O
segredo obriga ou não obriga? O segredo faz parte das relações humanas, seja
nos negócios, seja em todos os dias da vida. E pela falta de guardar segredo
quanto mal se faz aos outros, tornando a vida mais fechada e as pessoas
distantes umas das outras. Talvez hoje o que mais nos falta é uma pessoa
segredosa com quem possamos desabafar nossos problemas e sucessos. Há três
tipos de segredos;- o natural, o prometido e o confiado. O segredo natural
impõe discrição a tudo aquilo cuja simples revelação seria contrária á justiça
ou á caridade. O segredo prometido abrange o que se prometeu, mesmo que não
haja obrigação normal de guardar silêncio;- cessa a obrigação quando o silêncio
não tem mais sentido ou um bem maior exige que se fale. O segredo confiado
cobre tudo aquilo que se sabe sob a condição de guardar segredo;- o mais
importante dele é o profissional. E entre esses o mais rigoroso é o segredo da
confissão.
O segredo tem sua fonte de exigência
na fidelidade e no respeito pela verdade, respeito ao direito da pessoa humana.
Jamais posso revelar algo que redunde em prejuízo de alguém. Por isso é que não
podemos abordar problemas espinhosos ou fazer certos comentários a pessoas não
criteriosas;- isso feito diante de um público não preparado é um desastre. Esse
direito á própria intimidade e á vida íntima do próximo deve-nos alertar para
que não coloquemos em público coisas que só nós sabemos. Temos de contar com
nossa fraqueza e com o mal que produzimos no próximo. A quem vamos recorrer nas
horas difíceis se destruímos as barreiras do segredo? Pela falta de descrição
condenamos muita gente á exclusão e ao isolamento. TODOS TÊM SEUS SEGREDOS. Se
porventura descobrimos alguns, a caridade nos obriga ao silêncio, NÃO DEVEMOS
DIVULGÁ-LOS.
Essa mania de querer desvendar
segredos para poder usar depois é, em si, um pecado grave. É uma GROSSERIA
PÔR-SE Á ESCUTA DA VIDA ALHEIA. Há gente que não respeita vizinhos, negócios,
correspondências alheias e vive bisbilhotando a vida dos outros, depois sai comentando
por toda parte. Há pessoas que nos colocam em situações complicadas das quais
só saímos adotando um modo de falar que não diga o segredo. Fazemos uma
restrição mental. Pode haver necessidade de quebra de um segredo, mas isso só
quando um bem maior o exigir. Do contrário tudo o que temos de fazer é CALAR A
BOCA. São Tiago diz que é mais fácil controlar os cavalos, pondo freios na
boca, DO QUE A LÍNGUA HUMANA.
É preciso vigiar a si mesmo, porque
o malfeito sempre parece mais delicioso de ser comentado com os outros. Mas
isso faz parte da maldade já plantada em nossos corações;- O GOSTO DE FALAR MAL
E A INCAPACIDADE DE OUVIR, VER E SE CALAR.
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