Todo bebê que chega a este mundo é
um ponto de interrogação vivo. A primeira pergunta feita é sobre si mesmo;-
quem sou eu? o bebê começa a descortinar a realidade física;- mãos, pés, e
assim por diante. Passa pelas experiências de estar molhado e de sentir fome.
Depois vem a descoberta da realidade emocional pessoal;- segurança,
insegurança, necessidade de gratificação e atenção.
Em um ponto qualquer de sua crescente
consciência de si mesmo, a criança descobre que não é toda a realidade, que
todos os outros seres não são meras extensões dela própria. Esse evento é o
ponto de partida para a descoberta dos outros, para a alteridade. Quem são
eles? Alguns são calorosos, outros frios. Alguns podem ser manipulados pelo
choro, outros não.
Para o bebê, o que todas as pessoas
tem em comum é que existem. São uma parte do mundo. A criança tem de aprender a
se relacionar com elas. Assim, desde os primeiros dias de vida, a criança
começa o trabalho de interpretar a realidade e ajustar-se a ela. Na medida em
que aqueles olhinhos começam a focalizar a realidade física, sua
inteligenciazinha começa seu trabalho de compreender, interpretar e avaliar.
É o começo de uma visão que vai moldar
uma vida humana. O corpo humano é instintivamente adaptável. Os poros fecham-se
com o frio. As pupilas dos olhos contraem-se com o brilho da luz. Assim, á
medida que o bebê cresce, desenvolve todo um repertório de reações de adaptação
psicologia comparáveis ás do corpo.
Ao olhar para cada nova criatura
deste mundo, é preciso fazer um ajuste qualquer. Esse processo acabará
constituindo a interpretação e o ajuste personalizado á realidade de um ser
único, irrepetível.
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