terça-feira, 7 de agosto de 2018

JOHN POWELL.



Os mecanismos de defesa do EGO mais freqüentes são os 5 descritos aqui;
1-     Por meio da compensação vamos para o outro extremo a fim de evitar cair com o rosto no chão. Freud chamava esse processo de formação reativa. Por exemplo;- procuramos esconder nossas incertezas fazendo de conta que sabemos de tudo. O menininho que assobia no escuro enquanto atravessa o cemitério de noite.
2-     Por meio do deslocamento construímos um desvio psicológico, um caminho ou saída alternativa para os impulsos que não podemos liberar diretamente. Por exemplo;- não posso manifestar minha hostilidade contra o chefe que acho detestável e por isso vou a um jogo de basquete e grito MATEM O JUÍZ!
3-     Por meio da projeção livramo-nos espertamente das qualidades indesejáveis que temos, atribuindo essas coisas repugnantes a outra pessoa ou coisa. Por exemplo;- ADÃO ACUSOU EVA E EVA ACUSOU A SERPENTE. Ou atribuímos a má qualidade de nosso trabalho á má qualidade das ferramentas.
4-     Por meio de introjeção reivindicamos para nós as boas qualidades ou feitos dos outros, participando indiretamente de suas realizações e aquecendo-nos ao sol da glória. Em outra forma de introjeção, imaginamo-nos vítimas heróicas de uma perseguição.
5-     Por meio da racionalização encontramos bons motivos para justificar o que basicamente sabemos que está errado. Quando roubo, imagino que sou ROBIN HOOD roubando dos ricos (eles) para dar aos pobres (eu). todos esses processos são impedimentos para uma boa comunicação porque, de algum modo, escondem nossa pessoa e nossa vulnerabilidade. São barreiras á autenticidade.

SÃO JOSÉ OPERÁRIO;-


anuncia a aurora o dia, chama todos ao trabalho;-
Como outrora em NAZARÉ, já se escutam serra e malho.
            Salve, ó chefe de família! Que mistério tão profundo ver que ensinas teu ofício a quem fez e salva o mundo!
            Habitando agora o alto com a ESPOSA E O SALVADOR, vem e assiste aqui na terra todo pobre e sofredor!
            Ganhe o pobre um bom salário, e feliz seja em seu lar;-
Gozem todos de saúde com modéstia e bem estar.
            SÃO JOSÉ, roga por nós á TRINDADE que é um só DEUS;- encaminha os nossos passos, guia a todos para os céus.

Oremos;- oremos, humildemente ao SENHOR, de quem procede toda perfeição e santidade dos justos, e digamos;- SANTIFICAI-NOS, SENHOR, SEGUNDO A VOSSA JUSTIÇA!
            SENHOR, DEUS, que chamastes os nossos pais na fé para caminharem na vossa presença com um coração perfeito, fazei que, seguindo os seus passos, alcancemos a perfeição de acordo com a vossa vontade.
            Vós, que escolhestes SÃO JOSÉ, homem justo, para cuidar de vosso FILHO na infância e juventude, fazei que sirvamos em nossos irmãos e irmãs o CORPO MÍSTICO DE CRISTO.
            Vós, que destes a terra aos seres humanos para que a povoassem e dominassem, - ensinai-nos a trabalhar corajosamente neste mundo, buscando sempre a vossa glória.
            Pai, de todos nós, lembrai-vos da obra de vossas mãos, - e daí a todos trabalho e condições de vida digna. Amem.  
             

SÃO JOSÉ; PADRE FIDEL GARCIA RODRIGUEZ.



SÃO JOSÉ ESPOSO DE MARIA. O mundo em que vivemos é carente de modelos de bem, isto é, de pessoas cujos valores humanos e transcendentes vividos no quotidiano despertam a admiração, o respeito e o desejo de imitá-los. Pouco conhecemos sobre a vida de SÃO JOSÉ;- unicamente as rápidas referencias transmitidas pelos evangelhos. Este pouco é o suficiente para destacar seu papel primordial na historia da salvação. Da linhagem de DAVI, JOSÉ surge na história na hora de desposar MARIA, também da tribo real israelita. José é o elo de ligação entre o ANTIGO E O NOVO TESTAMENTO. É o último dos patriarcas. Para destacar este caráter especial de JOSÉ, o evangelho de MATEUS nos fala de seus sonhos, a exemplo dos grandes patriarcas fundadores do povo judeu.
            SUA VIDA E SEUS VALORE;- a missão de JOSÉ na história da salvação, entre outros aspectos, consistiu em dar o nome a JESUS, fazê-lo descendente da linhagem de DAVI, como era necessário para cumprir as promessas. Sua pessoa fica na penumbra, mas o evangelho nos indica as fontes da sua grandeza interior;- era um JUSTO (cabe lembrar que ABRAÃO tinha buscado 6 justos na cidade e não os tinha encontrado). Justo no mundo romano, era quem se comportava corretamente, porque observava as leis, porque professava uma verdadeira virtude;- biblicamente, justo é aquele que vive a aliança com DEUS na liberdade e por amor, inserido na sociedade de seu tempo. A justiça de JOSÉ, cidadão de NAZARÉ, se reflete no exemplo de sua conduta elevada e na pobreza de seus sentimentos.
            É de uma fé profunda, inteiramente disponível á vontade de DEUS. as promessas de DEUS encontram sua realização na adesão de JOSÉ, na fé, como resposta. José é um homem de ESPERANÇA, alguém que esperou contra toda esperança. Como todo judeu, esperava solitário a salvação de ISRAEL. Sente que estão oprimidos pelo regime de dominação romana e outros grupos nacionalistas;- experimenta a exploração por um sistema em que os deixam cada vez mais pobres e excluídos, comprometendo a vida. É uma esperança pessoal e social. TEM CARIDADE. O amor a JAVÉ e ao povo que JAVÉ criou, protegeu, com quem fez uma aliança, a quem dotou de patriarcas, reis e profetas, o faz sentir-se responsável pelo seu destino. O amor a MARIA o leva a pensar em deixá-la para não prejudicá-la e muito menos ser obstáculo á realização dos projetos de DEUS. É pai exemplar. Paternidade não é só questão biológica – filhos a gente não tem tanto gerando-os, mas acolhendo-os, assumindo-os. José é doce, terno, dedicado e atencioso, cria espaço para o diálogo e a liberdade;- cultiva a admiração, estima valorização, defesa e amor pela família- é amigo.
            RECONHECIMENTO;- o culto a SÃO JOSÉ foi crescendo continuamente. PIO IX o declarou padroeiro da igreja universal. LEÃO XIII, advogado dos lares cristãos e, finalmente, modelo dos operários. JOSÉ COM MARIA ajudaram JESUS a crescer humana e espiritualmente e no exercício da cidadania. JOSÉ morreu num momento do qual não temos dados, mas – com doce consolo, assistido por JESUS E MARIA. Que ele nos alcance a graça de vivermos esses valores e termos a mesma felicidade de sermos assistidos na hora da nossa partida, por JESUS E MARIA E JOSÉ, depois de uma vida dedicada a DEUS e áqueles que DEUS ama.    

PADRE SCHNEIDER.



