sábado, 19 de agosto de 2017

PORQUE ESTAIS OLHANDO PARA O CÉU? PADRE RANIERO CANTALAMESSA.


            Na espera de realizar esta passagem com o corpo no último dia, o cristão deve fazê-la com o coração, cada dia. Mas esta passagem do coração para aquilo que não passa não tira o cristão dos deveres históricos que tem neste mundo? São conhecidas as acusações feitas pelos crentes a este respeito;- os cristãos, disse HEGEL, desperdiçam no céu os tesouros destinados á terra! KARL MARX afirmou;- eles projetam no céu os seus desejos não satisfeitos na terra. A narrativa da ascensão de CRISTO ao céu nos oferece o argumento para responder a essas objeções. É curioso ouvir da boca dos dois (homens em brancas vestes), que aparecem aos apóstolos, a mesma repreensão que, em tons menos amáveis, foi frequentemente dirigida aos cristãos por parte dos não crentes;- PORQUE ESTAIS OLHANDO PARA O CÉU? Precisemos antes de tudo, o que significa a palavra céu na linguagem cristã e que relação tem ela com a vida presente na terra. Lembremo-nos do famoso mito da caverna de PLATÃO. Imagine – escreve o filósofo – esta cena. Alguns homens ficaram presos no fundo de uma caverna escura, com as costas voltadas para a entrada. Estão presos de tal modo que não podem olhar a não ser para a frente, para a parede do fundo. Ás suas costas, atrás de uma parede, está o povo que vai e vem, trazendo vários objetos nas mãos ou na cabeça. Entre a entrada da gruta e essas pessoas com os vários objetos há um fogo que projeta as próprias sombras na parede do fundo, a única que os prisioneiros podem ver. Nunca tendo visto nada, as pessoas presas na gruta pensam que aquelas sombras são a única realidade, que nada mais existe. Tanto que se alguém consegue se libertar e sair e depois volta atrás, tentando contar os prisioneiros como as coisas são realmente, estes o matarão, pensando que por causa da luz excessiva perderam a cabeça. (PLATÃO ALUDE ÁQUILO QUE OS ATENIENSES FIZERAM COM SÓCRATES!).

            Esta, diz PLATÃO, é a condição de nós, homens, no mundo. O mundo é uma caverna. As coisas que acreditamos verdadeiras e reais não são mais que sombras de realidades que se encontram lá em cima, no céu. São imitações de realidades celestes. É preciso desvencilhar-nos do corpo que nos prende á matéria e ás ilusões, sair da caverna, para conhecer a realidade verdadeira. Rafael sintetizou magistralmente o pensamento de PLATÃO no famoso quadro chamado LA SCUOLA DI ATENE. Nele vemos os dois maiores filósofos antigos, PLATÃO e ARISTÓTELES, representados em atitudes opostas. Aristóteles, com a mão voltada para baixo, diz que a realidade está na terra e que nosso conhecimento deve partir das coisas que vemos e tocamos; PLATÃO, com o dedo voltado para cima, lembra que a realidade está no alto, no céu. Há frases da escritura que parecem feitas nos moldes como PLATÃO vê as coisas, ilustrado pelo mito da caverna. O personagem do quadro de RAFAEL com o dedo apontado para o céu poderia muito bem ser SÃO PAULO quando diz;- SE RESSUSCITASTES COM CRISTO, BUSCAI AS COISAS DO ALTO, ONDE CRISTO ESTÁ ENTRONIZADO Á DIREITA DE DEUS;- CUIDAI DAS COISAS DO ALTO, NÃO DO QUE É DA TERRA.

