sábado, 13 de janeiro de 2018

MARIA PURIFICA...MONTFORT



            Maria purifica nossas boas obras, embeleza-as e as torna aceitáveis a seu filho. Esta bondosa Senhora purifica, embeleza e torna aceitáveis a seu Filho todas as nossas boas obras, porque, Por esta devoção, as damos todas a Ele pelas mãos de sua Mãe Santíssima.
1-     Ela as purifica de toda mancha de amor próprio e do apego imperceptível á criatura, apego que se insinua insensivelmente nas melhores ações. Desde que elas estão em suas mãos puríssimas e fecundas, estas mesmas mãos, que não foram jamais manchadas nem ociosas, e que purificam tudo que tocam, tiram do presente que lhe fazemos tudo que pode deteriorá-lo ou torná-lo imperfeito.
2-     Ela embeleza nossas boas ações, ornando-as com seus méritos e virtudes. É como se um campônio, querendo ganhar a amizade do rei, se dirigisse á rainha, e lhe apresentasse uma maçã, que representasse todo o seu lucro, e lhe pedisse que a oferecesse ao rei. A rainha, acolhendo a pobre dádiva do camponês, punha-a no centro de grande e magnífico prato de ouro, e apresentava-a assim ao rei, da parte do ofertante. Nestas circunstâncias, a maçã, indigna por si mesma de ser oferecida ao rei, torna-se um presente digno de sua majestade, devido ao prato de ouro e á importância da pessoa que a apresenta.
3-     Ela apresenta essas boas obras a Jesus Cristo, pois nada retém para si do que lhe ofertamos. Tudo remete fielmente a Jesus. Se algo damos a ela, damos necessariamente a Jesus. Se a louvamos e glorificamos, logo ela louva e glorifica a Jesus. Hoje como outrora, quando santa Isabel a exaltou, ela canta, quando a louvamos e bendizemos;- magnificat anima meã Dominum...
4-     Faz Jesus aceitar essas boas obras, por pequeno e pobre que seja o presente que ofertamos ao santo dos santos e rei dos reis. Quando apresentamos alguma coisa a Jesus, de nossa própria iniciativa e apoiados em nossa própria capacidade e disposição, Jesus examina o presente, e muitas vezes o rejeita em vista das manchas que a dádiva contraiu do nosso amor próprio, como antigamente rejeitou os sacrifícios dos judeus por estarem cheios de vontade própria. Quando, porém, lhe apresentamos algo pelas mãos puras e virginais de sua bem amada, tomamo-lo pelo seu lado fraco, se me é permitida a expressão. Ele não considera tanto a oferta que lhe fazemos como sua boa Mãe que lha apresenta;- não olha tanto a procedência do presente como a portadora. Deste modo, Maria, que nunca foi repelida, e, pelo contrário, foi sempre bem recebida, faz que seja agradavelmente recebido pela majestade divina tudo que lhe apresenta, pequeno ou grande;- basta que Maria lho apresente para que Jesus o receba e acolha. Conselho valioso é o que dava São Bernardo aos que dirigia no caminho da perfeição;- quando quiserdes oferecer qualquer coisa a Deus, tende o cuidado de oferecê-lo pelas mãos agradáveis e digníssimas de Maria, a menos que queirais ser rejeitados. E, como vimos, a própria natureza não inspira aos pequenos como agir em relação aos grandes? Porque não há de levar-nos a graça a fazer o mesmo em relação a Deus, que está infinitamente acima de nós, e diante do qual somos menos que átomos? Tendo além disso uma advogada tão poderosa, que não foi jamais repelida;- tão habilidosa que conhece os segredos para ganhar o coração de Deus;- tão boa e caridosa que não se esquiva a ninguém, por pequeno e mau que seja.


Oremos;- ó santa imaculada virgindade, não sei com que louvores vos possa exaltar, pois quem os céus não podem conter, vós o levastes em vosso seio.

            Sois toda formosa, virgem Maria, e não há mancha em vós. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Amém.

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