A EXISTÊNCIA DO PURGATÓRIO;- o purgatório é um
lugar de sofrimentos em que as almas se purificam, solvendo suas dívidas, antes
de serem admitidas no céu, onde só entrará quem for puro. Sua existência se
baseia no testemunho da Sagrada Escritura e da Tradição. Vários Concílios o
definiram como dogma;- santos padres e doutores da igreja o atestam a uma voz.
Há uma prisão da qual não se sairá senão quando tiver pago o último centavo.
Mateus 18,23-35.
Como são esquecidos os mortos! A igreja,
querendo que não nos esqueçamos das almas, consagrou um dia inteiro todos os
anos a oração pelos finados. Determinou que em todas as missas houvesse uma
recomendação e um momento especial pelos mortos. Ela aprova, sustenta e
estimula a caridade pelos falecidos.
Como são esquecidos os mortos! Exclamava Santo
Agostinho! E no entanto acrescenta são Francisco de Sales, em vida eles nos
amavam tanto. Nos funerais;- lágrimas, soluços, flores. Depois, um túmulo e o
esquecimento. Morreu...acabou-se!!! Bse cremos na vida eterna, cremos no
purgatório. E se cremos no purgatório, oremos pelos mortos. O purgatório é
terrível e bem longo para algumas almas. São Francisco de Sales tinha medo de
seus admiradores. Essas pessoas, imaginando que depois da minha morte fui logo
direto para o céu, me farão sofrer no purgatório.
Santa Tereza pedia;- pelo amor de Deus, eu
peço a cada pessoa uma Ave-Maria, a fim de que me ajude a sair do purgatório e
apresse a hora em que hei de gozar a vista de Jesus Senhor Nosso. O grande
Frederico Ozanan, deixou estas linhas;- NÃO VOS DEIXEIS LEVAR POR AQUELES QUE
VOS DISSEREM;- ELE ESTÁ NO CÉU! REZAI SEMPRE POR AQUELE QUE MUITO VOS AMA, MAS
QUE MUITO PECOU. Com o auxílio de vossas orações eu deixarei a terra com menos
temor. Santo Agostinho pede orações pelas almas de Mônica, sua mãe, e todos os
leitores de seus livros.
Não canonizemos depressa nossos mortos. Nunca
nos descuidemos deles, porque já o fizemos durante algum tempo, ou mandamos
celebrar algumas missas. Ignoramos o rigor da justiça divina. IMPOTÊNCIA PARA
SE ACUDIREM;- o estado das almas, é de absoluta impotência. Parecem-se com o
paralítico estendido á beira da fonte de Siloé, que não podia fazer o menor
movimento para ter alívio. Veem suas companheiras de infortúnio, aliviados de
tempos a tempos recebendo os frutos de uma comunhão, o valor de uma missa, e
elas ficam esquecidas.
Vós que viveis na terra e tão facilmente vos
comoveis ante o sofrimento e a ideia do abandono, ouvi as almas do purgatório
pedindo-vos uma migalha desse pão que Deus vos dá com tanta abundância;- uma pequena
parte de vossas orações, boas obras, e sofrimentos! Como são justas as queixas
que um religioso ouviu desses pobres corações abandonados. Ó irmãos! Ó amigos!
Pois que há tanto tempo vos aguardamos, e vós não vindes;- vos chamamos e não
respondeis;- sofremos tormentos que não tem iguais, e vos compadeceis;- gememos
e não consolais. S. Francisco Xavier percorria a noite convocando o povo a orar
pelas almas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário