíso. A fé na ressurreição de Jesus nos orienta para o mundo novo. Mostra que a vida não acaba com a morte. É apenas o caminho para chegar ao nosso destino eterno. Quem crê na ressurreição compreende que Deus é o nosso verdadeiro destino. Só o encontro final com ele, para além da morte, vai libertar-nos das limitações da existência atual. Como Jesus, depois de morrer, renasceu para uma vida feliz na presença de seu Pai. Também nós somos chamados a viver para sempre em companhia daquele que é a verdade, a beleza, o amor infinito.
            O amor que une o Pai e o Filho numa comunhão total é a fonte de sua felicidade eterna. E é essa alegria sem fim que ele promete a todos que acreditam na sua ressurreição.
            Pondo sua esperança na ressurreição depois da morte, os cristãos não acabam se resignando com as misérias e injustiças desta vida, em vez de procurar melhorar o mundo? É verdade que a idéia de uma salvação depois da morte levou muitas vezes os cristãos a aceitar passivamente as dificuldades desta vida. Alguns pensavam mesmo que quanto mais sofrimentos agora tanto mais méritos teremos para a vida eterna. Não sabiam dar valor aos bens deste mundo, vendo neles um impedimento para chegar a Deus. Mas essa resignação e atitude de suspeita em relação ás coisas deste mundo é uma deformação da mensagem de Jesus. segundo a bíblia, o nosso mundo, criado por Deus, é basicamente bom. Contém tudo que é preciso para sustentar e desenvolver a vida de cada pessoa e da humanidade toda. O casamento e a família, o trabalho e o progresso econômico, a ciência, a arte, a cultura, são valores positivos que engrandecem e dignificam a pessoa humana. Cabe a nós a responsabilidade de utilizar os recursos da natureza e organizar as relações sociais, de tal modo que os seres humanos possam sentir-se bem e conviver pacificamente na terra.
            Entretanto, as coisas aqui na terra jamais podem saciar completamente o nosso coração. É para esta limitação que aponta Jesus quando diz;- que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma? O que faz a grandeza e a felicidade do homem não é ter mais, mas ser mais pela doação de si mesmo ao outro no amor. Tudo que podemos possuir aqui na terra termina com a morte.
Só o amor permanece para sempre. Por isso as coisas desta vida só adquirem um valor definitivo á medida que são postas a serviço do amor. É justamente a fé na ressurreição de Jesus que nos permite viver o amor. De fato, a esperança na vida eterna liberta do apego aos bens deste mundo.
Não se trata de desprezá-los. São um dom precioso de Deus. Mas o próprio Deus vale muito mais que os seus dons. Por isso quem crê na ressurreição está disposto, como Jesus, a qualquer sacrifício para ser fiel ao amor. Longe de afastar o cristão de sua responsabilidade para com o mundo presente, essa certeza lhe dá a força de comprometer-se para melhorar a sorte de seus irmãos e irmãs.  

Movido pelo amor, é capaz de partilhar o que possui, de renunciar a qualquer privilégio, de entregar a própria vida, para ajudar os outros a viver mais plenamente. Valoriza assim a vida presente. Mas sabe que ela é apenas o caminho para chegar ao nosso destino eterno. --------------------

No domingo de Páscoa;- Dowell.