            BOB DYLAN, ídolo da canção internacional, fez uma música célebre que GERALDO AZEVEDO e BABAL adaptaram sob este título. O AMANHÃ É DISTANTE.
            O amanhã não é distante quando assumimos compromissos com o EVANGELHO, com o REINO DE CRISTO e com nosso hoje. Gabriela Mistral, poetisa chilena, premio Nobel de literatura 1970. Alegrava-se com o inacabado, com a terra a ser lavrada e a faina dos jardineiros;- como seria triste o mundo se não houvesse uma roseira a ser plantada, uma tarefa a realizar. Na vida, muitos trabalham de sol a sol, outros se omitem ingloriamente. A preguiça e o medo os acorrentam na prisão da covardia, da deserção. Os otimistas enfrentam obstáculos, desafios;- e os céticos concluem que não valem a pena remar contra a maré. Segundo CRISTO, MESTRE DA PALESTINA, muita gente constrói sua casa sobre a rocha;- ao passo que os insensatos a edificam sobre terra pantanosa, sobre areia movediça. Ao sopro dos ventos e tempestades, tudo desmorona, por carência de bons fundamentos.
            Quem semeia ventos colhe tempestades. Plantemos paz e harmonia;- é sempre mais sábio e gratificante. Porque demolir, arrasar, se você nasceu para ser obreiro incansável num século a ser reconstruído desde seus alicerces? Nos vastos campos do universo e na seara das almas, dos corações, viver é plantar. Trabalhando colhemos o progresso, e sendo gentis, educados, colhemos simpatia, votos de confiança. Os frutos da realização nascem do esforço, da perseverança. O discernimento nasce da reflexão ponderada. Os disciplinados rendem mais no serviço porque trabalham com alegria, sem atropelos, sem afobação. Garimpando com persistência e determinação, os diamantes aparecem.
            O perdão é fruto da misericórdia e a serenidade profunda brota da paz de consciência. A luz clareia quando expulsamos as trevas, sem compactuar com o erro, com a falsidade. As almas orantes crescem na fé, na experiência de DEUS, na fraternidade, porque se alimentam na vida sacramental, com humildade e candura. Fazendo do dia a dia uma canção, sinta a vida palpitando no sorriso das crianças, no murmúrio das fontes, no fulgor das estrelas, na fronte enrugada do ancião, na inquietude dos jovens, no entusiasmo generoso dos que lutam por um mundo melhor, mais justo, solidário e cristão.
            Senhor, o tempo é infinito em tuas mãos. E minha vida é curta demais para ser desperdiçada. Que meus ofertórios, na liturgia do cotidiano, tenham sempre alguma oferenda, braçadas de ternura e muito amor. Com os ofertórios de MARIA SANTÍSSIMA, que guardava tudo, tudo, no silencio de seu coração profundamente acolhedor, dócil e maternal. AMEM.



VOCAÇÃO E SANTIDADE;- PAPA FRANCISCO.



                        BENDITO SEJA O DEUS PAI DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, QUE NOS ABENÇOOU COM TODA A BENÇÃO ESPIRITUAL NOS CÉUS, EM CRISTO. NELE, DEUS NOS ESCOLHEU, ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, PARA SERMOS SANTOS E ÍNTEGROS DIANTE DELE, NO AMOR. CONFORME O DESÍGNIO BENEVOLENTE DE SUA VONTADE, ELE NOS PREDESTINOU Á ADOÇÃO COMO FILHOS, POR OBRA DE JESUS CRISTO. Efésios 1,3-5

            Ser santo não é um privilégio de poucos, como se alguém tivesse recebido uma grande herança. No batismo, todos nós recebemos a herança de poder tornar-nos santos. A santidade é uma vocação para todos. Por isso, todos nós somos chamados a caminhar pela vereda da santidade, e esta senda tem um nome, um semblante;- o rosto de JESUS CRISTO. É ele que nos ensina a tornarmo-nos santos. É ele que, no EVANGELHO, nos indica o caminho;- a via das BEM AVENTURANÇAS. Com efeito, o REINO DOS CÉUS é para aqueles que não depositaram a sua segurança nas coisas, mas no amor de DEUS;- para aqueles que tem um coração simples e humilde, sem a presunção de ser justos, sem julgar os outros;- para aqueles que sabem sofrer com quantos sofrem e alegrar-se com quantos se alegram;- para aqueles que não são violentos, mas misericordiosos, procurando ser artífices de reconciliação e de paz. O SANTO – A SANTA – SÃO ARTÍFICES DE RECONCILIAÇÃO E DE PAZ;- AJUDAM SEMPRE AS PESSOAS A RECONCILIAREM ENTRE SI, CONTRIBUEM SEMPRE PARA QUE HAJA PAZ.

PORQUE AS GUERRAS? PAPA FRANCISCO.



            DE ONDE VEM AS GUERRAS? DE ONDE VEM AS BRIGAS ENTRE VÓS? NÃO VEM PRECISAMENTE, DAS PAIXÕES QUE ESTÃO EM CONFLITO DENTRO DE VÓS? COBIÇAIS, MAS NÃO CONSEGUIS TER. MATAIS, FOMENTAIS INVEJA, MAS NÃO CONSEGUIS ÊXITO. BRIGAIS E FAZEIS GUERRA, MAS NÃO CONSEGUIS POSSUIR. E A RAZÃO PORQUE NÃO POSSUÍS ESTÁ EM QUE NÃO PEDIS. PEDIS, SIM, MAS NÃO RECEBEIS, PORQUE PEDIS MAL. POIS O QUE PEDIS, SÓ QUEREIS ESBANJÁ-LO NOS VOSSOS PRAZERES. APROXIMAI-VOS DE DEUS, E ELE SE APROXIMARÁ DE VÓS. LIMPAI AS MÃOS, Ó PECADORES, E PURIFICAI OS CORAÇÕES, HOMENS AMBÍGUOS.   Carta de Tiago 4,1-3.8

                        Dentro do povo de DEUS e nas diferentes comunidades, quantas guerras! No bairro, no local de trabalho, quantas guerras por invejas e ciúmes, mesmo entre cristãos. O mundanismo espiritual leva alguns cristãos a estar em guerra com outros cristãos que se interpõem na sua busca pelo poder, prestígio, prazer ou segurança econômica. Além disso, alguns deixam de viver uma adesão cordial á igreja por alimentar um espírito de contenda.
                        Mais do que pertencer a igreja inteira, com a sua rica diversidade, pertencem a este ou aquele grupo que se sente diferente ou especial.

VIDA DE FÉ;- CAMINHO GRANDEZA E DIGNIDADE? PADRE HERMINIO E. PRETTO.



