A presença de Maria é um
testemunho constante na Igreja Católica. Maria a mãe de Deus, é um grande
símbolo de identidade da Igreja Católica. Assim o testemunha não só a história
passada, como a presente. Maria está presente nas famílias cristãs. Quantas
experiências de encontro com Maria não terão ficado no anonimato de tantas
famílias! Não é raro entre nós ver cenas
nas quais uma mãe ensina seus filhos a amarem Maria, a chamá-la MÃE DO CÉU, a
rezarem para ela todas as noites antes de dormir, a beijar sua imagem. Quantos
pais não confiaram seus filhos recém nascidos e batizados á proteção de Maria!
E quantas famílias se reuniram e ainda se reúnem para meditar nos mistérios do
rosário, para orar diante de uma imagem de Maria! Em alguns países houve, em outros tempos- e
em muitos deles ainda é mantido, - o costume das capelinhas da Virgem ou da
visita domiciliar;- a imagem de Maria vão passando pelas casas, para que,
durante a visita, recebam de cada família expressões de amor e as famílias se
reúnem em torno dela para orar, para suplicar sua intercessão. E, quando uma
família é autêntica IGREJA DOMÉSTICA, não pode deixar de acolher aquela que
formou com Jesus e José a primeira igreja doméstica, aquela que esteve em meio
á primeira assembleia de Pentecostes, aquela que é o protótipo da igreja, o
fermento de toda a fé.
Maria está presente nas comunidades
paroquiais e missionárias e nas igrejas particulares. Não há comunidade de
crentes católicos em que falte uma imagem de Maria. Sua imagem define
simbolicamente nossa igreja. Ela está presente na pregação eucarística diária,
na oração de vésperas e nas antífonas diárias que lhe dirige a igreja. Está
presente também no ano litúrgico, através de suas festas. Está presente em cada
povo, sob distintas invocações. As festas de Maria, as suas procissões são
elemento integrante de não poucos povos de maioria católica;- as festas
populares tem suas datas em festa de Maria. Maria faz parte da identidade de
não poucos povos. E isto tem continuado, apesar da secularização de nossa
sociedade.
Com frequência – as igrejas locais,
quando evocam suas origens, narram tradições de aparições ou da presença
mariana. Maria não é somente aquela a quem pedimos que rogue por nós agora e na
hora da morte. Os fiéis sentem Maria muito presente, sobretudo ali onde nasce a
igreja, a vocação, a novidade de vida (conversão). Ela está na origem da
evangelização de vários povos e nos momentos de crise desses povos. É isto que
atesta a impressionante geografia mariana de santuários e monumentos artísticos
dedicados á sua memória e á sua presença. O Anuário Católico da Itália (1984 –
1985) diz que os santuários marianos italianos somam cerca de 1.560. há alguns
santuários que se converteram em grandes centros de peregrinação de milhões e
milhões de fiéis. A encíclica Redemptoris (28) cita os santuários marianos de
Guadalupe, Lourdes, Fátima, Jasna Gora. O que define um santuário é, sobretudo,
a manifestação ou a experiência de algo sagrado através de um objeto, um lugar,
um acontecimento, ou uma pessoa que são venerados e através dos quais o
mistério de Deus se evidencia. É claro que, as vezes, pode ocorrer certa
manipulação do sagrado e uma injustificada sacralização. Mas, em muitos casos,
a experiência do sagrado advém como (graça), inesperadamente, de tal modo que –
como já acontecia no A. T. e na Terra Santa da Palestina – esse lugar se converte
em (memorial).
Uma característica destes últimos
séculos, especialmente dos séculos XIX e XX, foi a multiplicação surpreendente de
aparições, de Lourdes a Medjugorje. De 1930 até hoje foram registradas em torno
de duzentas aparições de Maria em muitas nações. É claro que a igreja
hierárquica se pronunciou favoravelmente em poucos casos. Mas aí está o
fenômeno, que tem como protagonista o povo humilde. Á margem da questão das
aparições, é certo que milhares de fiéis podem testemunhar a presença de Maria
em sua vida. É claro também que na origem de comunidades religiosas Maria se
fez presente, muitas vezes – segundo a alegação de fundadores – até mesmo como
fundadora.
Diante de um panorama tão amplo e
complexo, há fiéis católicos e sobretudo protestantes que sentem uma notável
perplexidade. Não estará Maria ocupando um lugar que não lhe compete na vida
dos fiéis? O Concílio Vaticano II, consciente de tal possibilidade, exorta
encarecidamente os teólogos e todos os pregadores da divina palavra a que se abstenham
com cuidado, tanto de todo falso exagero como também de uma excessiva limitação
de espírito...- evitando com zelo tudo aquilo que, seja de palavra, seja de
obra, possa induzir a erro os irmãos separados, ou quaisquer outros, em relação
á verdadeira doutrina da igreja. Recordem, portanto, os fiéis que a verdadeira
devoção não consiste num afeto estéril, nem transitório, nem em vã credulidade,
mas procede da fé verdadeira, pela qual somos conduzidos a conhecer a
excelência da mãe de Deus e estimulados a um amor filial por nossa mãe,
imitando suas virtudes.
SUMÁRIO;-
Maria, foi a primeira ressuscitada depois de Jesus, nele, com ele e por ele,
está presente entre nós. Maria, primícia da Igreja triunfante, está nela, com
ela e em comunhão profunda conosco. A solidariedade para com aqueles que nos
precederam no sinal da fé, com nossos pais na fé, não é apenas uma (recordação)
e um (estímulo) para a atuação, mas uma presença;- a comunhão com os que
morreram em Cristo está cheia de presença, de misterioso influxo mútuo.
A experiência da presença de Maria é
a prova mais generalizada. A nova Eva continua sendo a mãe dos vivos.
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