Estamos
muito distantes das pessoas, do olhar que percebe emoções, dos abraços que
contêm calor humano, dos sentimentos que nos fazem suportar o outro. Há pouca
suportabilidade para a frustração, pouca paciência, pouca espera. Mas a vida
não é construída de clic em clic, ela existe na realidade palpável do
cotidiano. A autonomia, tão desejada com o nome de liberdade, é tarefa árdua,
que requer uma construção continua no dia a dia, que inclui renúncias, requer
um olhar altruísta e compassivo sobre si mesmo, no sentido de também se amar,
como nos propõe Jesus Cristo quando diz – amar ao próximo como a si mesmo. Isto
não significa amar-se egoisticamente, nem de uma forma individualista, mas
amar-se aceitando o que somos, com dons, potencialidades, virtudes e limitações
e, sobretudo, esperar o tempo de desenvolvimento destes dons. Olhar compassivo
sobre si mesmo significa olhar com cuidado e compaixão, permitindo que os
valores que emanam do coração façam a vida desabrochar em si com sentido.
A
igreja também tem um papel estruturante na construção da personalidade do
adolescente. Cabe a ela, com suas catequeses, movimentos, grupos de jovens,
etc, introduzir a criança, o adolescente e o jovem no mundo da espiritualidade.
Falamos de uma espiritualidade que tenha apelos aos adolescentes, de práticas
que tenham uma linguagem que se aproxime da comunicação juvenil, alegre,
inquieta, acolhedora e inclusiva, que contemple as mais diversas tribos, sejam
os skatistas, surfistas, roqueiros, etc. sabemos que, estatisticamente, apenas
em torno de 15% dos católicos cristãos frequentam as igrejas, participando das
missas. O Papa Francisco nos pede uma igreja em saída, e se uma igreja com
rosto jovem se apresenta a estas tribos, propagando a utopia do evangelho,
certamente propostas empáticas que contenham ACOLHIMENTO, COMPAIXÃO, DINAMISMO,
COMPASSIVIDADE, AMOROSIDADE PENETRARÃO no coração do jovem, ardente de sonhos,
de utopias, de propostas transformadoras, de crença num mundo melhor e mais
justo.
Como
vivemos numa sociedade que engloba todas estas estruturas, precisamos pensar
sistemicamente, e agir de forma que as famílias influenciem as igrejas, que por
sua vez influenciem as escolas, que por sua vez influenciem nas famílias, todas
interagindo e influenciando umas ás outras. Não há mensagem mais arrebatadora e
transformadora do que aquela que foi propagada pelo jovem nazareno, Jesus
Cristo. Quem verdadeiramente bebe desta água e come deste pão encontra a vida,
e vida em abundância. É desta vida que necessita a família, a escola, e a
igreja. A vivência destes valores se constitui numa vacina poderosa que pode
imunizar nossos jovens adolescentes dos perigos das DROGAS, DOS VÍCIOS, DA
DEPRESSÃO, DAS AUTOMUTILAÇÕES, DAS TENTATIVAS DE SUICÍDIO.
É
nosso papel, enquanto sociedade que se faz igreja, atuar na prevenção,
construindo um ambiente sadio que proporcione a vida em verdade aos nossos
jovens adolescentes. Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
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