Cena 1- pés empoeirados e cabelos
desalinhados pelo vento, o jovem carpinteiro do norte, amigo de todos,
reclina-se num divã, entre convivas e discípulos. Servos oferecem iguarias e vinho.
Entra uma prostituta de fartos cabelos, com vestido de açafrão (diz um autor),
portando um vaso de alabastro. Nos olhos divinos de Jesus, ela procura lampejo
de compaixão. Antes que a barrem, age rapidamente...
Jesus atalha a murmuração – Simão,
esta mulher está fazendo o que você como anfitrião não fez...porque muito amou,
muito será perdoada...vai minha irmã, minha amiga e não peques mais.
Cena 2- meses depois de vida nova e
feliz, terrível notícia golpeia Madalena;- Jesus fora preso. Viveu, então, cada
detalhe do drama. Viu seu amado aparecer na esplanada do Pretório, com um manto
esfarrapado e a cabeça ensangüentada. Seguiu-o passo a passo, até chegarem a
uma elevação de uns trinta metros, onde o crucificaram selvagemente. E o poder
divino que o deslumbrara, onde estava? A multidão gozava;- se és o Filho de
Deus, desce da cruz para que creiamos em ti. Não era possível;- estava certa de
que na última hora a onipotência divina se revelaria. Os cravos das mãos e dos
pés se transformavam em flores;- a cruz em trono e o divino Amigo, outra vez
radiante, desceria de seu trono, para receber a adoração do mundo. Mas, não!
Jesus dando um forte grito expirou...e a terra tremeu.
Cena 3- Jesus profetizara;- ela fez
o que pôde;- embalsamou meu corpo, antes simbolicamente. Outra vez;- ela fez o
que pôde, embalsamou o corpo realmente, depois; para a sepultura. Enquanto
pudesse voltar a esse jardim encantado, estaria contente de viver. As estações se
sucederiam e as plantas refloresceriam. Ali havia algo mais querido do que tudo
o que o mundo pudesse oferecer atrás de si escuta uns passos. Pensava fosse o
jardineiro. Jesus lhe dirige uma única palavra ;- Maria!. Ela responde com uma
única palavra;- Raboni! Pelo eterno poder da amizade com Cristo, não era
preciso dizer mais.
Cena
4- não me retenhas, acrescentou o Ressuscitado, porque subo para a direita da
majestade do Pai. O médico de todos os doentes voltará a curá-los pela
ressurreição geral. O criador do mundo, que chamara todos de amigos, voltará a
encontrar suas delícias em estar entre os homens, num mundo infinitamente
melhor. Madalena foi a apóstola desta amizade com Cristo. Bem fez o czar
Alexandre iii em homenageá-la com a mais bela igreja de Jerusalém – em estilo
moscovita, sete cúpulas douradas, de forma acebolada, em honra da apóstola da
amizade do ressuscitado. A que levou a boa nova da ressurreição.
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