Quando penso em todas as pessoas que
tem passado pela porta azul, meu coração fica cheio de gratidão. Isto é
especialmente verdade quando penso nos pequeninos de DEUS, os anawim, que
normalmente só são conhecidos por ELE.
Lembro-me somente do primeiro nome da pessoa, de cuja história vou
falar. Talvez nunca tivesse tido um sobrenome! Ainda assim, lembro-me muito bem
dela. Todo sábado, fizesse chuva ou sol, frio ou calor, ela passaria pela porta
azul. Entraria delicadamente e fecharia a porta gentilmente atrás de si. Devagar,
com passos cansados, subiria até minha mesa e, depois de poucas palavras de
saudação, colocaria na mesa uma fileira bem arrumada de quatro moedas sujas.
Então explicaria, quase que em sussurros, que era tudo o que tinha sobrado de
seu pagamento para dar para o CRISTO no pobre. E, com um pequeno sorriso e uma
leve inclinação, pediria nossas orações. Vagarosamente, dando adeus a todos os
presentes, sairia pela porta azul, fechando-a tão gentilmente quanto o tinha
feito na entrada.
Era negra, viúva. Ganhava seu
dinheiro esfregando alguns chãos de escritórios á noite. Seu nome era Marta.
Trouxe suas quatro moedas todas as semanas durante anos. Então, um sábado ela
não apareceu. Nunca mais a vi. Meses depois alguém na rua me contou sobre uma
pobre mulher que havia sido enterrada num túmulo sem nome, no campo de uma
olaria. Perguntei pelo nome da mulher. Tudo o que sabiam era que se chamava
Marta. Seu sobrenome? Ninguém parecia saber.
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