terça-feira, 4 de abril de 2017

A RESSURREIÇÃO.... PHILIPPE FERLAY.


 
 

            A ressurreição não é um evento que conduz só depois da morte, mas é também uma realidade de comunhão com o Pai. A ressurreição é uma realidade divina, por isso apresenta caracteres tão pouco espetaculares, além de tudo quanto possamos ver. O Filho, portanto, pode dar poucos sinais de estar ressuscitado, porque a sua nova vida está imersa no mistério eterno de sua relação com o Pai. Não acontece nada em Deus, porque nele tudo é intensamente presente. Eis porque não podemos imaginar como é a eternidade. Cristo ressuscitado está inteiramente penetrado pela presença do Espírito, até mesmo no corpo. Está perfeitamente aberto ao amor que recebe do Pai e a resposta que dá a este amor. Tanto é verdade que ser amado sem poder responder ao amor seria um sofrimento que não se ajusta a Cristo. Nós precisamos abrir-nos a este amor que Deus nos traz, sem detença e sem temor. O cordel mediu para mim um lote aprazível;- muito me agrada a minha herança. A arte de viver do cristão é pascal também porque se coloca na alegria da presença do Deus vivo. É o amor do Pai, manifestado em toda a sua verdade e em todo o seu poder, que torna inalterável a alegria de Jesus Ressuscitado e de todos aqueles que ressuscitam com ele. A alegria pascal não é impessoal, mas é união com o Pai princípio de vida e, nele, com tudo o que vive.

            Esta alegria introduz na arte do viver pascal uma estima racional e moderada pelos bens que passam e pelos valores da vida presente. É deplorável falar de desprezo ou de rejeição total. Nisto, o testemunho de Jesus é precioso;- ele não rejeitou as festas dos homens e nem mesmo as alegrias da vida. A arte de viver cristão é um pouco o caminho do justo meio, sem excessos e na serenidade. É preciso considerar tudo com medida, sem exagerar em nada. A festa pascal, no início da primavera, favorece tal serenidade. A vida merece ser vivida, e não apenas como aprendizado da eternidade bem aventurada, não esquecendo nunca, porém, que estamos a caminho e que não temos aqui cidade permanente.

            Esta arte do viver pascal, mesmo que seja muito íntima e conceda largo espaço a um colóquio face a face de ti com Deus, é porém plenamente comunitária e fraterna. Deus Pai reúne os seus filhos em torno da mesa da família e a Páscoa de Cristo inaugura o tempo deste encontro festivo. Exatamente aqui, na arte do viver cristão, precisamos aprender a distinguir coletivismo e comunhão fraterna. O coletivismo dá origem ao enfado. Nunca estamos tão sozinhos como quando nos encontramos dentro de uma multidão anônima. A comunhão fraterna traz inspiração da comunhão trinitária, com toda a riqueza do respeito de um para com o outro e á sua diversidade.

            O Pai não é o Filho e o filho não é o Pai. O Espírito é o guarda da originalidade do mistério divino e também na igreja. Mas a caridade se oferece a todos com a sua força comunicativa;- CRISTO VIVEU A SUA PÁSCOA PARA REUNIR OS FILHOS DE DEUS QUE ESTAVAM DISPERSOS E PARA INTRODUZIR NO MUNDO CRIADO A CARIDADE DE DEUS.

            A CRUZ É A RELHA DO ARADO QUE SULCA O MUNDO E NELE SEMEIA A ARTE DO VIVER TRINITÁRIO. OS CRISTÃOS ACEITAM ESTA ARTE DE VIVER E DEVEM TESTEMUNHÁ-LA NO SEU DIA A DIA. ISTO SIGNIFICA;- BENEVOLÊNCIA – ACOLHIMENTO DO OUTRO, E, QUANDO FOR NECESSÁRIO, PERDÃO INCONDICIONAL E SEM RANCOR.

            A ALEGRIA PASCAL DOS DISCÍPULOS REUNIDOS SOBRE A MARGEM DO LAGO COM O SENHOR NÃO SE PODE DIFUNDIR NO MUNDO SENÃO ATRAVÉS DA ARTE DE VIVER DOS CRISTÃOS.  

 

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REFLEXÃO;- AS PALAVRAS DE JESUS ESCANDALIZAM MUITOS DE SEU TEMPO. ISTO É MUITO DURO... DIZIAM. DE FATO, OUVIR A VERDADE INCOMODA MUITAS VEZES, MAS CONHECER Á VERDADE E COLOCÁ-LA EM PRÁTICA EM NOSSAS VIDAS É O ÚNICO CAMINHO PARA A SALVAÇÃO. POR OUTRO LADO, JESUS ALERTA-NOS DE QUE NINGUÉM PODE SEGUI-LO SENÃO PELO PAI, OU SEJA, É DEUS QUEM NOS CONDUZ, É ELE QUE NOS CHAMA E NOS DÁ FORÇAS PARA A CAMINHADA. COMO APRENDEMOS NO CATECISMO, SÓ SOMOS CRISTÃOS PELA GRAÇA DE DEUS, ENTÃO É A ELE QUE DEVEMOS PEDIR GRAÇAS NECESSÁRIAS PARA BEM SEGUI-LO.

                                   PALAVRA E VIDA 2017.

 

 

 

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