sábado, 9 de dezembro de 2017

TEMPO DE NATAL. ORAÇÃO DAS HORAS.


FELIZ NATAL A TODOS. QUE JESUS MENINO RENASÇA NOS CORAÇÕES DE TODAS AS PESSOAS DE BEM.

            Ó , CRISTO, LUZ DO PAI, Ó MÃE DE DEUS MARIA, JOSÉ, QUE PROTEGEIS O LAR, COM ALEGRIA.
            COM FLORES DE VIRTUDE REFULGE O VOSSO LAR. DA GRAÇA A PRÓPRIA FONTE AÍ SE VÊ JORRAR.
            OS ANJOS FICAM PASMOS AO VER DE DEUS O VERBO, VESTIDO EM CARNE HUMANA, SERVINDO OS PRÓPRIOS SERVOS.
            EMBORA SENDO O ÚLTIMO, JOSÉ, VÓS PRESIDIS. DAIS ORDENS A MARIA, AOS DOIS, PORÉM, SERVIS.
            MARIA NOBRE QUE OS PALÁCIOS, REFULGE ESTA MANSÃO, POIS NELA TEVE ORIGEM DO MUNDO A SALVAÇÃO.
            JESUS, MARIA E JOSÉ, DO CÉU, ONDE REINAIS, FAZEI QUE NOSSOS LARES RECEBAM VOSSA PAZ.
            POR VÓS, Ó JESUS CRISTO, CHEGUEMOS NÓS TAMBÉM, COM VOSSOS PAIS, Á GLÓRIA NO LAR DOS CÉUS.     AMÉM.

ESPERANDO O SENHOR;- CARVAJAL.


            - fundamentos da esperança teologal.
            - uma espera vigilante. O exame de consciência.
            - a luta nas pequenas coisas.

A fé que guia os nossos passos é precisamente o fundamento das coisas que se esperam. Como se pode ler na leitura. Por meio dessa leitura teologal, o cristão adquire uma firme garantia acerca das promessas do SENHOR, e uma posse antecipada dos dons divinos. A fé dá-nos a conhecer com certeza duas verdades fundamentais da existência humana;- que o nosso destino é o céu e, por isso, todas as outras coisas devem ordenar-se para esse fim supremo e subordinar-se a ele;- e que o SENHOR deseja ajudar-nos, com meios superabundantes, a consegui-lo.
            Nada nos deve desanimar no caminho para a santidade, porque nos apoiamos nestas 3 verdades;- DEUS é onipotente, DEUS ama-me imensamente, DEUS é fiel ás suas promessas. E é ELE das misericórdias, quem acende em mim a confiança. Por isso eu não me sinto só, nem inútil, nem abandonado, mas envolvido num destino de salvação que desembocará um dia no PARAÍSO. A bondade, a sabedoria e a onipotência divina o alicerce da esperança humana. DEUS É ONIPOTENTE. Estão-lhe submetidas todas as coisas;- o vento, o mar, a saúde, a doença, a terra... e ELE serve-se de tudo e dispõe tudo para a salvação da minha alma e da de todos os homens. Não deixa de empregar um único meio para o bem dos seus filhos, por mais que pareçam estar sós e abandonados. Toda a infinita força de DEUS coloca-se a serviço da salvação e santificação dos homens. E ainda que o mau uso da nossa liberdade possa tornar inúteis os meios divinos, sempre é possível o perdão, e sempre é possível, portanto, conservar a esperança. Deus é onipotente;- DEUS pode tudo, é nosso PAI e é AMOR.
            Deus ama-me imensamente, como se eu fosse o seu único filho. Não me abandona nunca na minha peregrinação, por esta terra;- procura-me quando me perco por minha culpa, ama-me com obras, dispondo todas as coisas para o bem da minha alma. O amor de um pai ou de uma mãe, com todo o atrativo que possui, é somente um pálido reflexo do amor de DEUS.  Deus é fiel ás suas promessas, apesar dos nossos retrocessos, traições e deslealdades, da nossa falta de correspondência ás instancias divinas. Ele nunca nos deixa – não se cansa – é paciente com os homens, de uma paciência infinita. Enquanto caminhamos pela terra, não abandona ninguém, não considera ninguém irrecuperável. Sempre encontramos a DEUS de braços abertos, como o filho pródigo encontrou seu pai.
            O SENHOR espera a nossa conversão sincera e uma correspondência cada vez Maísa generosa;- espera que estejamos vigilantes para que não adormeçamos na tibieza, para que andemos sempre despertos. A esperança está intimamente relacionada com um coração vigilante;- depende em boa parte do amor. Jesus exorta-nos á vigilância porque o inimigo nunca dorme, está sempre a espreita, e porque o amor também nunca dorme... o SENHOR nos adverte;- estejam cingidos os vossos rins e tende nas vossas mãos lâmpadas acesas;- fazei como os homens que esperam o seu senhor quando volta das bodas, para que, quando vier e bater á porta, logo lha abram. Os judeus costumavam usar umas túnicas folgadas e por isso cingiam-nas com um cinturão para poderem andar e executar determinados trabalhos. Ter as roupas cingidas é uma imagem expressiva utilizada para indicar que alguém se preparava para realizar um trabalho, para empreender uma viagem, para entrar em luta. Do mesmo modo – ter as lâmpadas acesas indica a atitude própria que está de vigia ou espera a chegada de alguém. Quando o SENHOR vier no final da nossa vida, deve encontrar-nos assim;- em estado de vigília, como quem vive o momento presente;- servindo por amor e empenhados em melhorar as realidades terrenas, mas sem perder o sentido sobrenatural da vida, o fim para que tudo se dirige;- avaliando devidamente as coisas terrenas;- a profissão, os negócios, o descanso..., sem esquecer que nada disso tem valor absoluto, e que deve servir-nos para amar mais a DEUS, para ganhar o céu e servir os homens.
            Não é muito o tempo que nos separa do encontro definitivo com CRISTO, cada dia que passa aproxima-nos mais da eternidade. Pode ser neste ano, ou no próximo, ou no seguinte..., seja como for, sempre nos parecerá que a vida passou muito depressa. O SENHOR virá na segunda ou na terceira vigília... e como não sabemos nem o dia nem a hora, é necessário, conforme a advertência do SENHOR,  que vigiemos constantemente para que, terminado o prazo improrrogável da nossa vida eterna – mereçamos entrar com ELE na festa e sermos contados entre os eleitos. Para os que tiverem vivido de costas para DEUS, VIRÁ ALGO COMPLETAMENTE INESPERADO;- COMO UM LADRÃO NO MEIO DA NOITE. SABEI ISTO;- SE O DONO DA CASA SOUBESSE A QUE HORAS VIRIA O LADRÃO, NÃO PERMITIRIA QUE LHE ROUBASSEM A CASA. ESTAIS, POIS PREPARADOS...
            E SÃO JOÃO CRISÓSTOMO comenta que com isto, parece confundir aqueles que não põem tanto cuidado em guardar a sua alma como em guardar as suas riquezas do ladrão que esperam. Á vigilância opõe-se a negligencia ou a falta da devida solicitude, que procede de um certo desinteresse da vontade. Estamos vigilantes quando fazemos com profundidade o exame de consciência diário. Observa a tua conduta com vagar. Verás que estás cheio de erros, que te prejudicam a ti e talvez também aos que te rodeiam. LEMBRA-TE, FILHO, DE QUE NÃO SÃO MENOS IMPORTANTES OS MICRÓBIOS DO QUE AS FERAS. E TU CULTIVAS ESSES ERROS, ESSES DESACERTOS – COMO SE CULTIVAM OS MICRÓBIOS NO LABORATÓRIO,- COM TUA FALTA DE HUMILDADE, COM A TUA FALTA DE ORAÇÃO, - COM TUA FALTA DE CUMPRIMENTO DO DEVER, COM A TUA FALTA DE CONHECIMENTO PRÓPRIO...- E, DEPOIS, ESSES FOCOS INFECTAM O AMBIENTE.
            Precisas de um bom exame de consciência diário, que te leve a propósitos concretos de melhora, por sentires verdadeira dor das tuas faltas, das tuas omissões e pecados. Estaremos vigilantes no amor e longe da tibieza e do pecado se nos mantivermos fiéis a DEUS nas pequenas coisas que preenchem a vida o nosso dia a dia. Quem se habitua a repassar as pequenas coisas de cada dia no seu exame de consciência descobre com facilidade os indícios e as raízes que denunciam um possível extravio não muito longínquo. As pequenas coisas são a ante sala das grandes, tanto no sentido negativo como positivo. SÃO FRANCISCO DE SALES, fala-nos da necessidade de lutar nas pequenas tentações, pois são muitas as ocasiões em que se apresentam num dia corrente e, se se vencem, essas vitórias são mais importantes – por serem muitas – do que se se tivesse vencido uma tentação mais grave. Além disso, ainda os lobos e os ursos sejam mais perigosos do que as moscas, no entanto não nos causam tantos aborrecimentos, nem provam tanto a nossa paciência. É fácil, ensina o santo – não cometer um homicídio;- mas é difícil repelir os pequenos ímpetos de cólera, que se apresentam com bastante facilidade. É fácil não furtar os bens do próximo – mas é difícil não o desejar. É fácil não levantar falsos testemunhos em juízo, mas é difícil não mentir numa conversa;- é fácil não embriagar-se, mas é difícil ser sóbrio.
            As pequenas vitórias diárias fortalecem a vida interior  despertam a alma para as coisas divinas. São ocasiões que se apresentam com muita frequência ;- trata-se de viver a pontualidade á hora de levantar-se ou de começar o trabalho;- de deixar de lado essa revista insubstancial que pode semear confusão na alma ou, pelo menos, supõe uma perda de tempo, e, sempre uma boa ocasião de vencermos a curiosidade;- trata-se de fazer um pequeno sacrifício á hora das refeições;- de dominar a língua num encontro de amigos ou numa reunião social... Estamos convencidos de que tantas vitórias quanta obtivermos sobre esses pequenos inimigos serão outras tantas pedras preciosas que se acrescentarão á coroa que DEUS nos prepara no seu REINO.

