segunda-feira, 10 de setembro de 2018

QUATRO MOEDAS SUJAS;- CATHERÍNE DE HUECK DOHERTY.



            Quando penso em todas as pessoas que tem passado pela porta azul, meu coração fica cheio de gratidão. Isto é especialmente verdade quando penso nos pequeninos de DEUS, os anawim, que normalmente só são conhecidos por ELE.  Lembro-me somente do primeiro nome da pessoa, de cuja história vou falar. Talvez nunca tivesse tido um sobrenome! Ainda assim, lembro-me muito bem dela. Todo sábado, fizesse chuva ou sol, frio ou calor, ela passaria pela porta azul. Entraria delicadamente e fecharia a porta gentilmente atrás de si. Devagar, com passos cansados, subiria até minha mesa e, depois de poucas palavras de saudação, colocaria na mesa uma fileira bem arrumada de quatro moedas sujas. Então explicaria, quase que em sussurros, que era tudo o que tinha sobrado de seu pagamento para dar para o CRISTO no pobre. E, com um pequeno sorriso e uma leve inclinação, pediria nossas orações. Vagarosamente, dando adeus a todos os presentes, sairia pela porta azul, fechando-a tão gentilmente quanto o tinha feito na entrada.
            Era negra, viúva. Ganhava seu dinheiro esfregando alguns chãos de escritórios á noite. Seu nome era Marta. Trouxe suas quatro moedas todas as semanas durante anos. Então, um sábado ela não apareceu. Nunca mais a vi. Meses depois alguém na rua me contou sobre uma pobre mulher que havia sido enterrada num túmulo sem nome, no campo de uma olaria. Perguntei pelo nome da mulher. Tudo o que sabiam era que se chamava Marta. Seu sobrenome? Ninguém parecia saber. 

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