Em
vez de expor a pessoa que imaginamos inadequada ou feia,
instintivamente construímos muros, ao contrário do conselho dado por Robert
Frost;- não construa um muro enquanto não souber o que está deixando de fora. –
enquanto tivermos cicatrizes dos sentimentos de ansiedade, culpa e
inferioridade, seremos tentados a usar máscaras, a representar papéis.não nos
aceitamos nem confiamos em nós mesmos. Essas paredes e máscaras são medidas de
auto- proteção;- vivemos por trás de nossos muros e usamos nossas máscaras
enquanto são necessários.
Embora a vida
pareça mais segura por trás dessa fachada, é também uma vida solitária. Deixamos
de ser autênticos e definhamos enquanto pessoas. Mas a maior tristeza da
máscara é termos perdido todo contato genuíno e autêntico com o mundo real e
com outros seres humanos que têm em suas mãos nossa maturidade e potencial de
realização.
Quando recorremos á representação de papéis ou ao uso das
máscaras, não há possibilidade de desenvolvimento humano ou pessoal.
Simplesmente não estamos sendo nós mesmos e, por isso, não podemos elevar-nos
como deveríamos numa atmosfera de crescimento. Estamos apenas representando num
palco. Quando a cortina desce depois do espetáculo, continuamos a mesma pessoa
imatura que éramos quando a cortina se levantou no primeiro ato. Cada um de nós
é uma pessoa única e original. Ás vezes fazemos observações brincalhonas;- depois
de criar você, Deus quebrou o molde. Na verdade, todos fomos criados a partir
de um molde exclusivo. Nunca houve e nunca mais vai haver alguém exatamente
igual a você. No entanto, no começo da vida, essa pessoa é, por assim dizer,
como o botão de uma flor ou planta;- fechada.- só quando o botão de flor recebe
calor do sol e alimento do solo nutridor é que se abre e mostra toda a beleza
latente dentro dele. Assim, também uma pessoa, no começo da vida, precisa
receber o calor do amor humano, segurança e alimento do afeto dos pais para
poder abrir-se e mostrar a beleza única que Deus colocou dentro de cada
indivíduo.
Sabemos que se o botão de uma flor for machucada por
forças hostis, como uma geada fora de estação, ela não se abrirá. Da mesma
forma, a pessoa que não recebe o calor e o encorajamento do amor e precisa
suportar a ausência enregelante de elogios e afeto fica fechada em si mesma. A
dinâmica da personalidade fica emperrada. E, se a dinâmica da personalidade
estiver seriamente danificada, o resultado será o que os psicólogos chamam de
neurose. Embora existam muitas descrições válidas de neurose, em geral podemos
reconhecê-la sob a forma de uma incapacidade mutiladora de se relacionar bem
com os outros, de ir em sua direção e aceitá-los como são sem medo de rejeição.
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