            Se nos acostumamos a fazer um ato de amor em cada tentação, em tudo aquilo que em nós ou nos outros pode ser origem de uma ofensa a DEUS, ficaremos cheios de paz, e o que podia ter sido motivo de derrota é convertido por nós em vitória. Além deste imenso bem para a alma, diz o mesmo santo que quando o demônio vê que as suas tentações nos levam a esse amor divino, cessa de tentar-nos. Se formos fiéis nas pequenas coisas, permaneceremos cingidos, vigilantes, á espera do SENHOR que está para chegar. A nossa vida terá consistido numa alegre espera, enquanto realizamos cheios de esperança a tarefa que o nosso PAI DEUS  nos confiou no mundo. Então compreenderemos com profundidade as palavras de JESUS;- BEM AVENTURADO AQUELE SERVO A QUEM O SENHOR ACHAR PROCEDENDO ASSIM QUANDO VIER. DIGO-VOS NA VERDADE QUE O CONSTITUIRÁ ADMINISTRADOR DE TUDO O QUE POSSUI. E ELE ESTÁ PARA VIR;- NÃO DEIXEMOS DE VIGIAR. ----------------------------------------------------------------------------------------------------

NATAL COM QUEM SOFRE - CHIARA LUBICH



            O calor do natal nos leva todos a nos sentirmos mais família, mais unidos entre nós, mais irmãos, a partilharmos, portanto, cada coisa, alegrias e dores.
            Dores sobretudo com os que, pelas circunstâncias mais diversas, passam este natal a sós com o sofrimento. São estas as pessoas a quem queremos dirigir-nos em especial.
            O sofrimento;- o sofrimento que ás vezes se apossa totalmente de nós ou que nos toca de leve e mescla o doce e o amargo no nosso dia a dia. O sofrimento;- uma doença, um revés, uma provação, uma situação dolorosa...
            O sofrimento;- como entender esta realidade que interessa tão de perto a tantas pessoas, mesmo nestes dias, ou que sempre está pronta a aparecer em toda existência?  Como definir o sofrimento, como reconhecê-lo? Que nome lhe dar? Ele é a voz de quem?
            Se olhamos o sofrimento com olhar humano, somos tentados a procurar sua causa em nós, ou fora de nós, na maldade humana, por exemplo, ou na natureza, ou em outra coisa...-tal acidente foi culpa de FULANO, TAL DOENÇA É CULPA MINHA, TAL PROVAÇÃO DOLOROSA SE DEVE A Beltrano...
            Tudo isso pode até ser verdade, mas se só pensamos assim, esquecemos o resto. Esquecemo-nos de que, por trás da trama de nossa vida, está DEUS com o seu amor, que tudo quer ou permite por uma razão superior;- o nosso bem. O sofrer, para quem o considera sob a óptica cristã, é algo grandioso, é até mesmo a possibilidade de completar em nós a paixão de CRISTO, para a nossa purificação e para a redenção de muitos.
            Então, o que dizer hoje aos que se debatem no sofrimento? O que lhes desejar? Como nos comportar perante eles? Antes de mais nada, aproximemo-nos deles com sumo respeito. Nestes momentos, eles estão sendo visitados por DEUS, mesmo que talvez ainda não pensem nisso.
            Depois – dividamos com eles as cruzes, em tudo o que for possível. Certifiquemo-nos também de nossa lembrança contínua e de nossa oração, para que saibam receber diretamente das mãos de DEUS o que os angustia e os faz sofrer, e unam tudo isso á paixão de JESUS, para que frutifique ao máximo.
            E lhes lembremos o maravilhoso princípio cristão de que uma dor, amada como a face de JESUS crucificado e abandonado, pode  transformar-se em alegria. Neste natal, desejamos a todos que saibam aceitar com amor, com grande amor, toda dor pequena e grande que encontrarem, para dá-la a JESUS menino que hoje nasceu, como os MAGOS ofereceram os seus presentes.

            Serão o melhor incenso, o melhor ouro, a melhor mirra que poderemos depositar no presépio. 

A VISITA DE JESUS;- PADRE RAFAEL STEIN.


            JESUS estava conversando com os seus apóstolos quando uma mulher se aproximou, vaidosamente vestida. Queria uma visita especial de JESUS á sua casa. Pedro expôs seu desejo a JESUS, que respondeu;- HOJE MESMO IREI VISITÁ-LA. Ela voltou apressadamente para casa, chamou os empregados e ordenou;- DEIXEM A CASA BEM ARRUMADA PORQUE HOJE O MESTRE VEM AQUI. Em meio aos preparativos e ao corre- corre, ouve-se alguém bater á porta. Seria ele? Mas era cedo ainda e a casa não estava preparada. Mandou uma empregada ver quem era;- tratava-se de um velho doente e maltrapilho, que pedia comida. Ao tomar conhecimento disto, a mulher se irritou e mandou despachar o velho. Onde se viu, interromper o trabalho para atender a um vagabundo. Além do mais, iria sujar a casa, preparada para JESUS.
            Passado algum tempo, ouve-se bater á porta pela segunda vez. Seria ele? A empregada volta com a notícia;- era um menino abandonado, pedindo abrigo. A mulher o enxotou brutalmente. Meio dia. A casa estava arrumada e JESUS não vinha. Ter-se-ia esquecido? Mas alguém está batendo. É ele finalmente!pudera! tudo preparado, empregados a postos... ela mesma, toda enfeitada e perfumada, foi abrir a porta. Era uma velhinha pedindo esmola. Que frustração! Aos berros mandou a velha embora.
            Começou a escurecer. Jesus não aparecia. Resolveu ir ver o que estava acontecendo. Encontrou o MESTRE no mesmo lugar, conversando com o povo. Chegou-se a um dos discípulos e perguntou se JESUS ainda iria até a casa dela.

            Jesus mandou dizer;- DIGA A ESSA MULHER QUE, HOJE, POR 3 VEZES, TETEI VISITÁ-LA, MAS ELA RECUSOU-SE A RECEBER-ME.  

NÃO É FÁCIL EXPLICAR O ESPÍRITO SANTO;- PADRE ZEZINHO.


