domingo, 4 de novembro de 2012

O DOM DE DEUS

O DOM DE DEUS

Em  Abril de 2006, o Padre Roque Schneider, escreveu um belíssimo tema sobre o dom de Deus, foi muito inspirado pelo Divino, que eu resolvi escrever para os que estão iniciando a nossa catequese, em especial a Andréia, Vanessa e a família do Carlos.

Segundo o relato de São João evangelista, junto ao Poço de Jacó, ao sol do meio dia, uma frase dita por Jesus, o Messias, inundou o coração de uma mulher do povo, a samaritana, que se dirigia ao local para buscar água, na rotina de sempre;- (Ah, se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz;- dá-me de beber!

Por muito tempo pensei que o dom de Deus se revestia de aparato e de majestade. Aos poucos descobri que o dom de Deus esconde-se, preferencialmente, na simplicidade, nos imprevistos, nos gestos miúdos, nos imponderáveis de tantos momentos.

Apresenta-se no silêncio, no anonimato, nas renúncias grandes ou insignificantes, no despojamento interno que as bem-aventuranças pedem.

Cidadãos apressados do século, trabalhados pela sociedade de consumo, como nos custa perceber o dom de Deus!

Como nos custa captar os recados que o Espírito Santo nos envia nas linhas e entrelinhas do cotidiano!

O dom de Deus é tanta coisa ao mesmo tempo! Cegos, nem sempre o percebemos, superficiais e desligados, nem sempre damos atenção e valor aos sinais que Deus nos envia, ás pegadas que a misericórdia divina deixa na areia dos fatos e acontecimentos, tecidos de luzes e sombras.

Dom de Deus é o banal e o sagrado, é a nossa ânsia de tocar as estrelas, a rosa e o espinho, a boa e á má noticia. É a vitória assumida com humildade e a derrota assimilada sem rancor doentio.

Dom de Deus é o sorriso da criança, o idealismo do jovem, a maturidade do adulto, a serenidade do ancião. É o canto do pássaro, o perfume das flores, a água límpida da fonte, o vento que sopra, a chuva que cai, o orvalho que fertiliza.

É a luz e a escuridão, a vida e o mistério da morte. É o vazio existencial, o tédio e a solidão penosa, inundando a zona profunda da nossa alma sedenta de infinito.

Dom de Deus é o recado que alegra, a mensagem que fere. É a palavra que inquieta, o elogio e a censura, a dor, a euforia. Ás vezes é um grito, um lembrete, uma lágrima que rola, um aceno carinhoso, o calor humano que nos conforta nas horas de pesadelo, de provação.

Dom de Deus é o mergulhar fundo nas águas do Evangelho, deixando-as inundar amplamente as praias de toda a nossa existência.

Dom de Deus é a vivência da Páscoa traduzida nos gestos concretos de solidariedade para com os pobres, os humildes, os mais fracos e injustiçados em nossa sociedade de tantas desigualdades sociais.  DOM DE DEUS É MARIA, A ESTRELA DA EVANGELIZAÇÃO. AMEM.

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