sábado, 13 de janeiro de 2018

A CONFRATERNIZAÇÃO DE TODAS AS RELIGIÕES - PADRE EDVINO AUGUSTO FRIDERICHS



            É este um assunto que hoje em dia vem muitas vezes á baila. Lemos em certos jornais, revistas, etc...;- no sentido de as religiões todas se irmanarem. Em tese a idéia parece muito simpática, com visos de piedosa até, mas na realidade, constitui não somente uma utopia, mas mesmo um contra-senso. Não é realizável nem por parte das numerosas seitas, nem tão pouco por parte da igreja católica. Das primeiras, porque defendem doutrinas e pontos de vista contraditórios uns dos outros. Muito menos tal congraçamento seria viável por parte da igreja católica, pelo simples motivo, por isso se basear na incoerência do indiferentismo religioso, isto é, de as religiões todas serem boas.
            Ora, a boa e sã lógica ensina, que esta assertiva encerra uma contradição nos seus próprios termos. É uma criança que já nasceu morta. Reflitamos um pouco. Se uma religião ensina o contrário da outra, o que para uma é cristalina verdade, para a outra representa abominável erro.
Como é concebível que todas as religiões possam ser boas, se, o que para uma  é coisa sagrada, para a outra é objeto de execração? Se o que uma adora, a outra despreza, odeia e blasfema? Se todas as religiões fossem boas, então 2 vezes 5 seriam 10, seriam 9, seriam 11 e assim por diante e tudo estaria rigorosamente de acordo com a verdade. Mas qualquer criança do curso primário sabe que 2 vezes 5 são 10. Esta é que é a verdade. Portanto, logicamente, quem sustentasse 9 ou 11, estaria redondamente enganado, estaria cometendo crasso erro de palmatória.
            Ora, a igreja católica baseada em argumentação científica tem certeza de estar com a luz divina da verdade. Esta verdade é um depósito que lhe foi confiado por Jesus Cristo, motivo porque deve defendê-la irredutivelmente contra os erros invasores. Não prega idéias próprias, mas um patrimônio legado por Deus, pelo qual responsabilizada de transmiti-lo integralmente aos homens. No dia em que a igreja transigisse, não estaria mais de posse dessa tranqüila segurança, que tanto conforta os seus filhos.
            De mais a mais, não é a igreja que é intolerante, é a própria verdade que é intransigente. É intolerante a verdade porque não tolera junto de si o erro. É intolerante o raio de sol, porque não tolera junto de si o gelo. São intolerantes as matemáticas porque não toleram que 2 vezes 2 sejam 5. É intolerantes a igreja católica, porque Jesus Cristo não fundou mais que uma única religião, uma única igreja. Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, disse Cristo, e não, as minhas igrejas.
            Por isto, ao afirmar que ela é a única verdadeira igreja de Jesus Cristo, há de sustentar conseqüentemente que as outras confissões não são a verdadeira igreja de Jesus Cristo. 

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