            A maioria dos cristãos tem dificuldade de crer e de falar do ESPÍRITO SANTO. Pensam na pomba que apareceu no batismo de JESUS e nas línguas de fogo que pairavam sobre os apóstolos no dia de PENTECOSTES. Mas é claro que a fé num ESPÍRITO SANTO DE DEUS envolve mais que isso. Aquela pomba e aquelas línguas não eram o ESPÍRITO SANTO. Eram apenas um sinal de que ELE ESTAVA AGINDO. E AÇÃO CONTÍNUA, CRIAÇÃO CONTINUADA, -
É O CONCEITO QUE MAIS NOS AVIZINHA DA EXISTENCIA DO ESPÍRITO SANTO. O que significa crer no ESPÍRITO SANTO? O que significa crer no ESPÍRITO SANTO? CONCENTREM-SE NA PALAVRA LATINA SPIRUM;- SOPRO, RESPIRAÇÃO. DAÍ VEM A PALAVRA ESPÍRITO;- O SOPRO DE DEUS OU O DEUS QUE SOPRA UM SOPRO DE VIDA. Concentremo-nos também na palavra ÂNIMA;- alma – algo que se move e tem vida. Vida que foi soprada em nós. Diz a BIBLÍA, logo no primeiro capítulo, que, no começo da criação do mundo, tudo era caos, desordem e morte. Deus pôs ordem e vida.
Ordenou. E, ao criar a terra, seu ESPÍRITO SANTO (sopro de vida) pairava sobre as águas. Deus estava criando algo mais na criação. Nas outras centenas de vezes em que volta a falar do sopro (ESPÍRITO) de DEUS agindo no homem, fala de um DEUS que intervém e atua em cada vida, em cada indivíduo – nos grupos e nas multidões como alguém que cria de novo, inova, traz novos valores e adjetiva e qualifica o homem. É o DEUS vivificador. Com ELE tudo se preserva, se conserva e se plenifica.
            Para os hebreus, o ESPÍRITO SANTO DE DEUS agia, mas era JAVÉ, o DEUS único agindo. Para os cristãos o mistério se ampliou. É também PARÁCLITO ( PROTETOR, DEFENSOR E CONSELHEIRO).  E o Pai é como o FILHO, mas não é o FILHO, nem seu ESPÍRITO;- o FILHO é como o PAI, mas não é o PAI nem seu ESPÍRITO;- e o ESPÍRITO SANTO DE DEUS é como ambos, mas não é o PAI nem o FILHO. É só ler alguns textos de João – de Paulo e de Mateus. Inventaram 3 pessoas para um só DEUS ou, mesmo sem entender, divulgaram o ensino de JESUS sobre uma ideia mais ampla de JAVÉ (AQUELE QUE É) ?
            E porque os cristãos atribuem ao PAI uma ação, ao FILHO outra e ao ESPÍRITO SANTO outra? É claro que se trata de limitação humana. Como Filipe, não sabemos quem é o PAI. Como os SAMARITANOS não sabemos quem é o ESPÍRITO SANTO. E, como os discípulos, mal temos ideia de quem é o FILHO.

            Então atribuímos sinais ao PAI, sinais ao FILHO e sinais ao ESPÍRITO SANTO. COSTUMAMOS CRER QUE O ESPÍRITO SANTO DE DEUS SOPRA COMO QUER E ONDE QUER. EXPLICÁ-LO É IMPOSSÍVEL.

VOCACIONADOS PELO SAGRADO;- PADRE JOSÉ BRUN.


            O ser humano possui um sensor para o sagrado, como possui um sensor  para o amor, para a verdade, para a beleza. Os entendidos dizem que este sentido sagrado é uma predisposição humana que corresponde a uma realidade verdadeira, - DEUS. quando este sensor é acionado, o homem vive a experiência percebendo-se diante do numinoso, do solene, do tremendo, do fascinante...
            Foi o que aconteceu a MOISÉS, quando ouviu o SENHOR na planta em chamas – quando ouviu o SENHOR no SINAI entre trovões – quando o SENHOR ia á frente dos israelitas em forma de coluna de fumaça ou de fogo – quando o SENHOR encheu o templo com sua glória. Desde a infância até o último instante, DEUS fala de uma maneira discreta e sutil, mas também mais frequente na vida de cada criatura;- no alvorecer do sol ante a imensidão do mar, na engenharia das flores, no nascimento de um filho, em uma convalescença, no aconchego de uma igrejinha, em uma reportagem sobre peixes submarinos...
            Jesus facilitou as coisas para seus amigos. O medonho se humanizou. Tornou-se um de nós. Andou sobre as águas. Curou os doentes. Ressuscitou os mortos. Um dia, tirou todos os véus;- NO ALTO DO TABOR, DEU UM SHOW DE DIVINDADE, SEU ROSTO BRILHOU COMO O SOL E SUAS VESTES TORNARAM-SE RESPLANDECENTES COMO A NEVE.
            Nunca esqueçamos;- sempre remanescerá distancia infinita entre DEUS e nós;- porque totalmente outro, ele continuará tremendo, medonho. EM COMPENSAÇÃO, PARA NÓS, ELE CONTINUARÁ TOTALMENTE FASCINANTE, PORQUE QUERIDO, NUMINOSO, BOM, BELO, SANTO...
            Cá, só podemos vê-lo pelas frestas, por analogias. Imagine vê-lo face a face;- será o céu! Quem lá estiver aceitará voltar para cá como a TABITA de JOPE (HOJE JAFA) , que retornou ao convívio de suas amigas? De jeito nenhum. Doença, hospital, velório... nunca mais!

            Nossos amigos que partiram preferem a ressurreição definitiva a exemplo de JESUS. Como Pedro no TABOR, estarão eles dizendo;- COMO É BOM SENHOR, ESTAR AQUI, PARA SEMPRE!  AMÉM.             

A FAMÍLIA ; - CHIARA LUBICH.


            O natal é a festa da família. Onde nasceu a mais extraordinária família senão na gruta de BELÉM? Foi lá, com o nascimento do menino, que ela se originou. Foi lá que emanou pela primeira vez no coração de MARIA  e de JOSÉ o amor por uma terceira pessoa;- o DEUS feito criança.
            Família. Eis uma palavra que encerra um significado imenso, rico, profundo, sublime e simples, principalmente real. Ou existe família, ou não existe. Clima de família é clima de compreensão, de calma serena;- clima de segurança, de unidade, de amor mútuo, de paz que invade os seus membros em todo o seu ser.
            Quisera nesta natal gravasse com letras de fogo em nosso espírito esta palavra;- FAMÍLIA. Uma família cujos membros, partindo da visão sobrenatural, isto é, reconhecendo JESUS uns nos outros, chegam ás expressões mais concretas e simples, próprias de uma família. Uma família cujos irmãos não têm um coração de pedra, mas de carne, como JESUS, como MARIA, como JOSÉ. Há entre eles quem sofra de provações espirituais ? É preciso compreendê-los como e mais do que uma mãe.
            Iluminá-los com a palavra ou com o exemplo. Não deixa faltar, aliás, aumentar em volta deles, o calor da família. Há entre eles quem sofra fisicamente? Sejam eles os irmãos prediletos. É preciso sofrer com eles. Tentar compreender as suas dores até o fim. Há quem esteja á beira da morte? Imaginem-se no lugar deles e façam o que gostariam lhes fosse feito até o último instante.
            Há alguém feliz por um sucesso ou por um motivo qualquer? Ficar feliz com ele, para que a sua satisfação não se contriste, nem se feche o espírito, mas a alegria seja de todos. há alguém de partida? Não deixar que se vá sem lhe ter preenchido o coração com uma única herança, o sentido da família, para que o leve consigo.
            Não antepor jamais ao espírito de família qualquer outra atividade, nem espiritual, nem apostólica. E aonde quer que se vá para o ideal de CRISTO, nada melhor pode ser feito do que procurar criar com discrição, com prudência, com determinação, o espírito de família.
            É um espírito humilde, quer o bem dos outros, não se envaidece, é a caridade verdadeira, completa. Em resumo, se eu tivesse de me afastar de vocês, deixaria que JESUS em mim repetisse;- AMAI-VOS RECIPROCAMENTE...- A FIM DE QUE TODOS SEJAM UM.

            FELIZ NATAL POVO DE DEUS 

ALMA VAZIA;- PADRE REGINALDO MANZOTTI.

