Maturidade
humana;- o segundo pressuposto diz respeito aos hábitos maduros ou
ao caráter maduro. A palavra maduro refere-se a fruta, que amadureceu e que
então pode ser colhida. Apenas a fruta madura é saborosa. A fruta verde tem um
paladar amargo ou ácido. A tarefa do celeireiro pressupõe maturidade humana.
Somente assim ele pode ser apreciado por aqueles aos quais deve estar á frente.
Ele precisa ser amadurecido pela chuva e pelo sol e ter se entregadoá vida.
Quando ele se coloca sob a chuva e o sol, sob o calor do dia e a escuridão da
noite, a semente, que trás dentro de si, transforma-se lentamente. Os critérios
para o amadurecimento humano são a paz interior, a serenidade, a integridade, a
identidade consigo mesmo. Aqueles que está em contato com seu centro não se
deixa facilmente levar á insegurança. Já naquele que é imaturo ou não calejado
surgem furtivamente comportamentos que não fazem nenhum bem ás pessoas. Nas
manchetes da imprensa vemos todo o tempo gestores que, embora ganham muito
dinheiro, permaneceram imaturos. Mesmo nos dias de hoje é uma expectativa justa
dos colaboradores exigirem que o gestor
tenha maturidade humana. Pois de outra forma não existiria motivação para
aceitarem suas ordens e se deixarem liderar por ele.
Bento também
enumera algumas características de uma pessoa madura. Em primeiro lugar está a
sobriedade. Sobritus, significa não estar embriagado, ter temperança, não se
deixar vencer pelos desejos, ser sensato, ponderado. Sóbrio é aquele que vê as
coisas como elas são, que não as adultera através da nevoa de sua embriaguez.
Sóbrio é aquele que é imparcial que pode avaliar objetivamente, que não se
deixa levar pelas emoções. Muitos não vêem as coisas como elas são, mas antes
através da lente de suas necessidades reprimidas, de suas emoções, de seus
medos e de suas desconfianças. Para Bento, aquele que é imparcial é uma pessoa
amadurecida e espiritualizada.
A espiritualidade não
é uma fuga da realidade, mas antes exatamente a arte de ser imparcial, de ver
as coisas assim como Deus as criou. Nós pensamos que isto seja fácil. No
entanto, nós vivenciamos as coisas da maneira como as vemos. E muitas vezes não
as vemos da maneira correta;- nós criamos ilusões da realidade. Nós vivemos na
ilusão de que podemos utilizar tudo a nosso favor. Nós vivemos na fantasia de
que somos os motores, as pessoas mais importantes que existem. Sendo assim,
tudo existe para nos servir. Aquele que
caminha pelo mundo tão embriagado por suas ilusões não poderá liderar de
verdade. Pelo contrário, ele acabará por corromper aqueles que deveria
conduzir. Em muitos dos casos de falências torna-se claro que os líderes estão
presos a algum tipo de ilusão;- que não avaliaram a realidade com sobriedade.
Edzard Reuter descreveu
várias vezes em suas memórias como uma grande indústria como a Daimler Benz
pode ser fortemente prejudicada pelos atritos que surgem a partir da inveja dos
colegas que ocupam cargos superiores. Cada um tem as suas próprias preferências
e luta por elas. Alega que luta pela causa. No entanto, trata-se aqui do
próprio poder, da vaidade pessoal e do reconhecimento exterior. Se um superior
não possuir um caráter amadurecido e não se colocar sobriamente diante das
coisas, utilizará sua energia apenas para sufocar na raiz as coalizões que
surgirem contra ele e para isto incentivará incompatibilidades entre os
colegas, segundo Reuter. Sob este formato, nenhuma liderança pode ser bem
sucedida. A energia não serve á causa, mas ao próprio poder. Assim não poderá
ser formada uma equipe, mas antes – um bando de feras misturadas e sem domador,
como foi descrita por um banqueiro a direção da Daimler Benz. Em uma empresa
deste tipo a maior parte das energias se perde, pois cada um luta pelo seu próprio
poder e influência. Para isto todos os meios são válidos. As pessoas não passam
as informações adiante. Deixa-se o outro no escuro e continua-se cozinhando a
própria sopa. Se um líder não encarar os conflitos de maneira objetiva, mas sim
sob o prisma de suas vaidades pessoais, a empresa, e até mesmo a sociedade,
acabarão arcando com os custos.então milhares de postos de trabalho passam a
correr risco e dentro da empresa surge uma disputa pelas primeiras posições,
mas nenhum clima que possa influenciar a sociedade em sentido positivo.
O filósofo Otfried Hoffe, nascido em Tübingen, trabalhou
em seu livro (moral como preço da modernidade)- os fundamentos de um ethos
ecológico mundial, que condizem com as duas posturas de sabedoria e de
sobriedade (ponderação) de Bento. Para Höffe as duas virtudes ecológicas mis
importantes são a serenidade e a ponderação. Höffe exige serenidade contra a
Hubris da própria superavaliação da ciência e a ponderação contra os excessos
da técnica e da racionalidade econômica. A sobriedade que Bento exige de um
celeireiro vê as coisas como elas são e lhes dá a dimensão que lhes é
condizente. Hoje em dia liderar descamba com facilidade para o turbilhão dos
excessos. Deseja-se continuar crescendo cada vez mais, ganhar cada vez mais. Somente
um líder que seja sábio e sóbrio poderá resistir á tentação da falta de
comedimento e satisfazer-se com a medida que é apropriada para ele e sua
empresa.---------------------------------------------------------
a
nossa responsabilidade, é muito maior quando lidamos com vidas. Nós mesmo
podemos nos apontar o dedo, e procurar melhorar nossos atos. Leia mais... e boa
sorte. Amém. Edna cavaletti.
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