            No domingo de Páscoa, ouvi a leitura de uma carta de São Paulo que dizia;- se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são do alto. Pensava que a ressurreição seria depois da morte. Como diz São Paulo que já ressuscitamos com Cristo? Você tem razão; a nossa ressurreição, como a de Jesus, acontecerá depois da morte. É a coroação da vida de quem segue o caminho que ele seguiu. Mas São Paulo usa nesta passagem de sua carta aos cristãos de Colossos o termo ressurreição num sentido mais amplo, que é também muito importante. Compara a conversão do cristão pela fé e pelo batismo á morte e ressurreição de Jesus. converter-se para Deus equivale a morrer ao pecado, abandonar a vida anterior e renascer para uma vida nova. Mas não se trata de uma simples comparação. É pela força libertadora da morte e da ressurreição de Cristo que somos perdoados e recebemos o Espírito Santo que nos faz filhos e filhas de Deus.
            Quer dizer que a fé e o batismo nos unem espiritualmente a Cristo na sua morte e ressurreição. Aceitamos morrer com ele ao egoísmo e á auto suficiência, para com ele ressurgir animados pelo Espírito Santo de amor. De fato, São Paulo explica aos Cristãos de Roma;- por acaso ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados para participar de sua morte? Fomos sepultados com ele pelo batismo para que, como Cristo foi ressuscitado pelo poder glorioso do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova. Portanto o primeiro efeito da ressurreição de Jesus é libertar-nos do pecado pela fé, transformando o nosso coração duro e fechado num coração aberto a Deus e aos outros pela confiança e o amor. Cristo ressuscitado comunica aos que crêem o seu Espírito Santo, para que possam lutar contra o pecado e viver uma vida santa. Quem está unido a Cristo pela fé e pelo amor já participa da sua ressurreição, já ressuscitou para uma vida nova. Mas apenas no seu coração, no centro de sua existência, onde se decide a orientação fundamental de cada pessoa para a verdade e o bem ou para o próprio interesse egoísta.
            O Espírito de Cristo já libertou o nosso coração do pecado, mas ainda não transformou o nosso corpo. As condições de nossa existência, a nossa situação de seres mortais, não foram modificadas. Enquanto vivemos aqui na terra, sentimos o peso das tentações e das más inclinações, sentimos fraqueza e cansaço, estamos sujeitos a toda sorte de males, e não conseguimos fazer todo o bem que desejamos. Mas Cristo veio salvar o homem todo. A sua ressurreição é a vitória não só sobre o pecado, mas também sobre a morte, que é a sua conseqüência. É a promessa de uma vida nova e imortal, livre de todas as limitações da existência presente. Assumindo com Cristo nossa morte, com fé, esperança e amor, também ressuscitaremos com ele para a vida eterna.
            Para que serviu a Ressurreição de Jesus, se não mudou nada no mundo depois dela? É verdade que á primeira vista a história do mundo não mudou com a ressurreição de Jesus. de então para cá continua a haver secas e inundações, guerras e corrupção. A maldade humana não diminuiu. Ás vezes, parece estar aumentando. Não obstante tudo isso, acreditamos que a ressurreição de Jesus é o acontecimento central da história da humanidade, é o início de uma nova criação. Por meio da ressurreição de Jesus, Deus começa a renovar o mundo, de acordo com seu plano original, que o pecado havia destruído;- um mundo de amor e de paz dos homens entre si, com Deus e com a própria natureza, livre das limitações e sofrimentos que experimentamos aqui na terra. Jesus ressuscitado é o primogênito dessa nova família humana. Ela é a cabeça de um corpo glorioso, cujos membros são todos os que recebem o seu Espírito de vida e santidade. Você poderia dizer;- tudo isso é belo demais para ser verdadeiro;- não corresponde ao que se experimenta cada dia, é que você pensa numa transformação milagrosa do mundo, que acabe de uma vez com os nossos problemas. Mas esse não é o modo de pensar de Deus. Ele respeita a nossa liberdade. Quer construir o mundo novo com a nossa colaboração. Não intervém para destruir os malfeitores. Não obriga ninguém a seguir o caminho do bem. Não adiantaria nada querer renovar por fora as leis da natureza ou da sociedade, porque a maldade brota de dentro do coração humano. Sem conversão dos corações, não pode haver justiça, paz, alegria e prosperidade.

            Por isso Cristo ressuscitado começa atuando no coração daqueles que crêem, através do seu Espírito Santo. A fé na ressurreição de Jesus transforma as suas vidas. Acreditam que é possível amar puramente, sem interesse próprio, como fez Jesus. compreendem que vale a pena fazer o bem, até com o sacrifício da própria vida. E essa convicção lhes dá uma paz interior, uma alegria serena, que nada pode arrancar de seus corações, nem a doença, nem a penúria, nem a perseguição, nem a própria morte. Inúmeros homens e mulheres ao longo dos séculos e ainda hoje, animados por essa fé, lutaram e lutam pela justiça e pela paz, com as armas da verdade e do amor, solidários com os fracos e sofredores. Por meio deles, o Senhor ressuscitado vai conduzindo o mundo ao seu destino final. Por enquanto ainda não se revelou toda a força da ressurreição. Só no fim o amor triunfará completamente. No mundo novo não haverá mais lágrimas nem dor, porque o Espírito de Cristo transformará também os nossos corpos mortais á imagem do seu corpo glorioso, para que vivamos com ele na alegria da comunhão eterna.

Como se pode provar que Jesus ressuscitou? Dowell..