            Então, a fé cristã não seria mais que uma forma atualizada de platonismo? Nada de novo teria acontecido com a vinda de CRISTO? Não, há diferença substancial;- o céu dos cristãos não é o mesmo de PLATÃO. Quando falamos de céu, não entendemos um lugar que está acima de nós, nem mesmo o mundo superior das ideias, ou hiperurânio;- entendemos um ACONTECIMENTO que está diante de nós. Depois de perguntar aos apóstolos;- PORQUE ESTAIS OLHANDO PARA O CÉU? – OS DOIS ANJOS LHES DIZEM EM QUE DIREÇÃO, AO CONTRÁRIO, DEVEM OLHAR – ISTO É, PARA A VOLTA DO SENHOR;- ESTE JESUS QUE, DO MEIO DE VÓS, FOI ELEVADO AO CÉU, VIRÁ ASSIM, DO MESMO MODO COMO O VISTES PARTIR PARA O CÉU. São Paulo diz a mesma coisa;- NÓS, AO CONTRÁRIO, SOMOS CIDADÃOS DO CÉU. De lá aguardamos como salvador o SENHOR JESUS CRISTO. O céu da fé CRISTÃ é, em última análise, uma pessoa;- é o CRISTO ressuscitado com o qual iremos nos juntar e formar CORPO depois da nossa ressurreição e, provisória e imperfeitamente, já logo depois da morte. Ir para o céu, ou ir para o paraíso, significa ir estar COM CRISTO. Vou preparar um lugar para vós, disse Jesus, a fim de que onde eu estiver, estejais vós também.

            Isto faz uma diferença enorme. Aos olhos de PLATÃO, este mundo perdia todo valor, era para ele uma caverna, isto é, uma prisão. Fugir – evadir-se do mundo torna-se, neste caso, a palavra de ordem. Não há salvação da carne e do mundo, mas somente saindo da carne e saindo do mundo. Para o cristão, não. O corpo não é um simples VEÍCULO ou RECIPIENTE que deve ser deixado aqui embaixo. Ele é destinado a participar, com a alma, da glória. Esta vida é tão doce, nós queremos ser felizes nesta nossa carne, não sem ela, e a fé nos garante que assim será. Ainda mais;- se este mundo é de DEUS, criado por ele e na espera, também ele, da plena redenção, então, não somente não podemos nos desinteressar de sua sorte, mas devemos contribuir para a sua conservação e para o seu melhoramento. Não é preciso fugir do mundo para estar com o SENHOR, porque o SENHOR está ele mesmo neste mundo;- EIS QUE ESTOU CONVOSCO TODOS OS DIAS, ATÉ O FIM DOS TEMPOS. Longe de nos desvencilharmos do dever de melhorar as condições de vida neste mundo, a fé na volta de CRISTO e em uma vida futura torna-se um estímulo formidável que não deixa ninguém tranquilo na sua preguiça. O tempo nos é dado para fazer o bem a todos, dizia SÃO PAULO. Nada de desperdiçar no céu os tesouros destinados para a terra! Alguém poderia perguntar;- mas o que faremos no céu com CRISTO por toda a eternidade, uma vez que é para lá que estamos destinados a ir? Não nos aborrecemos? Respondo;- ficamos aborrecidos quando estamos bem e com ótima saúde? Perguntem aos namorados se aborrecem quando estão juntos. Quando nos acontece viver um momento de alegria muito intensa e pura, não nasce talvez em nós o desejo de que isto dure para sempre, que não termine nunca?

                  Aqui embaixo esses estados não duram para sempre, porque não existe um objeto que possa satisfazer indefinidamente. Com DEUS é diferente. A nossa mente encontrará nele a VERDADE e a BELEZA que não terminará nunca de contemplar, e nosso coração encontrará o BEM do qual jamais se cansará de gozar. Quero terminar com uma história simpática. Em um mosteiro medieval viviam dois monges ligados entre si por amizade profunda. Um chamava-se RUFO e o outro, RUFINO. Em todas as horas livres, não faziam outra coisa a não ser imaginar e descrever como seria a vida eterna na JERUSALÉM celeste. Rufo, que era um mestre de obras, a imaginava como uma cidade com portas de ouro, cravejada de pedras preciosas;- RUFINO, que era organista, como toda vibrante de melodias celestes. No fim, fizeram um acordo;- aquele que morresse primeiro deveria voltar na noite seguinte para confirmar ao amigo que as coisas eram justamente como tinham imaginado. Bastaria uma palavra;- se fossem como tinham pensando, diria simplesmente;- TALITER! , isto é, exatamente assim;- se fossem diferentes ( mas isto era impossível) , diria aliter, diferente!!!

