terça-feira, 4 de abril de 2017

PORQUE DEVO CONFESSAR-ME....DOWELL.


 
Porque devo confessar-me com um padre que é um homem como todos os outros? Não basta pedir perdão a Deus? Certamente os padres também pecam e precisam confessar os seus pecados como os outros cristãos. Mas quando absolvem os pecados no sacramento da penitência, não atuam em nome próprio, mas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Foi o próprio Jesus que deu a seus apóstolos o poder de perdoar os pecados em seu nome, quando disse;- como o Pai me enviou, também eu vos envio;- recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados;- aqueles a que retiverdes;- serão retidos. Esse poder foi transmitido aos bispos, sucessores dos apóstolos, e aos padres, seus colaboradores. Qualquer pecado ofende não só a Deus mas também toda a comunidade cristã. Formamos um só corpo, como diz São Paulo, e quando um membro peca, prejudica e enfraquece o corpo todo. Todo pecado é uma falta ao verdadeiro amor para com Deus e para com o próximo. Quando peco, faço aquilo que quero, sem me importar com a lei de Deus e o bem dos outros. Se o pecado é grave, rompe a nossa aliança com Deus, mas também nos afasta da comunidade.

            Por isso a reconciliação com Deus é inseparável da reconciliação com a igreja. Como diz Jesus;- se estiveres para apresentar a tua oferta ao pé do altar e ali te lembrares de que teu irmão tem qualquer coisa contra ti, larga a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. O Pai não nos perdoa, se não nos reconciliamos com toda a sua família. Não basta arrepender-se no fundo do próprio coração. É verdade que no momento em que alguém se arrepende sinceramente de ter ofendido a Deus e feito mal ao próximo, já está perdoado, contanto que tenha a intenção de confessar-se. Pois, conforme o mandato de Jesus, é preciso também pedir e receber o perdão da comunidade. Por isso a confissão chama-se sacramento da reconciliação;- ela estabelece a nossa comunhão com Deus e com a igreja.

            A confissão não foi instituída por Jesus como um peso para nós, mas como uma ajuda. É sinal da misericórdia de Deus, que está sempre disposto a perdoar. O confessor representa o bom pastor que busca a ovelha perdida, o bom samaritano que cura as feridas do pecado, - o Pai que acolhe com um abraço cheio de ternura o filho que volta a sua casa. É uma graça saber que, confessando-me sinceramente, estou livre de minhas culpas. É claro que para receber o perdão não basta declarar os pecados, e receber a absolvição. Sem um verdadeiro arrependimento não podemos viver em paz com Deus e com os nossos irmãos e irmãs.

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