            Todos nós enfrentamos crises em nosso dia a dia. Ás vezes são pequenas, em outros momentos parecem intransponíveis. Com nossa alma não é diferente. Para superar as crises da alma é necessário entender a vida nova em CRISTO. São Paulo nos convida a nos oferecer, sem reservas, sem medidas, a DEUS. O grande problema é que nos oferecemos, mas não nos abandonamos nas mãos do SENHOR. Oferecemo-nos – mas queremos que DEUS faça a nossa vontade ao invés de nós fazermos a SUA. Queremos que DEUS mude para nos satisfazer. Ou, então, oferecemo-nos, mas não entregamos tudo a ELE, guardando para nós desde bens materiais até sentimentos e verdades caladas.
            Mas de que adianta viver de aparências, com as gavetas cheias de coisas inúteis, se a alma está vazia, sedenta e árida? Na nossa condição natural de ser humano, precisamos de DEUS, temos necessidade de algo mais, porém não sabemos nos entregar de coração escancarado, como JESUS fez, sem impor condições. Em nosso itinerário espiritual, e aí incluo a maioria daqueles que comungam e se dizem cristãos, nós vamos com reservas, mas não nos jogamos, não nos lançamos, não entregamos tudo. Por isso, não é raro perceber que muitos estão com a alma vazia. Enquanto outros permanecem sedentos ou com a alma em aridez. Se há tristeza, desejo de suicídio, angustias, melancolia, tudo isso são problemas emocionais, mas, com certeza, resultam da ausência da água que dessedenta, a mesma á qual JESUS se referiu ao dizer;- QUEM BEBER DESSA ÁGUA, NÃO TERÁ MAIS SEDE.
O vazio que sentimos só pode ser preenchido por DEUS. a religião não é alienação. O verdadeiro culto a DEUS não engessa, não nos faz puritanos, não nos leva a uma patologia. Pelo contrario, o verdadeiro culto a DEUS POTENCIALIZA, EXPANDE, FAZ TRANSBORDAR. As almas vazias, como o próprio nome sugere, resultam de um vazio interior, e o grande erro é tentar preenchê-lo com coisas, ás vezes numa luta desenfreada por dinheiro, sexo e poder. Santo Agostinho afirmou;- tu nos criastes para TI, SENHOR, e nossos corações vivem inquietos enquanto não acharem repouso em TI. O que ele quis dizer é que em nossa natureza humana tendemos a DEUS, porém, podemos nos distanciar cada vez mais se trilharmos o caminho errado.
UMA PESSOA MATERIALISTA, POR EXEMPLO, SOFRE MUITO POR SEU APEGO AOS BENS MATERIAIS;- sempre buscando mais, acha que com isso conseguirá preencher a sensação de vazio que só faz aumentar. Do outro lado, uma pessoa avarenta também está doente, não com uma enfermidade física, mas espiritual, e não consegue livrar-se do problema. E uma pessoa que passa horas e horas articulando fazer o mal, maquinando maquiavelicamente uma vingança, tem a alma preenchida? Na verdade ela se agarra a esse sentimento para preencher o vazio que sente, mas tudo não passa de ilusão. Igualmente, quem pratica a fé por praticar também vive um vazio. Podemos frequentar grupos de oração, ter momentos de louvor intenso, mas não santificantes. Podemos entrar numa histeria, num frenesi, num transe coletivo, mas não atingir a maturidade espiritual, e isso pode acontecer com todos nós, até comigo que sou padre.
UMA ALMA VAZIA JAMAIS CONSEGUE PREENCHER O VÁCUO EXISTENCIAL, PORQUE SÓ DEUS PODE PREENCHÊ-LO.
Encontramos um exemplo de alma vazia numa parábola contada por JESUS, em que um homem rico diz;- RECOLHEREI TODA A MINHA COLEITA E OS MEUS BENS. E DIREI Á MINHA ALMA;- Ó MINHA ALMA, TENS MUITOS BENS EM DEPÓSITO PARA MUITÍSSIMOS ANOS, DESCANSA, COME, BEBE E REGALA-TE. DEUS porém, disse-lhe;- INSENSATO! NESTA NOITE AINDA EXIGIRÃO DE TI A TUA ALMA. E AS COISAS QUE JUNTASTES, DE QUEM SERÃO?
            Sede de DEUS, o salmo 62 diz;- a minha alma tem sede de DEUS, pelo DEUS vivo anseia com ardor. Isso significa que a alma por sua natureza, tem sede de DEUS. uma alma sedenta nunca será saciada neste mundo, porque sempre vai procurar e querer mais, sem conseguir satisfazer-se com o que encontra pelo caminho.
            Na verdade, sua sede de DEUS somente será saciada completamente quando voltar ao CRIADOR e contemplá-lo face a face. Como expressou SANTA TERESA DE ÁVILA, a sede exprime o desejo de algo, mas um desejo tão intenso que perecemos se dele nos privamos.
            A sede de DEUS provoca na alma a sensação de que não está completa, pois sempre falta algo. É como se a alma tivesse memória de onde vem e para onde vai e, por conta disso, sentisse SAUDADES DE DEUS, o que gera em nós a esperança da volta á casa do PAI.

            

TEXTO DE REASON TO LIVE, A REASON TO DIE. POWELL.


É uma tragédia histórica que a pregação da palavra de DEUS tenha, de certo modo, invertido suas prioridades. Enfatizou as verdades particulares que o cristianismo abraçou, em lugar da pessoa de seu SENHOR, que os apóstolos e os primeiros cristãos reverenciaram. Não que JESUS não tivesse ensinamentos específicos. Mas esses ensinamentos não farão muito sentido para a pessoa que não aceitou antes o próprio JESUS.
            Os métodos divinos não são os nossos métodos, e a verdade de DEUS costuma ser difícil de entender. Aqui há uma certa pertinência no axioma de que a medida de seu entendimento do outro é a mesma de seu amor por ele.
            Sempre dissemos com tanto desembaraço que o amor é cego... a verdade dessa questão é que o amor é clarividente. Perguntamos muitas vezes, com uma ingenuidade adolescente – o que o fulano vê em sua mulher ou vice e versa;- ele parece amá-la tanto... É exatamente por causa de seu amor verdadeiro por ela que consegue vê-la de uma forma que não é possível para quem não a ama. Ele vê coisas nela que só os olhos do amor enxergam. Por isso é que apenas os que foram conduzidos ao longo de todos o caminho da fé- um caminho impossível de mapear – até as portas do amor de DEUS tem alguma chance de entendê-lo e a suas formas particulares de lidar conosco.

            Não estamos equipados para entender as verdades de DEUS – e muito menos para discuti-las – enquanto não compreendemos a verdade central de sua pessoa e de seu amor por nós. 

O NATAL PARA MIM - CHIARA LUBICH



            O NATAL – festa do nascimento de JESUS – é para mim, a resposta de DEUS e da IGREJA a uma necessidade da alma;- todo ano, graças á lembrança deste fato suavíssimo, altíssimo, simples e abissal, eu ouvir repetir que DEUS me ama.
            É isso mesmo, se posso realizar em minha existência as aspirações mais profundas, é tão somente porque DEUS também olhou para mim, como olhou para todos, e se fez homem para me dar as leis da vida que, luz no caminho, me fazem rumar segura ao destino comum.
            Mas para mim o natal não é apenas uma data festiva, embora cheia de significado. É um incentivo a trabalhar para devolver ao meio da sociedade em que vivo a presença de CRISTO, que está onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome;- como que um natal espiritual todo dia, nas casas, nas fábricas, nas escolas, nos edifícios públicos...
            Além disso, este dia natalino me abre o coração para a humanidade inteira. O seu calor ultrapassa o mundo cristão e parece invadir cada terra, sinal de que o menino veio para todos.
            Na verdade, este é o seu programa;- QUE TODOS SEJAM UM. E em cada natal me pergunto;- QUANTOS NATAIS AINDA VEREI EM MINHA VIDA? ESTA INTERROGAÇÃO, QUE NÃO TEM RESPOSTA, AJUDA-ME A VIVER CADA ANO COMO SE FOSSE O ÚLTIMO, NUMA ESPERA MAIS CONSCIENTE DO MEU DIA NATAL, O  DIES NATALIS, ISTO É – O DIA QUE MARCARÁ PARA MIM O INÍCIO DA VIDA QUE NÃO TEM OCASO.


TRANSFORMAÇÃO DAS ALMAS EM MARIA A IMAGEM DE JESUS CRISTO -

Transformação das almas em Maria á imagem de Jesus Cristo;- São Luís Maria Grignion de Monfort.

            Se Maria, que é a árvore da vida, for bem cultivada em nossa alma pela fidelidade ás práticas desta devoção, ela dará fruto em seu tempo;- e seu fruto não é outro senão JESUS CRISTO. Vejo tantos devotos e devotas que buscam JESUS CRISTO, estes por uma via e uma prática aqueles por outra;- e muitas vezes, depois de muito labutar durante a noite, podem dizer;- trabalhando a noite inteira, nada apanhamos. E pode-se responder-lhes;- muito trabalhastes e pouco ganhastes. JESUS CRISTO está ainda muito fraco em vós. Mas, pelo caminho imaculado de Maria e por esta prática divina que ensino, trabalha-se durante o dia, trabalha-se num lugar santo, trabalha-se pouco. Em Maria não há noite, pois ela jamais pecou, nem teve sequer a sombra de um pecado.
            Maria é um lugar santo, o santo dos santos, em que se formam e modelam os santos. Notai, se vos apraz, que eu digo que os santos são moldados em Maria. Há grande diferença entre executar uma figura em relevo, a martelo e a cinzel, e executá-la por um molde. Os escultores e estatuários tem de esforçar-se muito para fazer uma figura da primeira maneira, e gastam muito tempo, mas, da segunda maneira, trabalham pouco e terminam em pouco tempo. Santo AGOSTINHO chama a santíssima virgem, o molde de Deus. o molde próprio para formar e moldar deuses. Aquele que é lançado no molde divino fica em breve formado e moldado em JESUS CRISTO, e JESUS CRISTO nele;- com pouca despesa e em pouco tempo, ele se tornará deus, pois foi lançado no mesmo molde que formou DEUS.
            Parece-me que posso muito bem comparar esses diretores e pessoas devotas que pretendem formar JESUS CRISTO em si mesmos ou dos outros, por meio de práticas diferentes destas, a escultores que, depositando toda a confiança na própria perícia, conhecimento e arte, dão uma infinidade de marteladas e embotam o cinzel numa pedra dura, ou numa madeira áspera, para fazer a imagem de JESUS CRISTO;- e ás vezes não conseguem dar expressão natural a JESUS CRISTO, ou por falta de conhecimentos ou devido a algum golpe desastrado que prejudica toda a obra. Aqueles, porém, que abraçam este segredo da graça que lhes apresento, eu os comparo a fundidores e moldadores, que, tendo encontrado o belo molde de Maria, no qual JESUS CRISTO foi natural e divinamente formado, sem se fiar na própria habilidade, mas unicamente na eficiência do molde, lançam-se e perdem-se em Maria para se tornarem o retrato natural de JESUS CRISTO.