            As aparições contadas nos evangelhos não seriam uma ilusão dos seus discípulos? A sua pergunta é muito importante, porque a realidade da Ressurreição de Jesus é fundamental para nós, cristãos. Como diz São Paulo;- se Jesus não ressuscitou, nossa fé não vale, não tem sentido. Mas devo confessar-lhe que não se pode provar a ressurreição como um fato histórico qualquer, por exemplo, a morte de Ayrton Senna ou a coroação de Dom Pedro primeiro, presenciadas por muitas testemunhas.
            Ninguém viu, porém, a Ressurreição de Jesus. os evangelhos não contam como aconteceu. Mas proclamam que o mesmo Jesus que morreu na cruz está vivo, atualmente. Se ele está vivo, é porque Deus, seu Pai, o ressuscitou dos mortos. Não se trata, porém, da volta á mesma vida de antes. O que os discípulos anunciam é que Jesus venceu a morte e entrou na vida eterna, inaugurando um mundo novo. Ele é assim o Messias e Salvador de toda a humanidade. Essa afirmação não é a pura constatação dum fato histórico. É um ato de fé. Como diz ainda Paulo;- se confessas com a sua boca que Jesus é o Senhor, e crês em teu coração que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.
            Mas essa fé na ressurreição de Jesus que os apóstolos transmitiram á igreja não é arbitrária. Existe uma série de fatos e de testemunhas que a fundamentam. O primeiro fato historicamente incontestável é que algumas mulheres, amigas de Jesus, e também os seus apóstolos, como Pedro e João, foram ao túmulo, onde Jesus tinha sido depositado, e o encontraram vazio. Mais importante ainda é que todas essas testemunhas viram, depois, são e salvo, o mesmo Jesus que tinham conhecido antes de sua morte. No princípio duvidam, porque tinham perdido a esperança no seu Mestre, depois de assistir ao fracasso total da sua missão. Mas finalmente se deixam convencer;- acreditam que Deus não abandonou o seu filho querido, mas revelou nele e por ele a grandeza de seu amor por nós;- compreendem também que o nosso destino, como o de Jesus, só se realiza na comunhão com Deus;- por meio do amor que vence a morte e toda a maldade humana.
            Esses fatos não são uma prova absoluta da Ressurreição de Jesus. desde o princípio correu a versão que os discípulos haviam roubado o seu corpo. E você sempre pode alegar que as aparições do ressuscitado foram uma auto sugestão coletiva. Só a fé nos dá a certeza de que Jesus ressuscitou. Mas mesmo historicamente é difícil atribuir a uma trapaça ou ilusão a existência do cristianismo;- é difícil explicar a transformação dos discípulos em testemunhas ousadas da Ressurreição de Jesus sem uma experiência autêntica de sua vitória final.
Porque os discípulos de Jesus tiveram tanta dificuldade em acreditar na sua ressurreição, apesar de Jesus ter anunciado que ressuscitaria ao terceiro dia?
Acreditar na Ressurreição de Jesus significa aceitar que aquele mesmo homem que foi crucificado é o Salvador do mundo. E isso não é um fato que se apresenta a todos como evidente. É uma verdade que se deve crer. Os discípulos não duvidaram, por exemplo, da Ressurreição de Lázaro. Tampouco os chefes dos judeus, era incontestável, mas nem, por isso esses últimos creram em Jesus. ao contrário, decidiram eliminá-lo, porque a mensagem de Jesus pobre e humilde se opunha a seus interesses. O seu modo de ser era diferente do Messias que eles esperavam. Os judeus do tempo de Jesus e os seus próprios discípulos esperavam que Deus salvaria o seu povo de um modo espetacular por meio dum Messias poderoso, que triunfaria sobre seus inimigos e estabeleceria em Jerusalém um reino universal de justiça, paz e prosperidade. Todos os povos da terra reconheceriam que Javé, o Deus de Israel, é o verdadeiro Deus. Apesar de seus esforços, Jesus durante a sua vida, não conseguiu convencer os seus discípulos que o plano de Deus para a salvação do mundo era outro. Por isso caíram numa imensa tristeza, quando viram que Jesus tinha morrido na cruz. Ele não podia ser o salvador do povo, como eles esperavam.
            Até o fim contavam com algum milagre grandioso, que revelasse sem dúvida alguma que Jesus tinha razão, que era o enviado de Deus. Mas nada disso aconteceu.
A própria Ressurreição de Jesus não foi um prodígio espetacular. Ninguém o viu saindo do túmulo. Ele não apareceu no meio do templo de Jerusalém, vestido de luz, para ser aclamado pelo povo como o Messias Rei. Por isso, quando Jesus veio ao encontro dos discípulos na sua nova existência de ressuscitado, eles pensaram que estavam vendo um fantasma. A manifestação de Jesus era clara, mas não era nada claro para eles que um crucificado podia ser o Messias, o Salvador do mundo.

