domingo, 20 de julho de 2014

A FÉ PROFESSADA SEGUNDA PARTE.



CREIO NUM SÓ SENHOR JESUS CRISTO;- NUM MOMENTO EM QUE A HUMANIDADE EXPERIMENTA UM REGRESSO Á PROCURA RELIGIOSA,  A FÉ CRISTÃ PROPÓE A MARAVILHOSA SURPRESA DE QUE O DEUS CRIADOR E QUE GOVERNA O MUNDO E A HISTÓRIA QUIS PARTILHAR A SORTE DA CONDIÇÃO HUMANA FAZENDO-SE UM DE NÓS. A RAZÃO HUMANA SENTE-SE ESMAGADA PERANTE O ESCÂNDALO DE UM DEUS QUE ASSUME UMA EXISTÊNCIA PESSOAL E HISTÓRICA. JESUS CRISTO É UM FATO ÚNICO, DECISIVO E IRREPETÍVEL. A ENCARNAÇÃO DE DEUS EM JESUS, O ASSUMIR DE TODAS AS NOSSAS CULPAS PARA AS DESTRUIR NA SUA CRUZ E RESSURREIÇÃO, É A MAIOR ALEGRIA QUE UM HOMEM PODE RECEBER. A BELEZA SUBLIME DO CRUCIFICADO E DO ROSTO DO AMOR FEITO HOMEM PARA SEMPRE NÃO PODEM DEIXAR NINGUÉM INDIFERENTE, E SÃO CONSTANTE APELO A TOMAR UMA DECISÃO RELATIVAMENTE A ELE.

A REALIDADE DA ENCARNAÇÃO DE DEUS EM JESUS É CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA ASSEGURAR A EFICÁCIA DA REDENÇÃO;- SE JESUS NÃO FOSSE VERDADEIRAMENTE DEUS, A SUA PAIXÃO E A SUA MORTE NÃO NOS TERIAM REDIMIDO. SE NÃO TIVESSE SIDO REALMENTE HOMEM, NEM SEQUER A SUA ABNEGAÇÃO NOS TERIA SALVADO, NA MEDIDA EM QUE O QUE NÃO É ASSUMIDO(A NATUREZA HUMANA) NÃO PODE SER SALVO (SANTO ATANÁSIO). ESTA PREOCUPAÇÃO DESDE OS PRIMEIROS TEMPOS EXIGIU Á IGREJA QUE SE GARANTISSE O CORRETO EQUILÍBRIO NA AFIRMAÇÃO QUER NA DIVINDADE QUER NA HUMANIDADE DE JESUS CRISTO. E JÁ NO TEMPO DO AUTOR DO EVANGELHO DE SÃO JOÃO – FINAL DO SÉCULO 1- ALGUNS ROMPERAM ESTE EQUILÍBRIO NEGANDO A REAL HUMANIDADE DE JESUS. OS DOCETISTAS (DE DOKEO= APARECER) DEFENDIAM QUE O CORPO DE JESUS ERA SÓ APARÊNCIA E QUE POR ISSO O FILHO DE DEUS NÃO TINHA SOFRIDO NA CRUZ. O QUARTO EVANGELHO E AS CARTAS DE JOÃO RESPONDEM COM VEEMÊNCIA A ESTE DESVIO REIVINDICANDO A REALIDADE DA ENCARNAÇÃO DA PALAVRA (LOGOS). MAIS TARDE – NOS INÍCIOS DO SÉCULO IV – FOI DO LADO DA DIVINDADE QUE SE ROMPEU O EQUILÍBRIO. ÁRIO, PREBÍTERO DE ALEXANDRIA, NEGOU A DIVINDADE DE JESUS CRISTO, CONSIDERANDO-O MAIS COMO A PRIMEIRA DE TODAS AS CRIATURAS, COM O PODER DE EXERCER UM PAPEL DE MEDIADOR ENTRE DEUS E O MUNDO, MAS EM NENHUM CASO ELE MESMO DEUS EM SENTIDO PRÓPRIO.