            A presença da fé religiosa sempre foi marcante na história da humanidade. Povos ensaiando os primeiros passos na afirmação da dignidade humana, da mesma forma como povos envolvidos em expressivas elaborações do sentido e da organização da vida, reservaram espaços significativos para o reconhecimento de divindades e para a estruturação de cultos. Em meio a tudo isso surge inevitável a pergunta;- a vida de fé estimula o crescimento do ser humano, possibilitando-lhe extraordinárias elevações ou, pelo contrário, é um fator de bloqueio no caminho em direção á maturidade? É uma questão complicada e revela-se difícil responder-lhe com segurança. Para quem se inspira nas ESCRITURAS judeu cristãs, que são testemunhos e não demonstrações, a resposta é simples;- sob sua inspiração a dignidade humana é não apenas respeitada, mas promovida com impressionante vigor. Mas é preciso que se faça uma distinção entre a vida sugerida pela fé cristã e a atuação histórica da igreja. Essa, em determinados momentos, traiu sua inspiração original. Somente um compromisso incondicional com a vida permite interpretá-la como mediação para caminhos de verdadeira grandeza humana.
            A fé e o sofrimento;- quem compreende a fé como afirmação da vida defronta-se com o escândalo do sofrimento humano, sobretudo o que envolve os inocentes. O sofrimento dos culpados é não aceito, mas até exigido. Para muita gente, a atitude compassiva em relação aos pecadores deixa o sabor amargo de sacrifícios e renuncias literalmente inúteis. O inferno seria mais uma exigência dos justos do que um desejo punitivo divino. De todo modo, permanece aberto o problema de como seria possível conciliar a providencia de DEUS com a existência do sofrimento. O sinal dos pães multiplicados – mostra-nos JESUS envolvido com necessidades humanas elementares. Testemunha com vigor que a plenitude da vida na comunhão com o SENHOR não se bloqueia em face de experiências sofridas;- QUEM NOS SEPARARÁ DO AMOR DE CRISTO? A tribulação, a angustia, a perseguição, a fome, a miséria, o perigo, a espada? Mas em tudo isso somos vencedores, por AQUELE que nos amou. A privação e a dor, obras do ser humano, não bloqueiam o caminho da dignidade e da afirmação da vida.
            Uma fé vacilante;- quando associamos vida de fé e dignidade humana, pressupomos uma experiência religiosa que seja densa e consistente. E quando isso acontece, são as fibras mais íntimas do coração a serem envolvidas em singular dinamismo. De certa forma, o ser humano é levado para além de si mesmo, em níveis nos quais ele não é produtivo e sim receptivo;- é a eficácia da GRAÇA assegurando plenitude. Afinal, ninguém pode produzir ou merecer aquilo que lhe é oferecido gratuitamente. Engana-se quem imagina o vigor da GRAÇA nos moldes da força produtiva do ser humano. Pelo contrário, ele se expressa em formas simples e quase imperceptíveis;- tudo isso, no entanto, que chega sempre na sugestão e na oferta, revela-se ineficaz se a fé for vacilante, incapaz de resistir ao mais simples abalo. O convite de JESUS assegurando possibilidades não surge efeito porque PEDRO deixa-se tomar pela dúvida e pelo medo. DAÍ A NECESSIDADE, NA ATITUDE ORANTE, DE IMPLORAR SEU FORTALECIMENTO.
            UMA MULHER SINGULAR;- a festa da ASSUNÇÃO DE MARIA situa no centro da liturgia a figura de uma mulher que, reconhecida como cheia de graça, fez da disponibilidade ao projeto de DEUS a grande inspiração de sua vida. Independentemente de como possa hoje ser interpretada sua elevação ao céu, a fé da igreja quer glorificar esta mulher singular que, nada tendo feito de extraordinário, pode, no entanto, proclamar;- TODAS AS GERAÇÕES ME PROCLAMARÃO BEM AVENTURADA, PORQUE O TODO PODEROSO FEZ POR MIM GRANDES COISAS. Em conformidade a seu espírito, não se trata de atribuir-lhe uma dignidade divina e sim a de glorificar a DEUS pelas maravilhas nela realizadas. É justamente isso que a liturgia deveria fazer. Mas isso tudo perderá consistência e soará em falso se, no interior da igreja, não forem dados passos expressivos na afirmação da dignidade e do valor de toda mulher. Hoje ela é ainda compreendida como pessoa subalterna, sem acesso ao coração da igreja, prestando serviço naquilo que é de importância inferior. QUANDO JESUS DEFINIU A VIDA PLENA COMO A RAZÃO DA SUA VINDA, NÃO FEZ ACEPÇÃO;- MULHERES E HOMENS, INSEREM-SE NO MESMO DINAMISMO DIVINO.
            UMA VIGOROSA PROFISSÃO DE FÉ;- a figura do APÓSTOLO PEDRO, tal como se apresenta, é surpreendente. Homem de reações imediatas, revela-se capaz de expressões generosas e de gestos marcados pelo medo e pela covardia. Em face de opiniões discordantes a respeito da identidade de JESUS, ele faz uma vigorosa profissão de fé;- TU ÉS O CRISTO, O FILHO DE DEUS VIVO. O que inspira tal profissão de fé, não é, a rigor, uma reflexão atenta ou uma argumentação consistente. É a resposta imediata e natural, distante de posturas inspiradas no cálculo, de alguém marcado por intensa afetividade. No interior de tal perspectiva, revela-se flagrante o contraste com o apóstolo PAULO, que associa inseparavelmente o amor a JESUS CRISTO e a entrega á missão á reflexão atenta, consciente do mistério;- Ó PROFUNDEZA DA RIQUEZA, DA SABEDORIA E DA CIENCIA DE DEUS! quão insondáveis são os seus julgamentos e impenetráveis seus caminhos. A unidade da fé na diversidade das formas é meta essencial que a igreja não pode deixar de perseguir.

CREMAÇÃO DE CADÁVERES. JOSÉ LUIZ MARINHO VILLAC.



            CREMAÇÃO DE CADÁVERES;- É LÍCITA SEGUNDO A DOUTRINA CATÓLICA? Este tema está na ordem do dia. Está se tornando moda pedir para ser cremado... a cremação é a destruição violenta do cadáver humano por meio do fogo ou de grande calor, no forno crematório. Muitos povos pagãos da antiguidade usavam a cremação. Pelo contrário, o povo judeu e, mais tarde, os cristãos sempre rejeitaram a cremação como indigna e não conveniente á reverencia devida ao corpo humano, templo da Santíssima Trindade.
            Entretanto, de si, a cremação não é boa nem má, podendo mesmo ser utilizada como necessidade em casos de peste, de catástrofes, nas quais a corrupção lenta de um grande número de cadáveres pode ser perigosa para a saúde ( exalações pestilenciais, contágio, etc. a razão pela qual a igreja se opõe á cremação não é por que esta, de si, seria contra o dogma católico da ressurreição. A ressurreição dos corpos não se torna mais difícil pela cremação do que pela corrupção dos corpos. Deus, a partir de uma minúscula célula do corpo humano (contido seja na cinza funerária, seja no resultado da corrupção orgânica) o reconstitui por inteiro. Trata-se de um milagre semelhante ao da criação.
            Até 5 de julho de 1965 a disciplina canônica era severa no tocante á cremação dos corpos . punia negando as exéquias, ou seja, a encomendação do corpo, e a celebração das missas de corpo presente, de sétimo e trigésimo dias e aniversário aqueles que postulassem a cremação de seu cadáver. Se a igreja condena a cremação é antes de tudo porque ela se opõe a antiqüíssima tradição que remonta ás próprias origens da humanidade e que se radica nos justos sentimentos de reverencia para com o corpo humano, santificado pela intimidade com a alma elevada pela graça, que o torna templo vivo do Espírito Santo.
            A atual lei da igreja, a partir do concílio vaticano II, ao tratar de sepultamento diz o seguinte;- a igreja aconselha que se conserve o piedoso costume de sepultar o cadáver dos defuntos;- sem embargo, não proíbe a cremação, a não ser que haja sido eleita por razões contrárias á doutrina cristã. Nos casos em que razões psicológicas (certas neuroses de ser enterrado vivo) ou outras razões levem alguém a desejar a cremação (ou nos casos de calamidades acima mencionados), as cinzas do defunto devem ser guardadas com respeito, como as cinzas retiradas da sepultura quando se completa a deterioração do cadáver pela corrupção orgânica. O local apropriado para guardá-las são as urnas nos cemitérios, onde as pessoas podem ir rezar e se recolher para lembrar-se piedosamente do finado. Mas qualquer lugar digno pode ser utilizado.
            Enterrar os mortos inúmeras confrarias piedosas durante os séculos em que a fé predominou na sociedade ocidental. Mais importante do que tudo é, entretanto, rezar pelas almas dos falecidos, as almas benditas do purgatório.
            Deus – em virtude da caridade que nós tivemos para com elas, dispensar-nos-á graças abundantes, durante a vida e abreviará o nosso purgatório depois da morte.

O SOFRIMENTO É PRIVILÉGIO DE TODOS. NINGUÉM ESTÁ ISENTO. BATTISTINI.