            Só pouco a pouco compreenderam que a vitória de Jesus não era como imaginavam. Era muito mais completa, porque era uma vitória do jeito de Deus. Não se tratava de salvar o mundo pela força das armas, mas pelo poder do amor. Não se tratava simplesmente de melhorar a situação do seu povo, derrotando os seus inimigos, mas de vencer de uma vez por todas o pecado e a própria morte, amando até o fim. Não se tratava de fundar um reino aqui na terra, mas de oferecer aos que crêem no seu nome a vida eterna no Reino de Deus.    -----------------------------------------------------------------------

Ressurreição de Jesus;- Dowell.


            Não consigo entender o que significa a Ressurreição de Jesus. é a mesma coisa que reencarnação? Poderia me explicar?
            É muito importante entender bem a Ressurreição de Jesus, porque essa é a verdade fundamental de nossa fé. É claro que em poucos minutos não poderei explicar todo o significado desse mistério. Em primeiro lugar, dizer que Jesus ressuscitou não significa que não morreu, ou só morreu aparentemente, porque era Filho de Deus. Não. Jesus morreu de verdade, como todos nós devemos morrer. É verdade que, enquanto Deus, ele não podia morrer, mas enquanto homem, filho de Maria, seguiu o destino comum de toda a humanidade;- foi crucificado, morto e sepultado, como dizemos no Credo.
            A Ressurreição de Jesus não é, como a de Lázaro, contada no evangelho. Nesse caso trata-se da ressurreição de um cadáver que, depois de passar alguns dias no túmulo, volta á mesma vida precedente por um milagre de Jesus;- mas para morrer de novo mais tarde. Jesus Ressuscitado  não pertence mais a este mundo, nem pode morrer outra vez. Por isso a ressurreição não tem nada a ver com a reencarnação, ensinada pelos espíritas. Para nós, cristãos, não existe reencarnação. Jesus não se reencarnou noutro corpo para começar outra vida na terra.
            Dizer que Jesus ressuscitou não significa também dizer que continuou a viver depois da morte, porque sua alma é imortal. A ressurreição implica que Jesus permanece vivo;- mas não é só a sua alma que sobrevive;- é a pessoa toda de Jesus, corpo e alma, que é transfigurada e entra na vida eterna. Jesus ressuscitou quer dizer;- esse homem que morreu na cruz vive agora duma maneira nova, cheia de glória e felicidade na presença de Deus. A ressurreição é a prova de que o caminho que seguiu até a morte é o caminho verdadeiro. Ressuscitando-o dos mortos, Deus atesta que Jesus é o seu Filho querido, o único que cumpriu sempre a sua vontade. A fé na ressurreição é a vitória de Deus sobre a maldade humana. Significa que o pecado, o sofrimento e a morte não têm a última palavra;- o amor é mais forte que o ódio, a vida vence a morte.

            A ressurreição revela o sentido da existência humana. Mostra que só em Deus encontraremos a plenitude de nossa vida. O destino de Jesus antecipa o nosso destino. Todos os que crêem nele e seguem o seu caminho são chamados a viver com ele, para além da morte, uma vida nova de amor e de alegria em comunhão com Deus. Por isso a ressurreição de Jesus é a verdade central do Cristianismo, o fundamento de nossa esperança, a mensagem que somos chamados a anunciar a todos os que buscam um sentido para a sua vida.  Amém.

Meditação comunitária;- Ignacio Larraãga. Quarta parte.