            Bela e verdadeira comparação! Quem a compreenderá, porém? Desejo que sejais vós, querido irmão. Mas lembrai-vos que só se lança no molde o que está fundido e líquido, isto é, que é mister destruir e fundir em vós o velho ADÃO, para que venha a ser o novo em Maria. 

SOLIDARIEDADE -UMA AMIZADE OU UM CAMINHO? LIBART


ÁS vezes a mudança de palavra acaba despertando uma nova realidade. Usamos tanto a palavra fraternidade que acabou não nos impressionando mais. Com a chegada do termo solidariedade, conseguimos reavivar o sentido de fraternidade e projetar algo novo percebendo que o gesto é muito maior do que o doce amor fraterno.
            Solidariedade é a verdadeira compaixão, aquilo que JESUS sentiu quando disse;- TENHO COMPAIXÃO do povo que anda como rebanho sem pastor. É disposição de partilha;- é necessidade de partilha e de comunhão de bens e de vida. Jesus deixou o novo mandamento, a trilha segura para organização da nova comunidade;- AMAI-VOS UNS AOS OUTROS. Já passamos dois séculos e a humanidade não quer esse caminho. Coloca em nossa frente caminhos alternativos e cada vez mais a sociedade se afunda no egoísmo, na luta pelo poder, pelo ter, pelo prazer, manipulando a pessoa humana e escravizando-a sob as mais diversas formas.
            Continuamos a pensar que os problemas se resolvem por meio das leis, decretos e projetos. Mas vemos a onda crescente da desigualdade, da fome, da violência, assolando multidões de irmãos. Não reconhecemos o outro como semelhança nossa, pessoas com direitos fundamentais, como escola, comida, moradia, trabalho, salário, saúde etc...- diante dessa avalanche há quem diga;- NÃO ADIANTA fazer, porque o pouco que eu fizer não resolve nada. Aí está o problema, nós queremos colher o resultado;- não queremos trabalhar as pessoas para que se conscientizem, e comecem a viver o novo programa que JESUS deixou;- a solidariedade.
            Se repartimos o pouco que temos cada dia, vamos ensinando os outros que eles também devem repartir. Adquirindo a consciência de que só seremos felizes quando os outros também forem. Por isso precisamos entrar nessa luta, é o primeiro passo a ser dado. É preciso acreditar na solução dos problemas através da não violência. É preciso criar consciência que o mundo não pode reger-se pelo lucro e que se deve dar uma destinação social aos bens. Não é nosso porque nós produzimos, mas é fruto da terra para ser distribuído. Uma nova percepção de que a concentração dos bens nas mãos de alguns cria a exclusão social, cria a violência nos obrigando a repartir o que devíamos repartir voluntariamente.
            Nessa linha falaram os profetas do A.T.- o sangue dos pobres branda aos céus e JAVÉ não vai se esquecer disso. Ninguém tem mais direito á vida do que o outro, nem podemos justificar as riquezas e desmandos através de nosso trabalho, porque há tantos que trabalham a vida inteira e não conseguem o necessário para viver com dignidade. A SOLIDARIEDADEÉ O CAMINHO DA NÃO VIOLENCIA, DA PARTILHA, DA VIDA EM COMUNHÃO;- TIVE FOME E ME DESTE DE COMER.  AMÉM.  


A FÉ - BATTISTINI



            A fé é grande dom de Deus, totalmente de graça, a fé é como um farol que ilumina nosso caminho de volta a casa do Pai. A fé é um dom muito precioso que devemos estimar, cultivar, desenvolver com muito carinho, porque sem fé é impossível chegar á casa do Pai. Sem fé é impossível agradar a Deus, porque quem se aproxima de Deus deve crer que Ele existe e recompensa aqueles que o procuram. O que é a fé cristã;- não é simplesmente crer em Deus. ou ter de Deus uma ideia qualquer.
            - ter fé não é um crer vago num deus vago e indefinido, como se ensina em certas seitas orientais ou discretas./ - ter fé não é crer em muitas divindades inventadas.../  ter fé não é crer num deus que se identifica com a natureza ou com as forças da natureza, como pensam as muitas seitas orientais. / - fé cristã não é aceitar somente uma ou duas verdades do evangelho e recusar a maioria.
/ - ter fé cristã não é aceitar a pessoa de Jesus Cristo (seu poder, etc.) e recusar seu ensinamento quase total, como fazem as muitas seitas inventadas ou movimentos livres. / - fé cristã não é somente crer naquelas verdades que aprendemos ao fazer a primeira eucaristia, e pronto! / - a fé deve ser cultivada, vivida, comunicada e continuamente (aggiornata), para cada um saber dar razão daquilo que crê./ - fé cristã não é sentir um certo prurido ou uma forte inclinação ou curiosidade para os fenômenos extraordinários, como aparições, revelações, monições interiores, etc, etc.
/ - a fé não é um fenômeno físico. Quem cultiva esse tipo de falsa fé, nunca crescerá como cristão e não passará da mediocridade. /- fé cristã não é sentir um certo fervor religioso no coração, como quando realizamos um ato de caridade ou quando visitamos o Sacrário.../ - A FÉ NÃO PERTENCE AO MUNDO SENSÍVEL NEM AO MUNDO AFETIVO.
            O QUE É FÉ CRISTÃ? A fé cristã é um dom de Deus que nos faz crer que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo e que nos ama, nos perdoa e quer a nossa felicidade. Fé cristã é crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus que se encarnou no seio de Maria, sofreu, morreu e ressuscitou para nos salvar. Fé cristã é crer que o Espírito Santo é o santificador da nossa vida e que nos comunica a vida divina pelos méritos de Jesus Cristo. Fé cristã é crer que Jesus fundou a sua igreja – PESSOALMENTE e a deixou na terra para ser O SACRAMENTO DA SALVAÇÃO, O SINAL E O INSTRUMENTO DA COMUNHÃO DE DEUS E DOS HOMENS.
            Fé cristã é crer que Jesus entregou a Pedro e aos seus sucessores – os papas – a autoridade para GOVERNAR A SUA IGREJA e mantê-la unida na verdade, no governo e no magistério. Fé cristã é crer que Jesus está presente – em corpo – sangue – alma e divindade – no pão consagrado, como nosso alimento espiritual para ser o centro da fé e do amor.
            Fé cristã é acolher Maria em sua vida porque Ela é a mãe de Jesus e da igreja e respeitá-la e imitá-la, sobretudo na fé, na dedicação ao seu Filho e no serviço aos irmãos.
Definição de fé;- A FÉ CRISTÃ É UM DOM DE DEUS E UMA ADESÃO RADICAL E EXCLUSIVA A JESUS CRISTO FILHO DE DEUS E NOSSO SALVADOR E A TUDO O QUE ELE ENSINOU QUE É A SUA DOUTRINA E A SUA IGREJA.
A DEFINIÇÃO ACIMA COMPREENDE;- não se pode crer em Jesus Cristo sem participar do seu Espírito. É o Espírito Santo que revela aos homens quem é Jesus...
Nós cremos no Espírito Santo porque Ele É Deus. a igreja não cansa de confessar sua fé em um só Deus;- PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO. Fé cristã exige, radicalmente, uma adesão única e exclusiva a CRISTO SALVADOR.
ISTO DEVE SER DITO E ESCLARECIDO, NÃO PARA CONDENAR ALGUÉM, MAS PARA QUE NÃO SE FAÇA CONFUSÃO TAMBÉM A RESPEITO DAS COISAS DE DEUS.
REFLITA-SE se um rapaz viajante que tem uma namorada em cada cidade por onde passa e á todas diz amá-las e a cada uma diz que vai se casar, é claro que esse rapaz não ama e não terá condições de se casar com nenhuma delas.

O DEUS ÚNICO E VERDADEIRO, O DEUS CRIADOR, O DEUS ANUNCIADO E REVELADO POR JESUS CRISTO, NÃO ADMITE, NÃO ACEITA UMA FÉ PELA METADE. ELE É ÚNICO E EXIGE UMA FÉ ÚNICA E EXCLUSIVA NA SUA PESSOA.    AMÉM.