            O sofrimento não faz distinção de pessoas, nem de cultura e nem de posição social... o sofrimento é privilégio de todos. Ninguém está isento de sofrer. Do momento que somos seres humanos, cada qual possui uma porção de sofrimento, bem apropriada e bem medida, conforme a sua capacidade de superar e suas necessidades de amar. Isto é, cada sofrimento é proporcional ás forças que cada um possui para superá-lo ou anulá-lo.nunca uma pessoa se depara com um sofrimento tão grande ao ponto de não ter forças para superá-lo. Tudo pela GRAÇA DE DEUS pois a sua justiça se equipara ao seu amor que é infinito.
            UMA CONSTATAÇÃO SIMPLES E AGRADÁVEL;- do momento que o sofrimento existe na vida de todos os seres humanos, torna-se mais fácil para suportá-lo e superá-lo. De fato, há um provérbio que diz;- o sofrimento, quando é comum a todos, torna-se quase um bem, isto é, uma meia alegria. – é moda hoje, esbanjar alegria, saúde, saber, luxo, poder, cultura....Ninguém gosta de mostrar a dor os pontos fracos da própria vida que podem causar dor e preocupação ou diminuir o seu prestígio. Se uma pessoa fizesse isso, logo veria o deserto ao redor de si. Na medida em que temos medo de expor nossos sofrimentos, porque espantam os amigos, na mesma medida, com absoluta certeza, podemos dizer que nossa maneira de viver se torna sempre mais pagã, vazia, e materialista, pois, demonstra cultivar somente e exclusivamente, as aparências, o que é vistoso, iludente e que esconde a verdade – não parece um bom sinal para uma sociedade aberta...
            O maior pensador católico inglês, dizia;- não existe homem sem sofrimento. Se houver, não é homem. Shekespeare.
            Deus não nos dá a liberdade de sofrer ou não sofrer. Permite somente uma última liberdade;- aceitar o sofrimento com amor ou com amargura.  J. Monvic.
            Não duvide! Leve ou pesada a tua cruz está feita á tua medida. E é diferente de todas as outras. Mauriac.
            Um raciocínio que muitos não gostam de fazer;- se o sofrimento é universal, patrimônio de todos os povos e de cada um dos seres humanos, deve conter ou encerrar um grande valor! Qual é o valor que o sofrimento encerra? É preciso desvendar este segredo, pois, absolutamente, deve ser benéfico para toda a humanidade e para cada um dos seres humanos em particular.
            Muitas vezes o remédio amargo, são os mais eficazes para curar as doenças, que nos levariam para a morte. Apesar disso, muitas pessoas, evitam de qualquer maneira, tomar estes remédios amargos. Porém, nunca conseguirão se libertar dos sofrimentos que a doença produz. De fato, os resultados estão por aí. Apesar da abundância do bem estar, comodidades, etc..., há muita gente sem paz, sem alegria, sempre de mau humor, sem saúde física, nem espiritual, sempre eternamente descontentes e resmungando de tudo e de todos, sempre cheias de queixumes e sem perspectivas de um futuro melhor.
            Qual o remédio infalível, para, apesar dos sofrimentos e privações, ter uma vida equilibrada, harmoniosa, em paz com Deus e com os homens?
            Simples! Enfrentar o sofrimento e as provações e até os massacres da mesma maneira de Jesus. – é por este motivo que Jesus faz o convite;- VINDE A MIM, VÓS QUE ESTAIS AFLITOS E CANSADOS...EU VOS ALIVIAREI!
            COM CERTEZA ABSOLUTA Jesus quer o nosso bem. Ninguém duvida disso. Por isso, Jesus nos convida docemente, para contemplá-lo e segui-lo. É este o sentido das palavras que seguem;- QUANDO EU FOR ELEVADO, ATRAIREI TODOS A MIM.
            JÁ PAROU UM INSTANTE PARA CONHECER O SIGNIFICADO DESTA FRASE?
            DIANTE DO SOFRIMENTO HUMANO, SÓ O OLHAR DE CRISTO CRUCIFICADO, PODE TRAZER UMA RESPOSTA ÁS NOSSAS ANSIEDADES;- SÓ ESTE OLHAR MOSTRA COM INDUBITÁVEL CERTEZA, E, APESAR DE TODAS AS SUGESTÕES CONTRÁRIAS, QUE A ATITUDE DE DEUS PARA CONOSCO É DE AMOR INSONDÁVEL, DE ABSOLUTA MISERICÓRDIA.  DOM Marmion.  
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O poder da obediência;- Carvajal.