            Uma tarde, enquanto estava ao órgão, o coração de RUFINO parou. O amigo o velou tremendo a noite toda, mas nada;- esperou em vigílias e jejuns durante semanas e meses, e nada. Finalmente, no aniversário de morte, de noite, o amigo entra em sua cela em um raio de luz. Vendo que estava calado, ele lhe perguntou, seguro da resposta afirmativa;- taliter? É assim, não é? Mas o amigo balança a cabeça em sinal negativo. Desesperado, grita então;- aliter? É diferente?

            De novo um sinal negativo da cabeça. E, finalmente, dos lábios fechados do amigo saem, como um sopro, como um sopro, duas palavras;- TOTALITER ALITER;- é totalmente diferente! Rufo compreendeu em um momento que o céu é finalmente mais do que aquilo que tinham imaginado, que não se pode descrevê-lo. Logo depois, morre também ele, pela vontade de alcançá-lo. O fato é uma lenda, mas seu conteúdo é muito verdadeiro.

            Um dia, quando subirmos á verdadeira sala elevada onde se celebra a PÁSCOA eterna, estou seguro de que virão espontâneas aos lábios, também para nós, aquelas duas palavras;- TOTALITER ALITER! É TOTALMENTE DIFERENTE!

 

PERDÃO; - PADRE HÉLIO LIBARDI


 
 

            PERDÃO OU MÁGOA;- ONDE ESTÁ O PECADO? A mensagem básica do evangelho, que reflete bem a prática de JESUS, ACONSISTE na revelação de um DEUS que é PAI de todos. essa realidade nos leva a descobrir que o fundamental em nossas vidas é o amor a todos indistintamente. Nada me dá o direito de não amar;- ao contrário, se eu quiser ser feliz, necessariamente tenho de amar com um amor que constrói a vida, fundamenta a partilha e a não violência. O perdão é um gesto de amor e de partilha, um gesto de fé. A possibilidade de errar está gravada em nossa natureza, mas existe o perdão que reconstrói a vida em quem errou. Jesus vai dizer-nos que é preciso perdoar setenta vezes sete, significando uma infinidade de perdão. São João comenta que amar a quem nos ama é fácil e até os que não tem fé o fazem. Difícil é amar a quem não nos ama, a quem nos ofende, a quem nos exclui e nos mata.

            De qualquer forma ninguém pode ser feliz negando o perdão, negando-se a abrir o coração e derramar sobre o outro o amor de um modo idêntico, ao agir de DEUS que derramou seu amor sobre nós. Todos têm direito ao perdão. Aqui se faz necessário distinguir perdão e mágoa. Mágoa é um sentimento que nos marca ás vezes para o resto da vida. Perdão é um ato inteligente que leva em consideração outros valores e realidades. Os sentimentos não dependem de nós, eles se fazem presentes por mais que não os queiramos e exercem uma influência grande em nosso agir. Assim sendo não somos culpados pelos sentimentos que aparecem em nós. Quanto esforço fazemos para que um sentimento não estrague nossa vida e não nos traga dificuldades e tristezas, mas ele aí está independente do nosso querer.

            O que se pode fazer? Cada um tem de fazer um trabalho psicológico para colocar tudo em seu devido lugar, considerando os valores, a realidade;- um trabalho de convencimento de que aquilo tudo já é passado e não pode gozar de tanta atenção como estamos dando. É necessário aprender a administrar essas marcas, apagando-as de nossa memória ou assumindo-as em seu tamanho certo. Não se pode carregar uma mágoa pela vida afora. É preciso fazer uma terapia consigo mesmo, um trabalho que ás vezes pode ser longo, mas que permita um dia a volta da tranquilidade. Cada um precisa entender que quanto mais se conscientiza, melhor se vive e mais liberdade se alcança. A abertura que o evangelho pede é esta;- quem precisa do meu perdão vai receber na medida em que precisar. O que restou dentro de mim vai passar por uma terapia até que tudo chegue ao seu devido lugar. E se amanhã acontecer de novo, vou perdoar, vou compreender e não vou me machucar mais;- assim posso dizer que me sinto livre em JESUS.