A PARTIR DESTA POSIÇÃO DESENVOLVEU-SE UMA GRANDE CORRENTE- CHAMADA ARIANISMO – SEGUIDA POR MUITOS BISPOS, E UMA EXAUSTIVA DISCUSSÃO TEOLÓGICA QUE CULMINOU NO CONCÍLIO DE NICEIA (325). FOI NESTE CONCÍLIO QUE FOI FORMULADA UMA PARTE DO CREDO QUE DIZEMOS EM CADA DOMINGO NA EUCARISTIA. DAQUI DERIVA A EXPRESSÃO NASCIDO DO PAI ANTES DE TODOS AO SÉCULOS, TAL COMO A ESPECIFICAÇÃO (GERADO, NÃO CRIADO), PARA QUE FOSSE CLARO QUE JESUS NÃO ERA UMA CRIATURA, MAS DESDE SEMPRE DEUS, QUE VIVE NUMA RELAÇÃO ETERNA DE DESCENDÊNCIA DO PAI. PARA AFIRMAR A DIVINDADE DE JESUS CRISTO COM AINDA MAIS PRECISÃO, FOI CUNHADA A FÓRMULA (CONSUBSTANCIAL AO PAI, USANDO TERMOS TOMADOS DA LINGUAGEM FILOSÓFICA DA ÉPOCA (OMO= O MESMO, IGUAL;- OUSIA = NATUREZA).COM OUTRAS EXPRESSÕES MAIS POÉTICAS REUNIDAS A PARTIR DA TRADIÇÃO DOS PRIMEIROS TEÓLOGOS, OS PADRES CONCILIARES COMPLETARAM A DEFINIÇÃO;- DEUS DE DEUS, LUZ DA LUZ, DEUS VERDADEIRO DE DEUS VERDADEIRO).

O CREDO DE NICEIA FOI ASSIM PENSADO PARA TRANSMITIR ÁS NOVAS GERAÇÕES- DE LINGUA E CULTURA GREGA – A MESMA CONVICÇÃO ACERCA DA DIVINDADE DE JESUS QUE SURGE NA PREGAÇÃO DOS APÓSTOLOS E NOS TESTEMUNHOS REUNIDOS NO NOVO TESTAMENTO. EM NENHUM CASO SE PODE DEFENDER QUE JESUS TENHA SIDO DIVINIZADO NO CONCÍLIO DE NICEIA. AS RECONSTRUÇÕES ROMANCEADAS NESSE SENTIDO CARECEM DE QUALQUER BASE HISTÓRICA E DOCUMENTAL. TODAVIA, O EQUILÍBRIO COMEÇA A VACILAR MAIS TARDE COM A SOLUÇÃO INTERMÉDIA PROPOSTA POR NESTÓRIO DE ANTIOQUIA;- A NATUREZA DIVINA E A HUMANA TERIAM SIDO UNIDAS EM JESUS SOMENTE DE MODO ESPIRITUAL. DE TAL FORMA QUE MARIA TERIA SOMENTE SIDO MÃE DA HUMANIDADE DE CRISTO E NÃO DA SUA DIVINDADE. A ISTO RESPONDEU, PRIMEIRO, O CONCÍLIO DE ÉFESO(431) AFIRMANDO QUE JESUS, COMO DEUS E COMO HOMEM, É UM E O MESMO;- E QUE MARIA É MÃE DE DEUS. SEGUIDAMENTE, O CONCÍLIO DE CALCEDÓNIA (451) ENSINOU QUE JESUS CRISTO AMBAS AS NATUREZAS, DIVINA E HUMANA, ESTÃO UNIDAS SEM CONFUSÃO, SEM MUDANÇA, SEM DIVISÃO, SEM SEPARAÇÃO.