            Meditação comunitária ou compartilhada é o nome dado á reunião de várias pessoas para tomar a palavra de Deus ou outro tema, e expressar, cada um espontaneamente, diante dos demais, o que essa palavra ou tema lhe sugere.
            A fim de que a meditação comunitária seja verdadeiramente eficaz e convincente, tem-se de ter em consideração as condições que temos assinalado para a oração comunitária.  Observar os 3 itens á cima, se necessário.
            É conveniente começar com a invocação do Espírito Santo e com uma breve oração espontânea ou um salmo, para se orientar, para se ambientar. Também é conveniente iniciar lendo um fragmento da bíblia ou de algum outro livro, para circunscrever a matéria que se vai meditar e para iluminar o tema.
            É também muito conveniente que, durante a reflexão, se façam referências e aplicações á vida e se apurem critários práticos para que esses critérios possam transformar-se em decisões concretas para a vida fraterna ou pastoral.
            Variante;- meditação comunitária com o apoio da palavra. É algo semelhante ao interior. Tendo todos a bíblia aberta num capítulo determinado, alguém do grupo lê um fragmento. Todos ficam em silêncio um momento, enquanto cada um vai meditando em particular, sempre tendo a bíblia aberta. Logo, um do grupo faz um comentário – em forma de reflexão- do versículo que mais lhe tenha chamado a atenção.
            Depois, outro do grupo faz o mesmo, e, assim, sucessivamente, falam todos que queiram.
            Finaliza com um canto.
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Os sete dons do Espírito Santo;- primeiro sabedoria. Segundo entendimento. Terceiro conselho. Quarto fortaleza. Quinto ciência. Sexto piedade. Sétimo temor de Deus.

            Pecados capitais;- 1- soberba. 2- avareza. 3- luxúria. 4- ira. 5- gula. 6- inveja. 7- preguiça. 

Meditação;- Ignácio Larrañaga. terceira parte.



            Aconselha-se esta atividade espiritual ás pessoas de mente analítica e reflexiva. Para essa classe de pessoas não é suficiente a leitura meditada. Podem e devem avançar mais a fundo. Por outra parte, não se deve esquecer de que é, na meditação, que se forjam as grandes figuras de Deus. Meditar é uma atividade mental, concentrada e ordenada, pelo qual tomamos um texto ou um tema, e o vamos contemplando em sua globalidade e detalhes;- o analisamos em suas causas e efeitos para, dessa maneira, forjar critérios de vida, juízos de valoração, em uma palavra, formar uma mentalidade segundo a mente de Deus. E, por esse caminho, os critérios acabam por se transformarem em convicções, e as convicções em decisões. E dessa maneira, nos convertemos em discípulos do Senhor.
            Preparar;- pedir luz- escolher a matéria que se vai meditar- para que a mente não se extravie ou se disperse, é conveniente imaginar graficamente a cena;- o que falam- como se movem- seu cenário- outros detalhes. Desembaraçar e ordenar;- distinguir os diferentes planos de uma cena;- buscar o significado e a finalidade de cada palavra e do contexto das palavras, o sentido de cada cena e do contexto dessa cena- deter-se no significado dos verbos;- induzir, explicar, aplicar, combinar diferentes idéias, confrontando-as- buscar a lógica interna e efeito, princípios e conclusões;- o que é e o que não é cada coisa, distinguir os motivos e as intenções, ação e reação- esforço e resultados.
            Aplicar ou comprometer-se;- eu mesmo tenho que me introduzir na cena, como se eu fosse ator e não observador. Falam-me e interpelam-me ( as palavras de Cristo a Zaqueu, Pedro, o jovem rico, cego do caminho...);- a mim são dirigidas e eu, por minha vez, falo, pergunto a essas pessoas da cena...- confrontar o que ouço na cena com meus problema de hoje, com minha situação atual, com os meus acontecimentos deste tempo...- acabar orando.
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terço bizantino;- a oração do terço bizantino feito com profundo abandono em Deus nos traz grandes libertações e muita paz. Iniciando o terço segura-se a medalha e reza-se;- cruz sagrada seja minha luz, não seja o dragão meu guia;- retira-te satanás, não me ofereças coisas vãs, o que ofereces é mau, bebes tu teu próprio veneno. Na primeira conta reza-se uma Ave Maria ou um Pai Nosso ou Credo. Em cada dezena pode-se criar uma oração espontânea brotada do teu coração.

Compromisso de vida ;- Ignácio Larrañaga. Segunda parte.