A GRANDE AVENTURA DA VOLTA - BATTISTINI



            A vida do homem é uma grande caminhada de volta para a casa do Pai. Nesta caminhada há um ponto de partida e um ponto de chegada. O ponto de partida é o nosso nascimento como filhos de Deus, no batismo. O ponto de chegada é o nosso encontro com o Pai que nos espera.
            O espaço de tempo que há entre o ponto de partida e o ponto de chegada se chama;- Vida. Saímos de Deus – porque Ele nos deu a Vida. E voltamos para Ele, porque Ele é a felicidade que procuramos alcançar, e porque Deus nos fez para Ele, para morar na Casa, eternamente e participar da sua natureza e de seu amor infinito.
            Nessa grande aventura de volta o que nos acompanha é o imenso desejo de chegar, sobretudo nos momentos de cansaço, desilusão, decepção com as pessoas e outros acontecimentos da vida...
            E sobretudo, quando o mundo, apesar de estar povoado por milhões de seres humanos como nós, se torna um verdadeiro deserto, pois ninguém não liga com ninguém. Pois cada um pensa em si mesmo, procura aquilo que lhe parece ser a felicidade, muitas vezes, atropelando seus semelhantes, ou mesmo massacrando-os, sem nenhuma piedade. Será que voltamos ao estado em que era assim;- Homo, homini lupus?
            Na verdade a vida que deveria ser uma caminhada de alegria para a festa da eternidade, tornou-se para todos ou quase todos a grande prova de fogo;- em que obstáculos de todo o tipo, pequenos e grandes, surgem a cada instante. E muita gente, muita gente mesmo, se perde pelo caminho, se desvia, e segue o caminho da ilusão, onde aí sim, o homem se torna lobo para outro homem.
            Deus é maravilhoso. Por este motivo sabemos que Ele é Pai de verdade. E tudo pensou. Para a gente superar toda dificuldade, para não nos desviarmos do reto caminho e para chegarmos com absoluta certeza, nos deixou um Imenso Farol, capaz de Iluminar nosso Caminho, e chegarmos com Infalibilidade á Felicidade infinita – É a fé.


O CAVALO E O BURRO - FABULAS DE ESOPO



            Um cavalo, resplandecente com a sua sela e a sua bela armadura, resfolegando através do freio, veio a galopar pela estrada fora, fazendo ecoar as montanhas com o trovão dos seus cascos.
            Não tinha andado muito, quando passou por um burro, que vacilava na mesma estrada sob o peso duma grande carga. Sai do meu caminho! Gritou imperiosamente o cavalo. Sai do meu caminho, ou atiro-te para a poeira!
            O pobre burro, que não se atrevia a responder, afastou-se o mais depressa que pôde. Pouco tempo depois, o mesmo cavalo viu-se envolvido numa batalha e teve a pouca sorte de apanhar uma seta num olho.
            Tornou-se inútil para o exercito;- tiraram-lhe todos os seus belos arreios e foi vendido a um carregador qualquer. Era esta a sua condição quando tornou a encontrar o burro.
            Olá, amigo! Disse o burro. Então deste nisso! Sempre achei que, um dia, o teu estúpido orgulho te faria dar um grande tombo...
            Moral;- os que são orgulhosos e insolentes parecem pequenos e desprezíveis aos olhos das pessoas de bom senso. A verdade é que o orgulho pode ser a causa da queda.


DESALOJARAM JESUS - CHIARA LUBICH



            O natal se aproxima e as ruas da cidade se engalanam de luzes. Uma fileira interminável de lojas, uma riqueza refinada, mas excessiva. Á esquerda do nosso carro, uma série de vitrines que não passam despercebidas. Por trás do vidro, a neve cai graciosamente;- ilusão de óptica. Além disso, meninos e meninas, em trenós puxados por renas e animaizinhos waltdisneyanos. E mais trenós, papai Noel, veadinhos, leitõezinhos, lebres, rãs, fantoches e anões vermelhos. Tudo se move com elegância. Ah! Lá estão os anjinhos...que nada! São fadinhas, inventadas á última hora para enfeitar a paisagem branca.
            Acompanhado dos pais, um menino se levanta na pontinha dos pés e observa, enfeitiçado. Mas em meu coração, a incredulidade e, depois, quase uma revolta;- este mundo rico defraudou o natal e tudo o que o cerca, e desalojou Jesus. Do natal, ama-se a poesia, a atmosfera, a amizade que desperta, os presentes que expõe, as luzes, as estrelas, as canções. Aposta-se no natal para o melhor faturamento do ano. Mas em Jesus não se pensa.
            Veio para os seus e os seus não o receberam. Não havia um lugar para ele na sala, nem mesmo no natal. Não dormi esta noite. Este pensamento me manteve acordada. Se eu renascesse – faria tanta coisa. Fundaria uma entidade a serviço dos natais dos homens na terra. Imprimiria os cartões de natal mais bonitos do mundo.
            Criaria estátuas e estatuetas com o mais apurado talento. Gravaria poesias, canções antigas e novas, ilustraria livros para crianças e adultos sobre este mistério do amor, redigiria roteiros para teatro ou filmes.
            Nem sei o que faria...
            Hoje, agradeço á igreja que salvou as imagens. Anos atrás, quando fui a um país dominado pelo ateísmo, havia um sacerdote esculpindo imagens de anjos para o povo se lembrar do céu. Hoje o entendo melhor, é exigência do ateísmo prático que agora invade o mundo por toda a parte.

            Certo é que preservar o natal e, ao contrário, banir o Recém Nascido, é algo que angustia. Que ao menos em todas as nossas casas se apregoe Quem Nasceu, preparando-lhe uma festa sem igual.   

O VINHO NOVO - CARVAJAL

            Dispor a alma para receber o dom divino da graça;- os odres novos.
            A contrição restaura-nos e prepara-nos para receber novas graças.
            A confissão sacramental, meio para crescer na vida interior.
Jesus ensinava, e os que o escutavam entendiam-no bem. Todos os que ouviram pela primeira vez as suas palavras narradas no Evangelho, conheciam os remendos nas roupas e todos também, acostumados aos trabalhos do campo, sabiam o que acontece quando se lança o vinho novo, extraído da vinha recém vindimada, em odres velhos. Com essas imagens simples e bem conhecidas, o Senhor ensinava as verdades mais profundas sobre o Reino que Ele viera trazer ás almas;- ninguém coloca remendo novo em pano velho;- do contrário, o remendo levará consigo parte do tecido, e o rasgão tornar-se-á maior. Também não se lança vinho novo em odres velhos;- do contrário, os odres arrebentam e todo o vinho se derrama;- o vinho novo lança-se em odres novos e assim as duas coisas se conservam.
            Jesus declara a necessidade de acolher a sua doutrina com um espírito novo, jovem, com desejos de renovação;- pois da mesma maneira que a força da fermentação do vinho novo faz estalar os recipientes já envelhecidos, assim também a mensagem que Cristo trouxe á terra tem que quebrar o conformismo, a rotina e as estruturas arcaicas. Os apóstolos lembrar-se-iam daqueles dias junto de Jesus como o início da sua nova vida;- não tinham recebido a pregação do Senhor como mais uma interpretação da lei, mas como uma vida nova que neles surgia com um ímpeto extraordinário e que lhes reclamava disposições novas. Sempre que os homens se encontraram com Jesus ao longo destes vinte séculos, alguma coisa de novo surgiu neles, rompendo atitudes velhas e gastas. Já o profeta Ezequiel havia anunciado que Deus concederia outro coração e um espírito novo aos que o seguissem. São Beda, ao comentar esta passagem do evangelho, explica como os apóstolos se transformaram no dia de Pentecostes, ao mesmo tempo que se enchiam do fervor do Espírito Santo. O mesmo aconteceria depois na igreja com cada um dos seus membros, uma vez recebidos o batismo e a confirmação. Estes odres novos – a alma limpa e purificada – devem estar sempre cheios;- pois, quando vazios, a traça e a ferrugem os consomem;- mas a graça conserva-os cheios.
            O vinho novo da graça necessita de umas disposições na alma constantemente renovadas, em torno do empenho por começar e recomeçar no caminho da santidade, que é um sinal de juventude interior, dessa juventude própria dos santos, das pessoas enamoradas de Deus. É um empenho que se traduz na disposição habitual de corresponder ás moções e insinuações do Espírito Santo, pois desse modo nos preparamos para receber outras novas. Como também na disposição de recorrer ao Senhor, pedindo-lhe que cure a nossa alma, sempre que não tenhamos sido plenamente fiéis. Limpa, Senhor Jesus – pedimos-lhe com Santo Ambrósio, a podridão dos meus pecados. Enquanto me tens atado pelos laços do amor, cura o que está doente. Eu encontrei um médico que vive no céu e derrama o seu remédio sobre a terra. Só Ele pode curar as minhas feridas, pois não tem nenhuma;- só Ele pode tirar do meu coração a sua dor e da alma a sua palidez, pois Ele conhece os segredos escondidos. Só o teu amor, Senhor, pode preparar a minha alma para receber mais amor.   
O vinho novo, que o Espírito Santo traz constantemente á alma, não envelhece, mas os odres podem envelhecer. Quando se quebram, são atirados ao lixo e o vinho perde-se. Por isso é necessário restaurar continuamente a alma, rejuvenescê-la, pois são muitas as faltas de amor, os pecados veniais talvez, que a impedem de receber mais graças e a envelhecem. Nesta vida, sempre sentiremos as feridas dos pecados;- defeitos do caráter que não se vencem de maneira definitiva, chamadas da graça que não sabemos atender com generosidade, impaciências, rotina na vida de piedade, faltas de compreensão...
            O que nos prepara para novas graças é a contrição, que aumenta a esperança, evita a rotina e faz com que o cristão se esqueça de si mesmo e se aproxime de Deus com um ato de amor mais profundo. A contrição caracteriza-se pela aversão ao pecado e pela conversão a Cristo. Não se identifica, portanto, com o estado em que uma alma pode encontrar-se por causa dos efeitos desagradáveis do seu erro (a quebra da paz familiar, a perda de uma amizade...), nem mesmo consiste no desejo de não se ter feito o que se fez...;- é a condenação decidida de uma ação, a conversão para o bom, para a santidade de Deus manifestada em Cristo;- é a irrupção de uma vida nova na alma, cheia de amor ao encontrar-se novamente com o Senhor. Por isso, não sabe arrepender-se, não se sente movido á contrição quem não relaciona os seus pecados, tanto os grandes como as pequenas faltas, com o Senhor.
            Diante de Jesus, todas as ações adquirem a sua verdadeira dimensão. Se ficássemos a sós com as nossas culpas, sem essa referencia á pessoa ofendida, provavelmente justificaríamos e tiraríamos importância ás nossas faltas e pecados, ou então nos encheríamos de desalento e desesperança diante de tanto erro ou omissão. O Senhor ensina-nos a conhecer a verdade sobre a nossa vida e, apesar de tantos de feitos e misérias, cumula-nos de paz e de desejos de ser melhores, de recomeçar novamente. A alma humilde sente a necessidade de pedir perdão a Deus muitas vezes ao dia. Cada vez que se afasta do que o Senhor esperava dela, compreende a necessidade de regressar como o filho pródigo, com verdadeira dor;- Pai, pequei contra o céu e contra ti;- já não sou digno de ser chamado teu filho;- trata-me como a um dos teus jornaleiros. E o Senhor, que está perto dos que têm um coração contrito, escutará a nossa oração. Com esta contrição, a alma prepara-se continuamente para receber o vinho novo da graça.
            O Senhor sabendo que somos frágeis, deixou-nos o sacramento da penitência, em que a alma não só sai restabelecida – mas também surge com uma nova vida, se porventura tinha perdido a graça. Devemos recorrer a este sacramento com uma sinceridade plena, humilde, contrita, com desejos de reparar. Uma confissão bem feita implica um exame profundo;- se for possível diante do sacrário – e sempre na presença de Deus. é nesse exame de consciência que o cristão vê o que Deus esperava da sua vida e o que realmente ela foi;- a bondade ou malícia das suas ações, as omissões, as ocasiões perdidas, a intensidade das faltas cometidas, o tempo em que permaneceu nelas antes de pedir perdão. Quem deseje ter uma consciência delicada procurará antes de mais nada confessar-se com frequência, e depois não se contentará com uma confissão simplesmente válida, mas aspirará a fazer uma confissão boa, que ajude eficazmente a alma elevar-se até Deus.
            Para que a confissão frequente consiga esse fim, é necessário seguir com toda a seriedade este principio;- sem arrependimento, não há perdão dos pecados. Daqui nasce esta norma fundamental para quem se confessa com frequência;- não posso confessar nenhum pecado venial de que não se esteja séria e sinceramente arrependido. Há um arrependimento geral. É a dor e a detestação  dos pecados cometidos em toda a vida passada. Esse arrependimento geral é de uma importância excepcional para a confissão frequente, pois ajuda-nos a cicatrizar as feridas deixadas pelas fraquezas, purifica-nos a alma e faz-nos crescer no amor do Senhor. A sinceridade há de levar-nos, sempre que seja necessário, descer a esses pequenos detalhes que dão a conhecer melhor a nossa fraqueza;- como ? quando? Porque motivo? Por quanto tempo? Evitando tanto o detalhe insubstancial e prolixo como a generalização.
É preciso dizer com simplicidade e delicadeza o que aconteceu, dar a conhecer o verdadeiro estado da alma, fugindo das divagações do tipo não fui humilde, fui preguiçoso, faltei á caridade, - coisas que, por outro lado, são quase sempre aplicáveis a qualquer mortal. Numa palavra, devemos cuidar de que nossa confissão frequente seja um ato pessoal, em que pedimos perdão ao Senhor das nossas fraquezas concretas e reais, não de generalizadas difusas.
            Este sacramento da misericórdia é refugio seguro;- aqui se curam feridas, se revitaliza o que estava gasto e envelhecido, e se remedeiam todos os extravios, grandes ou pequenos. Porque a confissão não é somente um juízo em que as ofensas são perdoadas, mas também um remédio para a alma. A confissão impessoal esconde, com frequência, um ponto de soberba e de amor próprio que trata de mascarar ou justificar aquilo que humilha e deixa humanamente em má situação.
Para tornarmos mais pessoal este ato de penitencia, devemos cuidar até do modo de nos confessarmos;- acuso-me de.... pois este sacramento não é um relato de umas coisas acontecidas, mas uma auto afirmação humilde e simples dos nossos erros e fraquezas diante do próprio Deus, que nos perdoará através do sacerdote e nos inundará com a sua graça. Deus seja louvado! Dizias de ti para ti depois de terminares a tua confissão sacramental. E pensavas;- é como se tivesse voltado a nascer.

            Depois, prosseguiste com serenidade;- Senhor – que queres que eu faça? E tu mesmo te deste a resposta;- com a tua graça, por cima de tudo e de todos, cumprirei a tua Santíssima Vontade – eu te servirei sem condições. 

FELIZ NATAL A TODOS

FELIZ NATAL  A TODOS – QUE JESUS RENASÇA EM CADA CORAÇÃO, COM MAIS AMOR – PERDÃO – DEVOÇÃO. E QUE SEMPRE IMITEMOS A SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ.
            LAUDES;- Ó CRISTO, LUZ DO PAI, Ó MÃE DE DEUS, MARIA, JPOSÉ, QUE PROTEGEIS O LAR, COM ALEGRIA. COM FLORES DE VIRTUDE REFULGE O VOSSO LAR. DA GRAÇA A PRÓPRIA FONTE AÍ SE VÊ JORRAR.
OS ANJOS FICAM PASMOS AO VER DE Deus o verbo, vestido em carne humana, servindo os próprios servos. Embora sendo o último, José – vós presidis. Dais ordens a Maria, aos dois, porém, servis.
            Mais nobre que os palácios, refulge esta mansão, pois nela teve origem do mundo a salvação. Jesus, Maria, José, do céu, onde reinais, fazei que nossos lares recebam a vossa paz.
Por vós, ó Jesus Cristo, cheguemos nós também, com vossos pais, á glória no lar dos céus. Amém.  

            Jesus crescendo se fortalecia, repleto de sabedoria, e a graça de Deus nele estava.
            Seu pai e sua mãe se admiravam do que se dizia do Menino.
Honra teu pai e tua mãe, como o Senhor teu Deus te ordenou, para que vivas por longo tempo e sejas feliz na terra que o Senhor teu Deus te vai dar.

                                                           Oração das horas.


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

ORAÇÃO DAS HORAS;- LAUDES


 
                                                           Hino

Do Rei Esposa e Filha,

            Real Virgem Maria, eleita desde sempre por Deus, que tudo cria.

Donzela imaculada, morada do Senhor, o Espírito – enviado do céu, vos consagrou.

            Sinal de caridade, que espelha todo o bem, aurora da luz nova,

Como arca, Deus contém.

            Delícias vos envolvem na Casa do Senhor, ó ramo de Jessé, da graça dando a flor.

Ó pedra preciosa, estrela reluzente, do Espírito os templos vivos, fazei-nos Transparentes.

            Ó Virgem singular, louvor ao Deus Trindade,

Que a vós deu os tesouros de sua Santidade.

 

            Santa Maria – sempre Virgem, Mãe de Deus, Senhora nossa;-

                        Sois o templo do Senhor, santuário do Espírito!

            Mais que todas agradastes a Jesus, nosso Senhor.

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            A todos e todas eu desejo que Santa Maria proteja a todos com seu Manto Sagrado. E que também nosso povo brasileiro sejam libertos de tanta violência – corrupção – falta da saúde – ensino prejudicado – e segurança muitas vezes tão violentas e de um salário tão miserável.
            Abençoe Mãe Santa este povo que te ama. Os que estão fora do nosso amado Brasil lutando por uma vida melhor. Mostre a todos a tua luz que leva a todos até Jesus. Amém. --------

FRUTOS DA MISSA;- CARVAJAL.