AINDA HOJE, COMO AO LONGO DA HISTÓRIA DA IGREJA, A CONDIÇÃO HUMANA DE JESUS CRISTO É MOTIVO DE PROPOSTAS E ESPECIFICAÇÕES. PERIODICAMENTE AFLORA EM CRISTÃOS DE BOA-FÉ OU EM PESSOAS QUE SE AFASTARAM DA PRÁTICA RELIGIOSA A DIFICULDADE DE ACEITAR A DIVINDADE DE JESUS. PARECE-LHES MAIS LÓGICO RECONHECER JESUS COMO UM GRANDE PROFETA, MESTRE DE SABEDORIA, DEFENSOR DA DIGNIDADE DE TODOS OS SERES HUMANOS. PODERÍAMOS DIZER QUE UM CERTO ARIANISMO DIFUNDIDO ESTÁ SEMPRE Á ESPREITA. ENTRE OS CRENTES SENSÍVEIS AO DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO  SURGIU MAIS RECENTEMENTE UMA INTENÇÃO MAIS COMPLEXA;- O FILHO, A SEGUNDA PESSOA DA SANTÍSSIMA TRINDADE- TERIA ENCARNADO EM JESUS COMO EXPRESSÃO MÁXIMA DA DESCIDA DE DEUS Á HISTÓRIA HUMANA, MAS ANTES E DEPOIS DESTA ENCARNAÇÃO (POR CONSEGUINTE, MESMO DEPOIS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS) – PARA ALÉM DA SUA UNIÃO COM A HUMANIDADE DE JESUS – TERIA PODIDO ENCARNAR EM OUTROS SERES HUMANOS, TAMBÉM ELES MEDIADORES, EM MENOR ESCALA, NA EPIFANIA DE DEUS EM DIFERENTES CULTURAS, LUGARES E MOMENTOS DA HISTÓRIA HUMANA. APESAR DAS BOAS INTENÇÕES QUE PODERIAM ESTAR NA BASE DESTA SOLUÇÃO E, SOBRETUDO DO PROCESSO QUE PROCURA VALORIZAR A CONSISTÊNCIA REVELADORA E SALVÍFICA DAS OUTRAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS, É PRECISO RECONHECER QUE ESTA PROPOSTA NÃO É FIÉL Á FORMULAÇÃO DO CONCÍLIO DE CALCEDÓNIA. SE, POR UM LADO, DE FATO,AQUELA FORMULAÇÃO RECONHECE QUE NÃO HÁ (CONFUSÃO NEM MUDANÇA) ENTRE A NATUREZA DIVINA (O FILHO) E A HUMANA (O HOMEM JESUS), POR OUTRO LADO, AFIRMA QUE TAMBÉM NÃO HÁ SEPARAÇÃO NEM DIVISÃO, DE TAL MODO QUE TUDO O QUE SE ATRIBUI AO LOGOS – POR ELE TODAS AS COISAS FORAM FEITAS – TAMBÉM DEVE SER ATRIBUÍDOS, INSEPARAVELMENTE, A JESUS, ESPECIALMENTE DEPOIS DA RESSURREIÇÃO, QUANDO ENTRA NA DIMENSÃO DE DEUS. ASSIM, NÃO É PENSÁVEL UMA AÇÃO DO FILHO FORA DA UNIÃO COM A PESSOA DE JESUS CRISTO. APESAR DE ESTAS QUESTÓES NOS PODEREM, POR VEZES, DISCUSSÕES TEÓRICAS QUE EXIGEM UM ESFORÇO CONCEPTUAL EXAUSTIVO, É IMPORTANTE CONSIDERAR QUE A NOSSA FÉ, TAL COMO OUTRAS QUESTÕES HUMANAS – COMO A POLÍTICA, A ECONOMIA, A JUSTIÇA SOCIAL – EXIGE RIGOR NO RACIOCÍNIO E COERÊNCIA. NÃO SE PODE DIZER;- ESTE ASPECTO NÃO É
IMPORTANTE, EU TENHO A MINHA FÉ. AS FORMULAÇÕES INCLUÍDAS NO CREDO NÃO PRETENDEM EXPLICAR EXAUSTIVAMENTE O QUE DE FATO É INACESSÍVEL Á INTELIGÊNCIA HUMANA;- PRETENDEM SIMPLESMENTE, POR ASSIM DIZER, INDICAR A DIREÇÃO CERTA POR ONDE SE PODE INVESTIGAR O MISTÉRIO DA PESSOA DE JESUS. ELAS NÃO ESCLARECEM O MISTÉRIO, MAS ESPECIFICAM QUAL É O MISTÉRIO QUE NÃO PODEMOS RACIONALIZAR, MAS QUE PODEMOS ACEITAR NA HUMILDE EVIDÊNCIA DA FÉ.

  


OBS;- VENERAMOS DEUS ANTES DE MAIS, POR SER PAI, PORQUE ELE É O CRIADOR E SE ENCARREGA DAS SUAS CRIATURAS CHEIO DE AMOR. ALÉM DISSO, O FILHO DE DEUS, ENSINOU-NOS A CONSIDERAR O SEU PAI COMO NOSSO PAI, E A ABORDÁ-LO- O MESMO COMO NOSSO PAI.

Diversas religiões pré-cristãs conheciam já o título divino de pai.

Antes de Jesus, deus já era abordado em Israel como pai, e sabia-se também que ele era como uma mãe ;- O PAI E A MÃE REPRESENTAM, NA EXPERIÊNCIA HUMANA, A ORIGEM E A AUTORIDADE, A PROTEÇÃO E O SUSTENTO.

JESUS MOSTROU-NOS COMO DEUS É REALMENTE PAI;- QUEM ME VÊ, VÊ O PAI.


NA PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO, JESUS TOCA NO PROFUNDO DESEJO HUMANO DE UM PAI MISERICORDÍOSO.   YOUCAT. Amem.

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