                        A obediência dá forças e frutos.
                        Necessidade desta virtude para quem quer seguir Cristo de perto.
                        Não impor limites ao querer de Deus.
Jesus estava junto do lago de Genesaré com uma grande multidão que desejava ouvir a Palavra de Deus. Pedro e os seus companheiros de trabalho lavavam as redes depois de terem labutado uma noite inteira sem pescar nada. E Jesus, que queria meter-se a fundo na alma de Pedro, entrou na sua barca e pediu-lhe que a afastasse um pouco da margem. E, sentado, ensinava da barca a multidão! Enquanto escutava o mestre, a quem já conhecia desde que seu irmão André o levava até Ele, talvez Pedro tivesse continuado com a tarefa de deixar os apetrechos de pesca, sem suspeitar dos planos grandiosos do Senhor.
            Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão, - guia mar adentro e lançai as vossas redes para a pesca. Tudo convidava a desculpa;- o cansaço, que é maior quando não se pescou nada, as redes já lavadas e preparadas para a noite seguinte, a inoportunidade da hora para a pesca. Mas o olhar de Jesus, o tom imperativo e ao mesmo tempo amável com que deu a ordem, a enorme atração que Cristo exerce sobre as almas nobres, levaram Pedro a fazer-se ao lago novamente. O único motivo porque o fez foi Jesus;- Mestre estivemos trabalhando durante toda a noite e nada pescamos, mas, sob a tua palavra, lançarei as redes. Sob a tua palavra. Essa foi a grande razão.
            Em muitas ocasiões, quando aparece essa fadiga peculiar que resulta de não vermos frutos na vida interior ou na ação apostólica, quando nos parece que tudo foi um fracasso e nos assaltam raciocínios humanos que nos pretendem convencer a abandonar a tarefa, devemos ouvir a voz de Jesus que nos diz;- Duc in altum, guia mar adentro, recomeça, torna a tentar...em meu nome.
            Que poder o da obediência! O lago de Genesaré negava os seus peixes ás redes de Pedro. Toda uma noite em vão. Agora, obediente, tornou a lançar a rede á água e pescaram uma grande quantidade de peixes. Acredita;- - o milagre repete-se todos os dias. Se alguma vez nos encontramos cansados e sem forças para recomeçar, olhemos para o Senhor que nos acompanha nesta nossa barca. Jesus convida-nos então a pôr em prática, com docilidade interior, com empenho, esses conselhos que recebemos na confissão, na direção espiritual, certos de que recuperaremos as forças. Muitas vezes – diz Santa Teresa parecia-me não sofrer o trabalho conforme a minha baixeza natural. Disse-me o Senhor;- Filha a obediência dá forças.
            Pedro fez-se ao lago com Jesus na barca, e em breve percebeu que as redes se enchiam de peixes;- tantos, que parecia que iam rompê-las. E fizeram sinais aos companheiros da outra barca para que viessem ajudá-los. Eles vieram e encheram as duas barcas – tanto que se afundavam. Houve peixe para todos;- Deus sempre recompensa a obediência com frutos sem conta. Esta passagem do Evangelho está cheia de ensinamentos;- durante a noite, na ausência de Cristo, o trabalho havia sido estéril. O mesmo acontece na vida dos Cristãos, quando querem compreender tarefas apostólicas sem contar com o Senhor, em plena escuridão, deixando-se levar unicamente pela sua experiência ou por esforços demasiado humanos.
            Empenhas-te em andar sozinho, fazendo a tua própria vontade, guiado exclusivamente pelo teu próprio juízo, e, bem vês! O fruto chama-se infecundidade.  Filho, se não abates o teu juízo, se és soberbo, se te dedicas ao teu apostolado, trabalharás durante toda a noite- toda a tua vida será uma noite! E no fim amanhecerás com as redes vazias.
            Pedro mostrou-se humilde ao obedecer á voz de quem, por não ser homem de mar, bem se poderia pensar que pouco ou nada sabia daquele trabalho em que ele, Simão, tinha adquirido tanta experiência e saber ao longo dos anos. Fia-se, no entanto, do Senhor, tem mais confiança na palavra de Jesus do que nos anos de faina pesqueira. Esta obediência e confiança nas palavras de Jesus acabaram de preparar Pedro para receber a sua chamada definitiva. Foi como se o Senhor só tivesse querido chamá-lo para sempre depois de obter dele um ato de obediência e de confiança plena.
            Para quem quer ser discípulo de Cristo, a necessidade da obediência não resulta em considerações de conveniência ou de eficácia, mas de que a obediência faz parte do mistério da redenção, pois o próprio Cristo revelou seu mistério e levou a cabo a redenção por meio da sua obediência. Quem quiser seguir os passos de Jesus não pode, pois, pôr limites á sua obediência;- o Senhor quer que lhe obedeçamos no fácil e no heróico – como Ele próprio o fez;- obedeceu em coisas gravíssimas e dificílimas;- até a morte de cruz.
            A obediência leva-nos a querer identificar em tudo a nossa vontade com a vontade de Deus, que nos é dada a conhecer através dos pais,dos superiores, dos deveres que nos são impostos pelos afazeres familiares, sociais e profissionais. Numa palavra – leva-nos a uma submissão alegre e delicada ás disposições da autoridade legítima nas diversas ordens da vida humana, principalmente ao Papa e ao Magistério da igreja. E no que se refere á alma, leva-nos de modo muito particular a ser dóceis aos conselhos recebidos na confissão e na direção espiritual. Quando permanecemos com Cristo, Ele sempre enche de peixes abundantes as nossas redes. Junto Dele, até o que parecia estéril e sem sentido torna-se eficaz e frutuoso. A obediência torna meritórios os nossos atos e sofrimentos, de tal forma que, por mais inúteis que estes últimos venham a parecer-nos, podem chegar a ser muito fecundos.
            Uma das maravilhas realizadas por Nosso Senhor foi ter tornado proveitosa a coisa mais inútil que existe na face da terra;- a dor. Ele a glorificou mediante a obediência e o amor. Pedro ficou assombrado com a pesca. Neste milagre, o Senhor manifestou-se muito particularmente a ele. O Apóstolo olhou para Jesus e lançou-lhe aos seus pés, dizendo-lhe;- AFASTA-TE DE MIM, QUE SOU UM HOMEM PECADOR. COMPREENDEU SUA PEQUENEZ DIANTE DA SUPREMA DIGNIDADE DE CRISTO. Jesus disse-lhe;- NÃO TEMAS, DORAVANTE SEREIS PESCADORES DE HOMENS. Pedro e os que o haviam acompanhado na pesca, atracando as barcas, deixaram tudo e seguiram-no.
            Jesus começou por pedir-lhe que lhe cedesse a barca, e acabou por ficar com a sua vida. E Pedro haveria de deixar atrás de si uma marca inesquecível em tantas almas que o próprio Cristo poria ao seu alcance. Começou por obedecer num pequeno pormenor e o Senhor manifestou-lhe os grandiosos planos que tinha para ele, pobre pescador da Galiléia, desde toda a eternidade. Nunca teria podido suspeitar da transcendência e do valor da sua vida. Milhões e milhões de pessoas acenderiam a sua fé na daqueles que seguiram Jesus naquele dia, e muito particularmente na de Pedro, que seria a rocha, o fundamento inamovível da Igreja.
            Nós também não podemos imaginar as conseqüências da nossa fidelidade em seguir as pegadas de Cristo. O Senhor pede-nos cada vez mais correspondência, mais docilidade e mais obediência ao que nos vai manifestando de muitas maneiras. E, se formos fiéis, um dia far-no-á contemplar a transcendência do nosso seguimento com obras;- se corresponderes á chamada que o Senhor te fez, a tua vida – a tua pobre vida! – deixará na história da humanidade um sulco profundo e largo, luminoso e fecundo, eterno e divino.
            Não ponhamos limites ao Senhor, tal como Pedro não os pôs;- SE ÉS HOMEM DE MAR ALTO, AGARRA COM FIRMEZA O TEU LEME. SE TE DÁS A DEUS DÁ-TE COMO OS SANTOS SE DERAM. QUE NADA PRENDA A TUA ATENÇÃO E TE DESVIE DA MARCHA QUE EMPREENDESTES;- ÉS DE DEUS. SE TE DÁS, DÁ-TE PARA A ETERNIDADE. NEM AS VAGAS NEM A RESSACA ABALARÃO OS TEUS ALICERCES. DEUS APÓIA-TE EM TI;- METE TAMBEM OMBROS AO TRABALHO, E NAVEGA CONTRA A CORRENTE. LANÇA-TE ÁS ÁGUAS COM A AUDÁCIA DOS ÉBRIOS DE DEUS.
            A NOSSA MÃE SANTA MARIA, STELLA MARIS, ESTRELA DO MAR, ENSINAR-NOS-Á A SER GENEROSOS COM O SENHOR QUANDO NOS PEDIR EMPRESTADA UMA BARCA E DEPOIS QUISER QUE LHE DEMOS A VIDA INTEIRA.

REZAR COM INSISTÊNCIA;- PAPA FRANCISCO.



            Evangelho de Lucas 18, 3-7;- NA MESMA CIDADE HAVIA UMA VIÚVA, QUE VINHA Á PROCURA DO JUIZ, E LHE PEDIA;- FAZE-ME JUSTIÇA CONTRA O MEU ADVERSÁRIO! DURANTE MUITO TEMPO, O JUIZ SE RECUSOU. POR FIM, ELE PENSOU;- NÃO TEMO A DEUS E NÃO RESPEITO NINGUÉM. MAS ESTA VIÚVA JÁ ESTÁ ME IMPORTUNANDO. VOU FAZER-LHE JUSTIÇA, PARA QUE ELA NÃO VENHA, POR FIM, A ME AGREDIR! E O SENHOR ACRESCENTOU;- ESCUTAI BEM O QUE DIZ ESSE JUIZ INÍQUO! E DEUS, NÃO FARÁ JUSTIÇA AOS SEUS ESCOLHIDOS, QUE DIA E NOITE GRITAM POR ELE?
            Clamar dia e noite por Deus. impressiona-nos essa imagem de oração. Não conhece as nossas necessidades? Deus convida-nos a rezar co insistência, não porque não sabe do que temos necessidade, nem porque não nos ouve. Pelo contrário, ele ouve sempre e conhece tudo acerca de nós, com amor. No nosso caminho cotidiano, especialmente nas dificuldades, na luta contra o mal fora e dentro de nós, o Senhor não está distante;- nós lutamos tendo-o ao nosso lado, e a nossa arma é precisamente a oração, que nos faz sentir a sua presença, a sua misericórdia e também a sua ajuda.
            Rezemos sempre, mas não para convencer o Senhor com a força das palavras. Ele sabe melhor que nós aquilo de que temos necessidade! Ao contrário, a oração perseverante é expressão da fé num Deus que nos chama a combater com ele, todos os dias, em cada momento, para vencer o mal com o bem.


O PASTOR QUE SAIU DA NEBLINA;- CATHERÍNE DE HUECK DOHERLY.



