Maria purifica nossas boas obras,
embeleza-as e as torna aceitáveis a seu filho. Esta bondosa Senhora purifica,
embeleza e torna aceitáveis a seu Filho todas as nossas boas obras, porque, Por
esta devoção, as damos todas a Ele pelas mãos de sua Mãe Santíssima.
1-
Ela
as purifica de toda mancha de amor próprio e do apego imperceptível á criatura,
apego que se insinua insensivelmente nas melhores ações. Desde que elas estão
em suas mãos puríssimas e fecundas, estas mesmas mãos, que não foram jamais
manchadas nem ociosas, e que purificam tudo que tocam, tiram do presente que
lhe fazemos tudo que pode deteriorá-lo ou torná-lo imperfeito.
2-
Ela
embeleza nossas boas ações, ornando-as com seus méritos e virtudes. É como se
um campônio, querendo ganhar a amizade do rei, se dirigisse á rainha, e lhe
apresentasse uma maçã, que representasse todo o seu lucro, e lhe pedisse que a
oferecesse ao rei. A rainha, acolhendo a pobre dádiva do camponês, punha-a no
centro de grande e magnífico prato de ouro, e apresentava-a assim ao rei, da
parte do ofertante. Nestas circunstâncias, a maçã, indigna por si mesma de ser
oferecida ao rei, torna-se um presente digno de sua majestade, devido ao prato
de ouro e á importância da pessoa que a apresenta.
3-
Ela
apresenta essas boas obras a Jesus Cristo, pois nada retém para si do que lhe
ofertamos. Tudo remete fielmente a Jesus. Se algo damos a ela, damos
necessariamente a Jesus. Se a louvamos e glorificamos, logo ela louva e
glorifica a Jesus. Hoje como outrora, quando santa Isabel a exaltou, ela canta,
quando a louvamos e bendizemos;- magnificat anima meã Dominum...
4-
Faz
Jesus aceitar essas boas obras, por pequeno e pobre que seja o presente que
ofertamos ao santo dos santos e rei dos reis. Quando apresentamos alguma coisa
a Jesus, de nossa própria iniciativa e apoiados em nossa própria capacidade e
disposição, Jesus examina o presente, e muitas vezes o rejeita em vista das
manchas que a dádiva contraiu do nosso amor próprio, como antigamente rejeitou
os sacrifícios dos judeus por estarem cheios de vontade própria. Quando, porém,
lhe apresentamos algo pelas mãos puras e virginais de sua bem amada, tomamo-lo
pelo seu lado fraco, se me é permitida a expressão. Ele não considera tanto a
oferta que lhe fazemos como sua boa Mãe que lha apresenta;- não olha tanto a
procedência do presente como a portadora. Deste modo, Maria, que nunca foi
repelida, e, pelo contrário, foi sempre bem recebida, faz que seja
agradavelmente recebido pela majestade divina tudo que lhe apresenta, pequeno
ou grande;- basta que Maria lho apresente para que Jesus o receba e acolha. Conselho
valioso é o que dava São Bernardo aos que dirigia no caminho da perfeição;- quando
quiserdes oferecer qualquer coisa a Deus, tende o cuidado de oferecê-lo pelas
mãos agradáveis e digníssimas de Maria, a menos que queirais ser rejeitados. E,
como vimos, a própria natureza não inspira aos pequenos como agir em relação
aos grandes? Porque não há de levar-nos a graça a fazer o mesmo em relação a
Deus, que está infinitamente acima de nós, e diante do qual somos menos que
átomos? Tendo além disso uma advogada tão poderosa, que não foi jamais
repelida;- tão habilidosa que conhece os segredos para ganhar o coração de
Deus;- tão boa e caridosa que não se esquiva a ninguém, por pequeno e mau que
seja.
Oremos;- ó santa imaculada virgindade,
não sei com que louvores vos possa exaltar, pois quem os céus não podem conter,
vós o levastes em vosso seio.
Sois
toda formosa, virgem Maria, e não há mancha em vós. Glória ao Pai, ao Filho e
ao Espírito Santo. Amém.
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