Compromisso de vida;- procure questionar sua vida á luz da palavra, aplicando permanentemente a palavra escutada á situação concreta de sua vida, perguntando a cada momento, o que Deus está me dizendo nesta frase, para minha vida, em que sentido os critérios divinos, encerrados nesta palavra, interpelam meu modo de pensar e atuar, em que aspecto devo mudar, (que faria Jesus em meu lugar). Na medida em que sua mente se adapte á mente de Deus, você será discípulo do Senhor. Se, em qualquer momento da leitura escuta, seu coração sentir o impulso de orar, deixe-o livremente, desabafar-se com o Senhor. Em resumo;- ler a palavra lentamente – saboreá-la gozosamente- meditá-la cordialmente- aplicá-la diligentemente- que a palavra seja para você;- lâmpada que ilumine seu caminho – pão que alimente sua alma – fogo que incendeia o fervor – rota que o conduza á salvação- pulsar que anime seu espírito – vida que jamais acabará.
            Oração comunitária;- denominada também compartilhada, ocorre quando se reúne um grupo de pessoas para orar, com estas características;- espontaneamente- em voz alta- diante dos demais- alternadamente- não simultaneamente. Para que a oração comunitária ou compartilhada seja verdadeiramente eficaz e convincente deve cumprir as seguintes condições;- supõe-se que os que oram comunitariamente devem cultivar anteriormente a relação pessoal com o Senhor. De outra maneira, a oração comunitária se torna numa atividade artificial e vazia. Deve-se evitar, se for possível, o jaculátorismo, frases curtas, esterotipadas, formais, ditas de memória. Pelo contrário, deve-se orar de forma verdadeiramente espontânea, de dentro para fora, como se neste momento não estivessem no mundo mais do que ELE e eu, com grande naturalidade e intimidade. Para isto, os que oram devem estar convencidos de que são portadores de grandes riquezas interiores, mais riquezas do que eles mesmos imaginam, que o Espírito Santo habita neles e se expressa através de sua boca;- por isso devem falar com grande soltura e liberdade.
            É de se desejar que não haja, entre os que oram, curto circuitos emocionais. Porque se entre duas pessoas ou grupos houver uma desavença forte, notória e pública, esse conflito bloqueia a espontaneidade do grupo. OS MUROS QUE SEPARAM O IRMÃO DO IRMÃO SEPARAM TAMBÉM O IRMÃO DE DEUS.É imprescindível, também, que haja sinceridade ou veracidade, isto é, que o que ora, ao expressar-se em voz alta, não seja motivado por sentimentos de vaidade, de dizer coisas originais ou brilhantes. Deve em todo momento retificar a intenção e expressar-se como se estivesse só perante Deus. Porém, a condição essencial é que haja uma oração verdadeiramente compartilhada;- quando um integrante do grupo está falando com o Senhor, eu não tenho que ser um ouvinte ou um observador, mas se supõe devo assumir as palavras que estão saindo da boca de meu irmão e, com essas mesmas palavras, eu me dirijo a meu Deus. Quando eu falo em voz alta, suponho que meus irmãos tomam minhas palavras e, com essas mesmas palavras, se dirigem a Deus.
            E assim durante todo o tempo, oram todos com todos. E aqui está o segredo da grandeza e riqueza da oração comunitária;- que o Espírito Santo se derrama através de personalidades e histórias tão variadas e diferentes e, por isso, pode resultar uma oração muito enriquecedora.
            Variante;- oração comunitária com apoio nos salmos;- trata-se de ter diante dos olhos um Santo determinado;- o grupo o reza primeiro em comum. Logo, em silêncio, reza-o privativamente e, se possível, com a leitura rezada.
            Depois de uns minutos, qualquer um dos assistentes ora em voz alta (tendo sempre o salmo aberto nas mãos) fazendo- em forma de oração uma espécie de paráfrase ou comentário do versículo que mais lhe chamou a atenção. Depois, outro faz o mesmo. E, assim, sucessivamente, todos os que desejam intervir. Acabar co um canto.
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Oremos;- A Nossa Senhora do Sagrado Coração.
Lembrai-vos, ó Nossa Senhora do Sagrado Coração, do poder inefável que o Vosso Filho vos concedeu sobre o seu Coração Adorável. Com a maior confiança em vossos merecimentos, nós viemos implorar a Vossa proteção.
            Ó Celeste tesoureira do Coração de Jesus, daquele coração, que é o manancial inexaurível de todas as graças, e que podeis abrir a vosso bel prazer, para fazer descer sobre os homens todos os tesouros, de amor e misericórdia, de luz e salvação, que nele encerra.

            Concedei-nos, vo-lo pedimos, os favores que vos suplicamos. Amém.  

Pequena pedagogia;- Ignácio Larrañaga. Primeira parte.