            Ele era de altura média, com cabelos grossos e cinzentos que o distinguiam bastante. Existia nele também um ar de autoridade, um ar clerical, que me fez levantar espontaneamente quando passou pela porta azul e entrou em nossa aquecida biblioteca. Sacudiu a neve que cobria seu casaco bem costurado.
            Por  um momento eu me senti perplexa. Aquele momento desapareceu rapidamente quando ele se apresentou como o reitor de uma igreja da denominação Unitariana numa grande cidade do Oeste. Disse que a razão de estar ali era o desejo de sua congregação em ouvir uma palestra minha sobre CRISTANDADE E JUSTIÇA RACIAL. Enquanto acertávamos data, preço e todos os detalhes pertinentes a tal transação, a tristeza de seus olhos me atraiu. Existia neles uma dor que eu não podia definir. De alguma forma sua dor gritou para mim numa voz muda que trazia uma espécie de desespero dentro de nossa tranquila biblioteca.
            Acertamos os detalhes da palestra. Ele assegurou-me que eu estava livre para falar em meu próprio estilo católico. De fato, ele disse que sua congregação estava particularmente interessada no ponto de vista católico sobre esta questão vital da justiça racial. A palestra seria aberta. Quer dizer, seria numa sala alugada, com entrada franca para o público em geral. Convidamo-lo para o jantar mas ele recusou, dizendo que tinha que pegar o trem. Como o acompanhava até a porta, o sentimento de tristeza uma vez mais tomou conta de mim;- mais uma vez tive que sacudir tal sentimento.
            No devido tempo, minha turnê de palestras trouxe-me até a sua cidade e sua denominação. Atenta aos seus desejos, tentei apresentar, com completa simplicidade, o ponto de vista católico sobre o assunto. A palestra foi bem sucedida e aceita. Muitas perguntas foram feitas. Grande interesse também foi mostrado com respeito aos outros aspectos de nossa fé. Finalmente, o encontro chegou ao fim e o Reverendo Pastor e sua esposa levaram-me para sua casa, hospitalidade que havia sido oferecida a mim de antemão. Depois de um almoço leve, sua esposa foi descansar. Ele perguntou-me se me importava em ir até a sua sala para uma pequena conversa. Havia, ele disse, algo nem sua mente que queria me perguntar. Aceitei com alegria.
            As paredes da sala eram forradas de livros. A mesa indicava um homem que lia e estudava muito. Notas cobriam toda a mesa. Livros com marcadores singulares inundavam as cadeiras e até mesmo o chão. Os móveis eram simples, mas confortáveis. Sentei-me numa grande poltrona de couro sob a lâmpada do abajur. Ele sentou-se á minha frente numa cadeira giratória perto da mesa. Esperei por suas perguntas. O silencio saudou-me e me envolveu. Era um silencio estranho, perturbador, que eu não podia quebrar. Continuei a esperar para que ele falasse, mas ele permanecia em silencio, sem se mover, como que perdido em pensamentos que o carregavam para longe dali.  
            O silencio tornou-se mais intenso. Tornou-se extremamente pesado, mesclado com escuridão e medo, mas impregnado de espera. Comecei a rezar a Maria pela graça e força para sustentar aquele silencio estranho e doloroso.
            De repente, ele o quebrou com um soluço e um choro arrancados das profundezas de seu coração. Como um homem ferido, caiu de joelhos. Murmurou que eu talvez sairia em um ou dois minutos correndo da sala e para fora de sua casa, com aversão e horror. Ele era um ex-padre! O tempo parou e o silencio começou de novo. Mas agora era um silencio diferente. Era o silencio de completa pena, compaixão e amor. Devagar, eu me levantei e estendi minha mão para ele. Chamei-o de padre e o fiz sentar-se de novo em sua cadeira giratória. Então falei calmamente sobre PEDRO E PAULO, da misericórdia de DEUS e do fato de que não existia tal coisa como EX-PADRE. Um PADRE é um PADRE para sempre, não importa o que tenha feito. Acrescentei que, ainda que ele não o soubesse, tinha passado pela PORTA AZUL, e que todos os que o faziam, recebiam uma graça de NOSSA SENHORA.
            Fui embora no outro dia. Anos se passaram. Nós da CASA DA AMIZADE rezávamos diariamente por uma intenção especial, embora só eu soubesse que a intenção era para este pastor perdido. Um dia, um homem magro e de cabelos brancos veio pela PORTA AZUL. Seu rosto parecia familiar. Estava vestido com roupa de Padre Católico. Havia em seus olhos uma serenidade e paz que fiquei parada por um ou dois minutos, minha mão estendida em saudação. Ele sorriu, um sorriso lento, levemente triste e eu soube quem era.
            Era o Pastor. Tinha vindo especialmente para obter a bênção de Maria e de sua PORTA AZUL, antes de ir para um de seus mosteiros. Ele disse que estava indo para o MOSTEIRO DE NOSSA SENHORA DE LA TRAPP. Esperava passar o resto de seus dias como TRAPISTA. Ele nos abençoou e, pela última vez, passou pela PORTA AZUL;- um pastor que tinha saído da neblina.
            Inclinei-me contra a porta e o observei indo pela rua. Depois virei-me e, impulsivamente beijei a madeira daquela porta abençoada. As crianças que brincavam na rua olharam para mim com olhares um tanto estranhos.

QUAL A ORIGEM DO SATANISMO. GAMBARINI


            Como origem remota, alguns estudiosos apontam a corte de Luiz XIV. Rei da França, em cujo ambiente surgem as chamadas (missas negras). São cerimônias em que a missa católica é ridicularizada e os símbolos cristãos, profanados, como meio de desafiar a Deus. a influencia mais forte vem do inglês Edward Alexander Crowley (1875 – 1947). Ele era de uma família protestante fervorosa e rigorosa nos hábitos e costumes. Ao entrar na UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE, abandona os valores severos recebidos da família para viver uma vida com total liberdade.tinha um interesse especial pelo esoterismo e pelo ocultismo, chegando a conhecer profundamente o tarô e o ai ching.  Dizia ser sua missão destruir a influencia nociva do cristianismo, incentivava a prática do sexo sem nenhum preconceito e também das drogas. Em 1920 fundou a ORDEM THELEMA onde as drogas e o sexo sem limites eram a regra de vida. Em seu tempo foi chamado de o homem mais pervertido do mundo.
            TODO HOMEM É UM INDIVÍDUO ÚNICO E TEM O DIREITO A VIVER COMO QUISER. Nunca se declarou em suas obras um satanista, mas foi um ferrenho anti-cristão, para tanto dizia ser o numero 666. Seus escritos e seu estilo de vida influenciaram muitas estrelas do rock a partir dos anos 60. O satanismo moderno ganhou impulso com a criação da Igreja de satanás em 1966, em SÃO FRANCISCO, ESTADOS UNIDOS. Ela foi fundada por ANTONY LAVEY, admirador de GROWLEY. Em sua mensagem rega a exaltação dos prazeres deste mundo, drogas e sexo. Também tem como objetivo atacar JESUS E SUA IGREJA, ACUSANDO DEUS DE SER O RESPONSAVEL PELOS SOFRIMENTOS DOS HOMENS.  Satanás é apresentado como a melhor alternativa para viver a vida. A doutrina da igraja de satanás está resumida em 9 pontos;-
1-     Satã representa indulgência, em vez de abstinência!
2-     Satã representa existência vital, em vez de sonhos espirituais!
3-     Satã representa sabedoria pura, em vez da auto-ilusão hipócrita!
4-     Satã representa bondade para quem a merece, em vez de amor desperdiçado aos ingratos!
5-     Satã representa vingança, em vez de dar a outra face!
6-     Satã representa responsabilidade para o responsável, em vez de se ligar a vampiros espirituais!
7-     Satã representa o homem como outro animal, algumas vezes melhor, mas frequentemente pior do que os outros que caminham de quatro, porque em seu divino desenvolvimento espiritual e intelectual se tornou o animal mais viciado de todos!
8-     Satã representa todos os denominados pecados, pois eles se direcionam a uma gratificação física, mental e emocional!
9-     Satã tem sido o melhor amigo que a igreja já teve, pois ele cuidou dos seus negócios todos esses anos!
O CRISTÃO FIEL AOS ENSINAMENTOS DA PALAVRA NADA TEM A TEMER DO MALAGNO. QUEM ESTÁ COM JESUS CRISTO DESCANSA TRANQUILO NA SUA PROMESSA. TENDE CORAGEM, EU VENCI O MUNDO.

SERÁ QUE OS MORTOS APARECEM? PADRE EDVINO A. FRIDERICHS.



