quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Porque tenho medo de amar? John Powell.


 
Em vez de expor a pessoa que imaginamos inadequada ou feia, instintivamente construímos muros, ao contrário do conselho dado por Robert Frost;- não construa um muro enquanto não souber o que está deixando de fora. – enquanto tivermos cicatrizes dos sentimentos de ansiedade, culpa e inferioridade, seremos tentados a usar máscaras, a representar papéis.não nos aceitamos nem confiamos em nós mesmos. Essas paredes e máscaras são medidas de auto- proteção;- vivemos por trás de nossos muros e usamos nossas máscaras enquanto são necessários.

             Embora a vida pareça mais segura por trás dessa fachada, é também uma vida solitária. Deixamos de ser autênticos e definhamos enquanto pessoas. Mas a maior tristeza da máscara é termos perdido todo contato genuíno e autêntico com o mundo real e com outros seres humanos que têm em suas mãos nossa maturidade e potencial de realização.

            Quando recorremos á representação de papéis ou ao uso das máscaras, não há possibilidade de desenvolvimento humano ou pessoal. Simplesmente não estamos sendo nós mesmos e, por isso, não podemos elevar-nos como deveríamos numa atmosfera de crescimento. Estamos apenas representando num palco. Quando a cortina desce depois do espetáculo, continuamos a mesma pessoa imatura que éramos quando a cortina se levantou no primeiro ato. Cada um de nós é uma pessoa única e original. Ás vezes fazemos observações brincalhonas;- depois de criar você, Deus quebrou o molde. Na verdade, todos fomos criados a partir de um molde exclusivo. Nunca houve e nunca mais vai haver alguém exatamente igual a você. No entanto, no começo da vida, essa pessoa é, por assim dizer, como o botão de uma flor ou planta;- fechada.- só quando o botão de flor recebe calor do sol e alimento do solo nutridor é que se abre e mostra toda a beleza latente dentro dele. Assim, também uma pessoa, no começo da vida, precisa receber o calor do amor humano, segurança e alimento do afeto dos pais para poder abrir-se e mostrar a beleza única que Deus colocou dentro de cada indivíduo.

            Sabemos que se o botão de uma flor for machucada por forças hostis, como uma geada fora de estação, ela não se abrirá. Da mesma forma, a pessoa que não recebe o calor e o encorajamento do amor e precisa suportar a ausência enregelante de elogios e afeto fica fechada em si mesma. A dinâmica da personalidade fica emperrada. E, se a dinâmica da personalidade estiver seriamente danificada, o resultado será o que os psicólogos chamam de neurose. Embora existam muitas descrições válidas de neurose, em geral podemos reconhecê-la sob a forma de uma incapacidade mutiladora de se relacionar bem com os outros, de ir em sua direção e aceitá-los como são sem medo de rejeição.

Nenhum comentário: