Primeiro sofrimento- pena dos
sentidos;- reuni todas as penas que os homens tem sofrido, sofrem e sofrerão,
desde o princípio do mundo até o fim dos tempos;- juntai todos os tormentos que
os tiranos e os algozes tem feito sofrer aos mártires;- será uma pálida imagem
dos tormentos do purgatório;- e, se ás pobres encarceradas fosse permitida a
escolha, prefeririam aqueles suplícios durante mil anos a ficarem no purgatório
mais um dia. SANTA CATARINA DE GÊNOVA.
A dor não é o golpe que recebe, mas
a sensação dolorosa desse golpe. São Tomás de Aquino. O fogo que envolve é o
mesmo que atormenta os condenados no inferno, e esse fogo, oh, é terrível!
Aquino. – As penas do purgatório são passageiras, não são eternas, mas creio
que são mais terríveis e insuportáveis que todos os males desta vida. São
Gregório Magno. – como deve ser maravilhoso o Céu, pois Deus exige uma
purificação tão dolorosa das almas. Santa Catarina de Sena.
Segundo sofrimento- PENA E DANO- é a
separação forçada de Deus ou uma força irresistível, que a cada instante afasta
bruscamente de Deus a alma que a todo momento, por instinto de sua natureza,
corre a se unir com ELE. Imaginemos uma mãe que chamada pelo filho prestes a
ser devorado por uma fera, fosse retida por uma força invencível no momento em
que se precipitasse em seu socorro. Para as almas esta sensação é uma
constante.
Terceiro sofrimento;- IMPOTÊNCIA DE
SE ACUDIREM A SI PRÓPRIAS. É a impotência absoluta;- não podem nem fazer
penitência, nem merecer, nem satisfazer á Justiça Divina, nem ganhar uma
indulgência, nem receber os Sacramentos. Mais uma vez é importante lembrar que
nós podemos ajudá-las a se libertarem.
Quarto sofrimento- O CONHECIMENTO
DOS SEUS PECADOS. As almas do purgatório veem as coisas de Deus diferente de
nós, esclarecidas pela Divina Luz, compreendem elas o respeito, o amor, a
obediência que deviam a Deus e, ainda a ingratidão dos pecados que cometeram.
Essa ingratidão as oprime de tantos remorsos, que elas sentem a necessidade de
sofrer para expiar tanta falta de amor e, ainda, a esse sentimento se une o
pensamento de que teriam podido facilmente evitar, em vida, as faltas que as
fazem sofrer.
Quinto sofrimento- O ESQUECIMENTO EM
QUE CAEM. As almas sofrem com o esquecimento dos seus, elas pedem o repouso, o
refrigério e a luz, e não rezamos por elas O QUANTO DEVERÍAMOS, para
libertá-las desse estado.
Sexto sofrimento- INCERTEZA DO TEMPO
DE PERMANÊNCIA NO PURGATÓRIO. Na eternidade não há mais tempo. O tempo não é
como o nosso;- elas sofrem sem saber quando vão ser libertadas. Um minuto nosso
para elas é uma eternidade. EU TEMO, TEMO DO BOM CONCEITO QUE MEUS AMIGOS TEM
FEITO DE MIM;- ENTENDENDO QUE EU JÁ ESTOU NO CÉU, SEM QUERER ME DEIXARÃO FICAR
NO PURGATÓRIO. SÃO FRANCISCO DE SALES.
DE
BOA VONTADE EU FICARIA CEM MIL ANOS NO PURGATÓRIO, POIS TERIA A CERTEZA DO
PARAÍSO. SÃO BERNARDINO DE SENA.
O estado das almas do purgatório nos
ensinamentos de SÃO FRANCISCO DE SALES;- 1- as almas do purgatório estão numa
continua união com DEUS e perfeitamente submissas á vontade de DEUS. não podem
deixar esta união divina e nunca podem contradizer a divina vontade, como nós
neste mundo.
2-
elas se purificam com muito amor e com toda boa vontade, porque sabem que isto
é da vontade de DEUS. sofrer para fazer a vontade de DEUS é uma alegria para
elas.
3-elas
querem ficar na maneira que DEUS quer e quanto tempo ELE quiser.
4-são
impecáveis e não podem experimentar o mais leve movimento de impaciência, nem
cometer uma imperfeição sequer.
5-amam
a DEUS mais do que a si próprias, e mais do que todas as coisas, e com amor
muito puro e desinteressado.
6-são
consoladas pelos anjos.
7-estão
seguras da sua salvação e com uma segurança que não pode ser confundida.
8-as
amarguras que experimentam são muito grandes, mas numa paz profunda e perfeita.
9-se
pelo que padecem estão numa espécie de inferno, quanto á dor, é um paraíso de
doçura;- quanto á caridade, mais forte do que a morte.
10-feliz
estado, mais desejável do que temível, pois estas chamas do purgatório são
chamas do AMOR!
Falam só das penas daquele lugar e
nunca da felicidade e da paz que desfrutam as almas que lá estão. É verdade que
os sofrimentos são extremos e as maiores e mais terríveis dores desta vida não
se podem comparar a eles, mas também as satisfações interiores são tais e
tantas que nenhuma prosperidade e alegria da terra a elas se podem igualar. SÃO
FRANCISCO DE SALES.
Sim, o tormento delas é tão grande
que nenhuma língua humana pode exprimi-lo, mas as suas delícias são de tal modo
inebriantes que só a felicidade dos eleitos podem dar uma ideia. SANTA CATARINA
DE GÊNOVA.
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