            Para meditar e viver a palavra;- procure ter a alma vazia, aberta, tranqüila, sem ansiedade, em serena expectativa, pois é o Senhor o que vem, em sua palavra e a seu encontro. Uma vez escolhido o texto e depois de invocar o Espírito Santo, faça uma leitura lenta, muito lenta, com pausas freqüentes, pensando que Deus está falando com você, neste momento, com estas mesmas palavras que você está lendo. Tem de ser uma leitura, desinteressada, sem buscar utilidade alguma como, solução de problemas ou verdades....o Senhor se manifestará livremente segundo os desígnios e projetos que tem para sua vida.
            Leitura escutada;- enquanto vai lendo lentamente, escute a Deus;- é o Senhor que está falando de pessoa a pessoa. Estas palavras tão antigas, o Senhor as está pronunciando, para você, neste momento. Escute-o com atenção receptiva e serena, sem nenhuma ansiedade. Não pretenda entender intelectualmente que está escutando;- não se esforce por buscar tanto o que significa esta frase, que quer dizer este versículo, mas o que o Senhor está querendo dizer a você com estas palavras. Se algumas expressões não lhe dizem muito, ou não as entende, não fique perdido nem ansioso, passe adiante com calma e liberdade.
            Detalhes práticos;- pode acontecer que algumas expressões o comovam despertando em você ressonâncias profundas e desconhecidas. Detenha-se aí mesmo, dê voltas em sua mente e em seu coração, remoendo e saboreando essas expressões. Tome um lápis e as sublinhe e escreva á margem, uma palavra ou uma breve frase que sintetize aquela impressão. Quando, na leitura escutada, aparecem nomes próprios como Israel, Jacó, Samuel, Moisés... substitua-os pelo seu próprio nome, pensando e sentindo que o Senhor está se dirigindo a você pelo seu próprio nome.
Se a leitura não lhe diz nada, fique tranqüila e em paz. Pode acontecer que essa mesma passagem, lida outro dia, lhe diga muito. Acima da nossa atividade humana está o mistério da graça que, por essência, é imprevisível. A hora de Deus não é a nossa hora. Nas coisas de Deus, é necessário ter muita paciência.
Não se esforce tanto por captar e aprender exatamente o significado doutrinal da palavra, mas sim, procure meditá-la gozosamente, no coração, como Maria, dando-lhe voltas na mente, deixando-se inundar, por dentro, das vibrações e emoções que se desprendem da proximidade de Deus. E conserve a palavra, quer dizer, permita que continuem vibrando em seu interior essas ressonâncias ao longo do dia.
            Os salmos, não se lêem, se rezam. Anote em seu caderno os salmos que lhe dizem mais, classificados segundo diferentes sentimentos como admiração, gratuidade, compreensão, louvor.... esforce-se por sentir com toda a alma o significado de cada frase, identificando sua atenção e emoção com o conteúdo das expressões, dizendo-as com o mesmo tom interior que sentiriam os salmistas.
Coloque-se imaginativamente no coração de Jesus Cristo e trate de sentir o que ele sentiria ao pronunciar estas mesmas palavras. Com a ajuda do Espírito Santo, trate de identificar-se com a disposição de adoração e assombro e ação de graças do coração de Jesus, no espírito dos salmos.
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Oremos;- a vós, recorremos, bem aventurado São José, nas nossas tribulações e, tendo implorado o socorro da Vossa Santíssima Esposa, solicitamos também confiadamente a Vossa proteção.
            Pelo afeto que vos uniu á Imaculada Virgem Mãe de Deus, e pelo amor paternal que consagrastes ao Menino Jesus, vos pedimos que olheis benigno para a herança que Jesus Cristo conquistou com o seu sangue e que nos assistais com o vosso poder e auxílio nas nossas necessidades.
            Protegei, ó prudentíssimo Guarda da Divina Família, os filhos escolhidos de Jesus Cristo;- preservai-nos, ó Pai amantíssimo, deste contágio de erro e de corrupção que infetam o mundo;- sede nos propício e assista-nos do alto do céu, ó poderosíssimo Libertador nosso, nesta luta com o poder das trevas, e, assim como livrastes do perigo da morte o Menino Jesus, defendei agora a Santa Igreja de Deus das insídias dos seus inimigos e de toda a adversidade.

            Concedei-nos a todos a vossa perpétua proteção, a fim de que, imitando o vosso exemplo e ajudados com o vosso auxílio, possamos viver santamente, morrer piedosamente e obter no céu a bem aventuraça eterna. Amém.