A ressurreição não é um evento que
conduz só depois da morte, mas é também uma realidade de comunhão com o Pai. A
ressurreição é uma realidade divina, por isso apresenta caracteres tão pouco
espetaculares, além de tudo quanto possamos ver. O Filho, portanto, pode dar
poucos sinais de estar ressuscitado, porque a sua nova vida está imersa no
mistério eterno de sua relação com o Pai. Não acontece nada em Deus, porque
nele tudo é intensamente presente. Eis porque não podemos imaginar como é a
eternidade. Cristo ressuscitado está inteiramente penetrado pela presença do
Espírito, até mesmo no corpo. Está perfeitamente aberto ao amor que recebe do
Pai e a resposta que dá a este amor. Tanto é verdade que ser amado sem poder
responder ao amor seria um sofrimento que não se ajusta a Cristo. Nós
precisamos abrir-nos a este amor que Deus nos traz, sem detença e sem temor. O
cordel mediu para mim um lote aprazível;- muito me agrada a minha herança. A
arte de viver do cristão é pascal também porque se coloca na alegria da
presença do Deus vivo. É o amor do Pai, manifestado em toda a sua verdade e em
todo o seu poder, que torna inalterável a alegria de Jesus Ressuscitado e de
todos aqueles que ressuscitam com ele. A alegria pascal não é impessoal, mas é
união com o Pai princípio de vida e, nele, com tudo o que vive.
Esta alegria introduz na arte do
viver pascal uma estima racional e moderada pelos bens que passam e pelos
valores da vida presente. É deplorável falar de desprezo ou de rejeição total.
Nisto, o testemunho de Jesus é precioso;- ele não rejeitou as festas dos homens
e nem mesmo as alegrias da vida. A arte de viver cristão é um pouco o caminho
do justo meio, sem excessos e na serenidade. É preciso considerar tudo com
medida, sem exagerar em nada. A festa pascal, no início da primavera, favorece
tal serenidade. A vida merece ser vivida, e não apenas como aprendizado da
eternidade bem aventurada, não esquecendo nunca, porém, que estamos a caminho e
que não temos aqui cidade permanente.
Esta arte do viver pascal, mesmo que
seja muito íntima e conceda largo espaço a um colóquio face a face de ti com
Deus, é porém plenamente comunitária e fraterna. Deus Pai reúne os seus filhos
em torno da mesa da família e a Páscoa de Cristo inaugura o tempo deste
encontro festivo. Exatamente aqui, na arte do viver cristão, precisamos aprender
a distinguir coletivismo e comunhão fraterna. O coletivismo dá origem ao enfado.
Nunca estamos tão sozinhos como quando nos encontramos dentro de uma multidão
anônima. A comunhão fraterna traz inspiração da comunhão trinitária, com toda a
riqueza do respeito de um para com o outro e á sua diversidade.
O Pai não é o Filho e o filho não é
o Pai. O Espírito é o guarda da originalidade do mistério divino e também na
igreja. Mas a caridade se oferece a todos com a sua força comunicativa;- CRISTO
VIVEU A SUA PÁSCOA PARA REUNIR OS FILHOS DE DEUS QUE ESTAVAM DISPERSOS E PARA
INTRODUZIR NO MUNDO CRIADO A CARIDADE DE DEUS.
A CRUZ É A RELHA DO ARADO QUE SULCA
O MUNDO E NELE SEMEIA A ARTE DO VIVER TRINITÁRIO. OS CRISTÃOS ACEITAM ESTA ARTE
DE VIVER E DEVEM TESTEMUNHÁ-LA NO SEU DIA A DIA. ISTO SIGNIFICA;- BENEVOLÊNCIA
– ACOLHIMENTO DO OUTRO, E, QUANDO FOR NECESSÁRIO, PERDÃO INCONDICIONAL E SEM
RANCOR.
A ALEGRIA PASCAL DOS DISCÍPULOS
REUNIDOS SOBRE A MARGEM DO LAGO COM O SENHOR NÃO SE PODE DIFUNDIR NO MUNDO
SENÃO ATRAVÉS DA ARTE DE VIVER DOS CRISTÃOS.
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REFLEXÃO;-
AS PALAVRAS DE JESUS ESCANDALIZAM MUITOS DE SEU TEMPO. ISTO É MUITO DURO...
DIZIAM. DE FATO, OUVIR A VERDADE INCOMODA MUITAS VEZES, MAS CONHECER Á VERDADE
E COLOCÁ-LA EM PRÁTICA EM NOSSAS VIDAS É O ÚNICO CAMINHO PARA A SALVAÇÃO. POR
OUTRO LADO, JESUS ALERTA-NOS DE QUE NINGUÉM PODE SEGUI-LO SENÃO PELO PAI, OU
SEJA, É DEUS QUEM NOS CONDUZ, É ELE QUE NOS CHAMA E NOS DÁ FORÇAS PARA A
CAMINHADA. COMO APRENDEMOS NO CATECISMO, SÓ SOMOS CRISTÃOS PELA GRAÇA DE DEUS,
ENTÃO É A ELE QUE DEVEMOS PEDIR GRAÇAS NECESSÁRIAS PARA BEM SEGUI-LO.
PALAVRA E
VIDA 2017.
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