            Uma jovem em Campinas S. Paulo, acorda de súbito e verifica no relógio de cabeceira serem 6,35 da manhã. Ao sentar na cama vê no espelho do guarda-roupa refletida a imagem de seu noivo, que deveria estar então a 300 Kl. Mais tarde verificou-se que o moço sofrera um acidente de caminhão, sendo quase atropelado. Seu relógio quebrara-se no momento do acidente;- marcava exatamente 6,35 da manhã.
            A Srta  May, lendo uma tarde no seu quarto, tem a sensação súbita de que alguém entra no seu aposento. Não enxerga nada, mas de repente sente um longo e terno beijo sobre a fonte. A Srta. Levanta a cabeça e vê detrás da cadeira seu noivo, ainda inclinado para abraçá-la. Depois tudo desaparece. Ela teve tempo de distinguir toda a figura dele, o alto porte, largura do tórax...Aquele mesmo dia, longe de lá, o Sr. Lichfield, o noivo, era vitima de acidente de cavalo.
            A sra. Paget, ás 22 horas desce á cozinha e de repente vê seu irmão Miles, que entra e se dirige a ela, sentando-se perto. Tinha o uniforme de marinheiro, e um pouco de água brilhava sobre sua camisa e capacete. Ela supõe que a chuva o tivesse molhado;- Miles, de onde é que você vem? Ele responde, com sua voz habitual, mas muito depressa e excitado;- Por amor de Deus, não digas a ninguém que eu estou aqui. E desaparece...Cheia de pânico – escreve a data numa folha de papel.
            Miles, naquele dia, sofreu um acidente no porto de Melbourne. As datas coincidem;- tendo, porem, em conta um atraso de 10 horas sobre a hora do acidente. Aqui o leitor tem 3 casos contados no livro clássico;- A FACE OCULTA DA MENTE. P. QUEVEDO.
            Por minha conta e risco;- não se apeguem nestes acontecimentos achando que seja alguma revelação do além. Não somos tão poderosos, pelo contrário somos admoestados muito pelo demônio, para nos confundir e nos separar do amor de Cristo. E principalmente para nos tirar a paz. Tudo já foi revelado por Cristo devemos ter uma consciência admoestada pela palavra de Deus, nós não somos apreciadores do espiritismo – não somos crente da reencarnação. E todas as vezes que isto nos ocorre ou algo parecido é só dizermos;- O SANGUE DE CRISTO TEM PODER.  Mas também tem os arrogantes que me dizem;- D. EDNA EU FALEI DO SANGUE DE CRISTO E SÓ SENTI ALÍVIO QUANDO EU EXPULSEI A SUPOSTA ENTIDADE.... NA VERDADE ESTA PESSOA NÃO TEM FÉ, E SIM É MUITO ARROGANTE E SE ACHA... CUIDEMOS PARA QUE O TOMBO NÃO SEJA GRANDE. SÃO DESSAS PESSOAS QUE O DEMONIO GOSTA E ADMINISTRA PARA A PERDIÇÃO. AMEM.

A CULPA É DO DESTINO? DOM MURILO KRIEGGER.


PRIMEIRO QUADRO;- no velório do jovem que morreu em acidente de moto, sucediam-se as visitas. No rosto de todos estavam estampadas a incredulidade, a surpresa e a dolorosa pergunta;- porque? Ao lado do corpo do filho, desconsolada, a mãe recebia a solidariedade de parentes e amigos. A presença silenciosa e o abraço eram os gestos mais frequentes e expressivos. Não faltou contudo, a quase sempre desastrada tentativa do consolo verbal. Dessa vez partiu de uma vizinha loquaz;- O que fazer, não? Era o destino dele!
            Segundo quadro;- todos os esforços feitos para manter o casal unido foram inúteis. Tanto ele como ela estavam convictos de ter a verdade, toda a verdade, a seu lado. Como, então, ceder? Se ele aceitasse as condições impostas, até que concordaria em continuarem juntos, Pelo Bem Dos Filhos, pensava ela. Se ela deixasse de ser tão teimosa, mudasse sua maneira de ser, ele continuaria em casa, pensava ele. Ninguém cedeu e a separação foi inevitável. Espalhada a notícia, logo alguém observou;- O destino quis que eles se separassem!
            Terceiro quadro;- comentando sua reprovação no vestibular, o jovem se autoconsolou;- O destino não quis que eu passasse! Afinal, o que é o destino? Existe mesmo esta força cega, inexorável e cruel que determina acontecimentos e espalha decepções? Será a vida um jogo de cartas marcadas, sem muita graça portanto, que transforma todo mundo num grupo de marionetes? Tem o homem algum poder sobre sua vida e sobre sua história, ou deve mesmo cruzar os braços, uma vez que não consegue transformar os acontecimentos?
Não existe o destino! Se existisse, não haveria liberdade. Sem liberdade, não haveria culpabilidade, porque nada mais seríamos do que instrumentos nas mãos de uma força fatal. Precisamos reconhecer, é verdade, que há situações, estruturas e limitações que condicionam o homem, diminuindo sua liberdade. É preciso superá-las, para que se consiga fazer a História e mudar o rumo dos acontecimentos.
            Mais;- há forças físicas, psíquicas e econômicas que, mal usadas, dão origem á dor, ao desespero, á fome e á miséria. Além de tudo isso, é preciso considerar a capacidade que temos de errar e de espalhar o mal ao nosso redor. Vejamos alguns exemplo;- se uma criança se queima ao brincar com uma caixa de fósforos que estava ao alcance de suas mãos, o fato aconteceu não porque esse era seu destino, mas porque alguém se descuidou deixando aquela caixa em lugar acessível. O casal que foi atropelado em frente á casa por um motorista que corria a 120 K. por hora não morreu porque esse era seu destino, mas por causa da imprudência do motorista.
            Os jovens que foram assassinados por um ex-combatente de guerra enquanto conversavam numa lanchonete não estavam destinados a morrer naquela hora. O soldado é que estava mentalmente desequilibrado. E o que dizer de milhões de pessoas que morrem diariamente de fome, ao mesmo tempo em que recursos cada vez maiores são destinados á fabricação de armamentos ou a obras inúteis?
Culpa de um destino cego ou da falta de bom senso humano? Os exemplos poderiam ser multiplicados. Todos – no entanto, mostram a necessidade de revalorizarmos nossas decisões e nossos atos. Está na hora de assumirmos a responsabilidade que nos compete. Colhemos o que plantamos. Se continuarmos plantando egoísmo – imprudência – e maldade, os frutos continuarão a ser os que já conhecemos.
            Nem sempre é fácil espalhar amor, bondade e dedicação. São gestos assim, contudo, que danificam a vida do ser humano sobre a terra, fazendo nascer a alegria, a paz e a fraternidade.
            Quem tem consciência dessa responsabilidade procura construir a vida. Os acomodados apenas reclamam, se desculpam e põem a culpa de tudo no destino.


O PURGATÓRIO;- A CAMINHO DO PAI. LIVRO DA ASSOCIAÇÃO MARIA ROSA MÍSTICA.



A EXISTÊNCIA DO PURGATÓRIO;- o purgatório é um lugar de sofrimentos em que as almas se purificam, solvendo suas dívidas, antes de serem admitidas no céu, onde só entrará quem for puro. Sua existência se baseia no testemunho da Sagrada Escritura e da Tradição. Vários Concílios o definiram como dogma;- santos padres e doutores da igreja o atestam a uma voz. Há uma prisão da qual não se sairá senão quando tiver pago o último centavo. Mateus 18,23-35.
Como são esquecidos os mortos! A igreja, querendo que não nos esqueçamos das almas, consagrou um dia inteiro todos os anos a oração pelos finados. Determinou que em todas as missas houvesse uma recomendação e um momento especial pelos mortos. Ela aprova, sustenta e estimula a caridade pelos falecidos.
Como são esquecidos os mortos! Exclamava Santo Agostinho! E no entanto acrescenta são Francisco de Sales, em vida eles nos amavam tanto. Nos funerais;- lágrimas, soluços, flores. Depois, um túmulo e o esquecimento. Morreu...acabou-se!!! Bse cremos na vida eterna, cremos no purgatório. E se cremos no purgatório, oremos pelos mortos. O purgatório é terrível e bem longo para algumas almas. São Francisco de Sales tinha medo de seus admiradores. Essas pessoas, imaginando que depois da minha morte fui logo direto para o céu, me farão sofrer no purgatório.
Santa Tereza pedia;- pelo amor de Deus, eu peço a cada pessoa uma Ave-Maria, a fim de que me ajude a sair do purgatório e apresse a hora em que hei de gozar a vista de Jesus Senhor Nosso. O grande Frederico Ozanan, deixou estas linhas;- NÃO VOS DEIXEIS LEVAR POR AQUELES QUE VOS DISSEREM;- ELE ESTÁ NO CÉU! REZAI SEMPRE POR AQUELE QUE MUITO VOS AMA, MAS QUE MUITO PECOU. Com o auxílio de vossas orações eu deixarei a terra com menos temor. Santo Agostinho pede orações pelas almas de Mônica, sua mãe, e todos os leitores de seus livros.
Não canonizemos depressa nossos mortos. Nunca nos descuidemos deles, porque já o fizemos durante algum tempo, ou mandamos celebrar algumas missas. Ignoramos o rigor da justiça divina. IMPOTÊNCIA PARA SE ACUDIREM;- o estado das almas, é de absoluta impotência. Parecem-se com o paralítico estendido á beira da fonte de Siloé, que não podia fazer o menor movimento para ter alívio. Veem suas companheiras de infortúnio, aliviados de tempos a tempos recebendo os frutos de uma comunhão, o valor de uma missa, e elas ficam esquecidas.
Vós que viveis na terra e tão facilmente vos comoveis ante o sofrimento e a ideia do abandono, ouvi as almas do purgatório pedindo-vos uma migalha desse pão que Deus vos dá com tanta abundância;- uma pequena parte de vossas orações, boas obras, e sofrimentos! Como são justas as queixas que um religioso ouviu desses pobres corações abandonados. Ó irmãos! Ó amigos! Pois que há tanto tempo vos aguardamos, e vós não vindes;- vos chamamos e não respondeis;- sofremos tormentos que não tem iguais, e vos compadeceis;- gememos e não consolais. S. Francisco Xavier percorria a noite convocando o povo a orar pelas almas.  

DEUS SABE;- CATHERÍNE DE HUECK DOHERTY.



Ela me contou, vacilante e um pouco timidamente, que queria ajudar-me a ajudar os negros. O que poderia fazer? Olhei para ela e a amei com grande amor;- tenho-a amado desde então. Ela nunca percebeu os dons que me trouxe naquele dia. Mas Deus sabia, pois, sem dúvida, ela era sua mensageira.
Na tarde escura em que ela chegou, eu estava só em meu sombrio apartamento que, naquele dia, parecia mais escuro do que nunca. A solidão de Cristo baixou e circulou á minha volta. Rodeou-me tão completamente que eu, literalmente, gritei. Não podia suportar mais nem um minuto daquilo. Pensei em fazer as malas e deixar este inferno na terra, onde a desumanidade dos homens para com os homens podia ser vista em todos os rostos que encontrava nas ruas sem árvores, tumultuadas, sujas e segregadas.
Então, subitamente, lá estava ela. Russell. De fala mansa, tímida, ainda assim, brilhando em sua amável face marrom-clara, havia uma caridade, cujo outro nome é amor. Minha sede bebeu desta fonte inesgotável. Havia um profundo repouso em suas maneiras calmas e senti-me refrescada.
Havia paz em sua fala gentil que era pontuada por um silêncio caloroso e amigável. Fui curado das minhas dores e medos. Levei-a ao porão onde tínhamos nosso centro de roupas e com as quais muitos nus seriam vestidos. Era o tempo de Depressão no Harlem. A porta do centro de roupas era pintada de azul.
 Quinze anos depois Russel ainda estava lá. Tinha entrado calmamente nos nossos corações naquela tarde sombria e pedido para ajudar os negros.
Depois de 15 anos ela ainda estava lá, ainda andando calmamente. Poucas pessoas percebiam seu trabalho, menos ainda sabiam sobre ela. Mas Deus sabe. Por sua presença lá, fui abençoada, como todos na CASA DA AMIZADE. Uma pessoa simples, quieta, que queria ajudar. Não era famosa Deus o sabe.

JOHN POWELL. Texto do programa de televisão. JESUS AS I KNOW HIM.



            Sou perseguido pela ideia de que ninguém deve chegar a ser famoso por ser cristão. É Cristo quem deve ser famoso. Ele é a grande realidade. Gostaria que você conhecesse meu Cristo. Gostaria que você conhecesse e amasse a meu Jesus, não a mim. Pelo menos é assim que deveria ser. Digo meu Jesus porque ele é o Jesus que conheço. É o Jesus que é meu melhor amigo e companheiro constante. Todo o meu dia e toda a minha vida são uma conversa incessante com esse Jesus. Se os outros pudessem ler meus pensamentos, ficariam atônitos. Ele conversa o dia inteiro com alguém que não está realmente aqui. Ao que eu responderia;- ELE ESTÁ AQUI APENAS PARA OLHOS E OUVIDOS, CORAÇÃO E INTELIGENCIA DA FÉ. Ele disse que estaria sempre com aqueles que acreditassem nele e o amassem. E eu realmente acredito nele e realmente o amo. Você acreditaria se eu lhe dissesse que Jesus e eu temos até (apelidos) com que tratamos um ao outro?
            Nomes especiais para amigos especiais. É esse Jesus que eu gostaria de compartilhar com você. Foi isso que os primeiros cristãos sentiram;- QUEREMOS QUE CONHEÇAM O NOSSO JESUS. Por isso escreveram a história de sua vida, os Evangelhos, porque queriam que conhecêssemos seu Jesus. São João começa sua primeira epístola;- QUERO LHES CONTAR O QUE MEUS OLHOS VIRAM, O QUE MEUS OUVIDOS ESCUTARAM, O QUE MINHAS MÃOS TOCARAM. QUERO QUE CONHEÇAM MEU JESUS.
            Os próprios Evangelhos pretendiam ser um retrato fiel de Jesus. São retratos nascidos da fé. A única forma de conhecer Jesus é acreditar nele. Só podemos conhecê-lo na medida em que acreditamos. É claro que os Evangelhos não são história objetiva. Os evangelistas não poderiam escrever uma história objetiva de alguém que amaram tanto. Ninguém tem condições de escrever a história da própria mãe.
            Jesus era sua vida e sua esperança. Queriam compartilhar a pessoa dele, não a sua própria, com o mundo todo. Sabe, ninguém nunca deve ser famoso, não como cristão.     

JOHN POUWELL. Texto de the Christian Vision.



            Quanto melhor consigo entender e suas boas novas , mais percebo que a espiritualidade cristã envolve um espírito de posse e um espírito de despojamento. Conseguir integrar e harmonizar esses dois espíritos é o dom da espiritualidade cristã. O espírito de posse abre os braços para acolher a vida e tudo quanto faz parte dela. A glória de Deus é uma pessoa inteiramente viva. O espírito cristão de posse vê a beleza particular de cada uma das estações do ano, ouve a música e a poesia do universo, sente o perfume de um dia de primavera e toca as pétalas delicadas de uma flor. O espírito tende a me tornar inteiramente vivo em meus sentidos, emoções, inteligência e vontade. Ajuda-me a operar perfeitamente com todas as partes de meu talento pessoal.
            O dom da espiritualidade cristã é integrar esse espírito de posse com o espírito de despojamento. O espírito de despojamento implica que todas as coisas boas e encantadoras deste mundo não tem permissão de me possuir, de me prender ou agrilhoar. Despojamento significa que sempre estou livre, sempre sou eu mesmo, liberado da tirania que a posse pode exercer facilmente sobre nós. Há um velho adágio que diz;- TODOS NASCEMOS DE PUNHOS CERRADOS, MAS TODOS DEVEMOS MORRER DE MÃOS ABERTAS. Gosto desse simbolismo dos punhos cerrados e das mãos abertas. Essas duas expressões representam muito bem o espírito de posse e despojamento na espiritualidade cristã da encarnação. Abro-me para tomar nas mãos a plenitude da vida e da criação. Mas nada deve estar tão firmemente agarrado que eu não possa soltar.