Em Abril de 2006, o Padre Roque Schneider,
escreveu um belíssimo tema sobre o dom de Deus, foi muito inspirado pelo
Divino, que eu resolvi escrever para os que estão iniciando a nossa catequese,
em especial a Andréia, Vanessa e a família do Carlos.
Segundo o relato de São
João evangelista, junto ao Poço de Jacó, ao sol do meio dia, uma frase dita por
Jesus, o Messias, inundou o coração de uma mulher do povo, a samaritana, que se
dirigia ao local para buscar água, na rotina de sempre;- (Ah, se conhecesses o
dom de Deus e quem é que te diz;- dá-me de beber!
Por muito tempo pensei que
o dom de Deus se revestia de aparato e de majestade. Aos poucos descobri que o
dom de Deus esconde-se, preferencialmente, na simplicidade, nos imprevistos,
nos gestos miúdos, nos imponderáveis de tantos momentos.
Apresenta-se no silêncio,
no anonimato, nas renúncias grandes ou insignificantes, no despojamento interno
que as bem-aventuranças pedem.
Cidadãos apressados do
século, trabalhados pela sociedade de consumo, como nos custa perceber o dom de
Deus!
Como nos custa captar os
recados que o Espírito Santo nos envia nas linhas e entrelinhas do cotidiano!
O dom de Deus é tanta coisa
ao mesmo tempo! Cegos, nem sempre o percebemos, superficiais e desligados, nem
sempre damos atenção e valor aos sinais que Deus nos envia, ás pegadas que a
misericórdia divina deixa na areia dos fatos e acontecimentos, tecidos de luzes
e sombras.
Dom de Deus é o banal e o
sagrado, é a nossa ânsia de tocar as estrelas, a rosa e o espinho, a boa e á má
noticia. É a vitória assumida com humildade e a derrota assimilada sem rancor
doentio.
Dom de Deus é o sorriso da
criança, o idealismo do jovem, a maturidade do adulto, a serenidade do ancião.
É o canto do pássaro, o perfume das flores, a água límpida da fonte, o vento
que sopra, a chuva que cai, o orvalho que fertiliza.
É a luz e a escuridão, a
vida e o mistério da morte. É o vazio existencial, o tédio e a solidão penosa,
inundando a zona profunda da nossa alma sedenta de infinito.
Dom de Deus é o recado que
alegra, a mensagem que fere. É a palavra que inquieta, o elogio e a censura, a
dor, a euforia. Ás vezes é um grito, um lembrete, uma lágrima que rola, um
aceno carinhoso, o calor humano que nos conforta nas horas de pesadelo, de
provação.
Dom de Deus é o mergulhar
fundo nas águas do Evangelho, deixando-as inundar amplamente as praias de toda
a nossa existência.
Dom de Deus é a vivência da
Páscoa traduzida nos gestos concretos de solidariedade para com os pobres, os
humildes, os mais fracos e injustiçados em nossa sociedade de tantas
desigualdades sociais. DOM DE DEUS É MARIA, A ESTRELA DA
EVANGELIZAÇÃO. AMEM.
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