 
                        - os frutos da missa. O sacrifício eucarístico e a vida ordinária do cristão.

                        - a nossa participação na santa missa deve ser oração pessoal, união com Cristo, sacerdote e vítima.

                        - preparação para assistir á missa. O apostolado e o sacrifício eucarístico.

 

            O concílio vaticano II recorda-nos que o sacrifício da cruz e a renovação sacramental na missa constituem uma mesma realidade, á exceção do modo de oferecer, e que,consequentemente, a missa é ao mesmo tempo sacrifício de louvor, de ação de graças, propiciatório e satisfatório. Os fins que o Salvador deu ao seu sacrifício na Cruz costumam sintetizar-se nesses quatro, e alcançam-se em medidas e modos diversos. Os fins que se referem diretamente a Deus, como a adoração ou louvor e a ação de graças, produzem-se sempre infalível e plenamente no seu valor infinito, mesmo sem o nosso concurso, ainda que nenhum fiel assista á celebração da Missa ou assista distraído. Cada vez que se celebra o sacrifício eucarístico, louva-se á Deus Nosso Senhor sem limites, e oferece-se uma ação de graças que o satisfaz plenamente. Esta oblação, diz São Tomás, agrada mais a Deus do que o ofendem todos os pecados do mundo, pois o próprio Cristo é o Sacerdote principal de cada Missa e também a Vítima que se oferece em todas elas.

            Já os outros dois fins do sacrifício eucarístico (propiciação e de petição), que revertem em favor dos homens e que se chamam frutos da Missa, nem sempre atingem efetivamente a plenitude dos efeitos que poderiam alcançar. Os frutos de reconciliação com Deus e de obtenção do que pedimos á sua benevolência poderiam ser também infinitos, porque se baseiam nos méritos de Cristo, mas na realidade nunca os recebemos nesse grau porque nos são aplicados de acordo com as nossas disposições pessoais. Daí a importância de melhorarmos continuamente a nossa participação pessoal no Sacrifício do altar, unindo-nos intimamente ao próprio louvor, ação de graças, expiação e interpretação de Cristo Sacerdote.

            Neste sentido o rito externo da Missa (as ações e cerimônias), ao mesmo tempo que significam o sacrifício interior de Jesus Cristo, são também sinal da entrega e da oblação dos fieis unidos a Ele;- exigem e simultaneamente fomentam a entrega de todo o nosso ser, tanto durante a celebração como ao longo da vida;- todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas – indica o concílio vaticano II, bem como a vida conjugal e familiar, o trabalho cotidiano, o descanso do corpo e da alma, se praticados no Espírito – e mesmo os incômodos da vida pacientemente suportados, tornam-se (hóstias espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo, hóstias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor na celebração da Eucaristia. Todas as nossas obras e a própria vida adquirem um novo valor, porque tudo passa então a girar em torno da Santa Missa, que se converte no centro do dia.

            Para obtermos cada dia mais frutos da Santa Missa, a nossa Mãe a Igreja quer que assistamos a ela não como espectadores estranhos e mudos, mas tratando de compreendê-la cada vez melhor, nos seus ritos e orações – participando da ação sagrada de modo consciente, piedoso e ativo, pondo a alma em consonância com as palavras que dizemos e colaborando com a graça divina. Devemos, pois, prestar atenção aos diálogos, ás aclamações, e viver conscientemente esses elementos externos que também fazem parte da liturgia;- as posições do corpo ( de joelhos, de pé, sentados), a recitação ou canto de partes comuns (Glória, Credo, Santo, Pai Nosso...) etc. muitas vezes, ser-nos-á bastante útil no nosso missal as orações do celebrante. Como também o esforço por viver a pontualidade – chegando pelo menos uns minutos antes do começo, nos ajudará a preparar-nos melhor e será uma atenção delicada com Cristo, com o sacerdote que celebra a Missa e com os que já estão na igreja. O Senhor agradece que também nisto sejamos exemplares. Por acaso não seríamos pontuais se tratasse  de uma audiência importante? Não há nada mais importante no mundo do que a Santa Missa.

            Além da participação externa, devemos fomentar a participação interna, pela união com Jesus Cristo que se oferece a si mesmo. Esta participação consiste principalmente no exercício das virtudes;- em atos de fé, de esperança e de amor, de humildade, de contrição, ao longo das orações e nos momentos de silêncio;- antes do Confesso a Deus todo poderoso, devemos realmente sentir o peso dos nossos pecados;- no momento da consagração, podemos repetir, com o Apóstolo São Tomé, aquelas suas palavras cheias de fé e de amor;- Meu Senhor e meu Deus, ou outras que a piedade nos sugira.

            A nossa participação na santa missa deve ser, pois, e antes de mais nada, oração pessoal, o ponto culminante do nosso diálogo habitual com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Diz Paulo VI que esse espírito de oração, na medida em que for possível a cada um, é condição indispensável para uma participação litúrgica autêntica e consciente. E não somente condição, mas também seu fruto e consequência. É necessário, hoje e sempre, mas hoje mais do que nunca, manter um espírito e uma prática de oração pessoal. Sem uma íntima e contínua vida interior de oração, de fé, de caridade pessoal, não podemos continuar a ser cristão;- não podemos participar de uma maneira útil e proveitosa no renascimento litúrgico;- não podemos dar testemunho eficaz daquela autenticidade cristã de que tanto se fala;- não podemos pensar, respirar, atuar, sofrer e esperar plenamente com a igreja viva e peregrina...- dizemos a todos vós;- orai, irmãos. Não vos canseis de tentar que surja do fundo de vosso espírito, com o clamor mais íntimo, esse tu! Dirigido ao Deus inefável, a esse misterioso Outro que vos observa, espera e ama. E certamente não vos sentireis desiludidos ou abandonados, antes experimentareis a alegria nova de uma resposta embriagante;- eis que estou contigo.

            De modo muito particular, temos Deus junto de nós e em nós no momento da comunhão, em que a participação na santa missa chega ao seu momento culminante. O efeito próprio deste sacramento – ensina São Tomás de Aquino – é a conversão do homem em Cristo, para que diga com o Apóstolo;- não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Antes da santa missa, devemos preparar a nossa alma para nos aproximarmos do acontecimento mais importante que se dá cada dia no mundo. A missa celebrada por qualquer sacerdote, no lugar mais recôndito, é o evento mais importante que acontece naquele instante sobre a terra, ainda que não esteja presente uma única pessoa sequer. É a coisa mais grata a Deus que os homens lhe podem oferecer;- é a ocasião por excelência de agradecer-lhe os muitos benefícios que Dele recebemos, de pedir-lhe perdão por tantos pecados e faltas de amor... e de solicitar-lhe tantas coisas espirituais e materiais de que necessitamos.

            Quem não tem coisas a pedir? Senhor, esta doença...Senhor, essa tristeza...Senhor, essa humilhação que não sei suportar por teu amor...Queremos o bem, a felicidade e a alegria das pessoas da nossa casa;- oprime-nos o coração a sorte dos que padecem fome e sede de pão e de justiça, dos que experimentam a amargura da solidão, dos que, no fim dos seus dias, não recebem um olhar de carinho nem um gesto de ajuda. Mas a grande miséria que nos faz sofrer, a grande necessidade a que queremos pôr é o pecado, o afastamento de Deus, o risco de que as almas se percam para toda a eternidade.

            Levar os homens á glória eterna no amor de Deus;- esta é a nossa aspiração fundamental ao participarmos da missa, como foi a de Cristo ao entregar a sua vida no Calvário. Desta maneira, também o nosso apostolado se integra na Santa Missa e dela sai fortalecido. Os minutos de ação de graças depois da Missa completarão esses momentos tão importantes do dia, e terão uma influência direta no trabalho, na família, na alegria com que tratamos a todos, na segurança e na confiança com que vivemos o resto do dia. A missa vivida assim nunca será um ato isolado;- será alimento de todas as nossas ações e lhes dará umas características peculiares.

            E na Santa Missa encontramos sempre a nossa Mãe – Santa Maria. Como poderíamos tomar parte no Sacrifício do altar sem recordar e invocar a Mãe do Sumo Sacerdote e Mãe da Vítima? Nossa Senhora participou tão intimamente do Sacerdócio do seu Filho, durante a sua vida na terra, que devia ficar para sempre unida ao exercício desse Sacerdócio.
            Assim como esteve presente no Calvário, está presente na missa, que é prolongamento necessário da Cruz do Senhor. No Calvário, Nossa Senhora assistia o seu Filho que se oferecia ao Pai;- no altar, assiste a santa igreja que se oferece com a sua cabeça. Ofereçamos Jesus pelas mãos de Nossa Senhora. Procuremos ter presente a nossa Mãe Santa Maria durante a Santa Missa, e Ela nos ajudará a participar da imolação do seu Filho com outra piedade e recolhimento.