            Perdão e amizade;- será sempre possível? Ao lado de tantas pessoas que não se preocupam em amar os outros e nada fazem para viver a fraternidade até entre irmãos de sangue, há tantas outras preocupadas por não conseguirem manter a amizade mesmo com gente da própria família. É uma situação que nasce de certos desencontros, brigas, fofocas, heranças, e tantos outros. Esses desencontros levam pessoas a se manterem distantes umas das outras. O perdão sempre tem de ser dado em qualquer situação, e o fato de ter perdoado pode levar a um reatamento da amizade. Mas ás vezes a inimizade continua. E nem sempre o perdão exige que se volte á amizade. Precisa-se fazer um discernimento. Afinal vivemos num mundo muito custoso onde nem sempre as pessoas se comportam como equilibradas;- outras são mal informadas, quando não são mesmo educadas. Mal educados para viverem em fraternidade, incapazes de um raciocínio ou doentes. Elas não são capazes de receber as pessoas. Nesses casos precisa ter prudência e não procurá-las criando mais problemas ainda. Também não somos obrigados a sentir simpatia por todos;- há pessoas que, por seu gênio, atitudes, modo de se colocar diante dos outros, são antipáticas. Erro quando me deixo levar por simpatia ou antipatias e evito ajudar as pessoas. Acima de tudo está a caridade.

            Voltamos a dizer que é preciso perdoar. Contudo, se já tentamos uma aproximação que resultou em mais problemas e intrigas, seguramente podemos ficar em nosso lugar. Quietos em nosso canto sem nos preocuparmos em ter amizade com essas pessoas.

            Faça sempre o que é possível para ser amigo, ser fraterno. E se isso for impossível, você já fez a sua parte. Continue sua vida tranquilo e feliz. Se algum dia aparecer um sinal de que a situação se modificou, então tente mais uma vez uma aproximação. Reze por essas pessoas, porque nem sempre são maldosas;- são malformadas e não foram educadas para uma vida em comunidade e nem mesmo para viverem em sociedade.

            Nada disso vai impedir minha participação na missa, porque minha consciência me diz quando sou sincero para com esses irmãos e como gostaria que tudo fosse tão diferente. É lamentável que em um mundo feito por DEUS para ser um céu já aqui as pessoas consigam agredir-se – amesquinhar-se, a ponto de não se considerarem filhos de um mesmo PAI que é DEUS, criando a violência, as divisões e as exclusões de irmãos.

O DOM DA SABEDORIA;- CARVAJAL.


 

            -este dom confere-nos um conhecimento amoroso de Deus, bem como das pessoas e das coisas criadas na medida em que se referem a Ele. Está intimamente unido á virtude da caridade.

            -mediante este dom, participamos dos mesmos sentimentos de Jesus Cristo em relação aos que nos rodeiam. Ensina-nos a ver os acontecimentos dentro do plano providencial de Deus, que sempre se manifesta como nosso Pai.

            -o dom da sabedoria e a vida contemplativa na nossa vida corrente.

Existe um conhecimento de Deus e do que se refere a ELE a que só chega pela santidade. O ESPÍRITO SANTO, mediante o dom da sabedoria, coloca-o ao alcance das almas simples que amam o Senhor;- EU TE GLORIFICO, PAI, SENHOR DO CÉU E DA TERRA- EXCLAMOU JESUS DIANTE DE UMAS CRIANÇAS – PORQUE ESCONDESTES ESTAS COISAS AOS SÁBIOS E PRUDENTES E AS REVELASTE AOS PEQUENINOS! É uma sabedoria que não se aprende nos livros, mas que é comunicada á alma pelo próprio Deus, que ilumina e ao mesmo tempo cumula de amor a mente e o coração, a inteligência e a vontade;- é um conhecimento mais íntimo e saboroso de Deus, e dos seus mistérios. Quando temos na boca uma fruta, apreciamos o seu sabor muito melhor do que se lêssemos as descrições que dela fazem todos os livros de Botânica. Que descrição se pode comparar ao sabor que experimentamos quando provamos uma fruta? Do mesmo modo, quando estamos unidos a Deus e o saboreamos por íntima experiência, isso nos faz conhecer muito melhor as coisas divinas do que todos as descrições que os eruditos e os livros dos homens mais sábios possam fazer. Este é o conhecimento que se experimenta de modo particular pelo dom da sabedoria.

            De uma maneira semelhante á de uma mãe que conhece o seu filho pelo amor que lhe tem, assim a alma, mediante a caridade, chega a um conhecimento profundo de Deus que obtém do amor a sua luz e o seu poder de penetração nos mistérios. É um dom do ESPÍRITO SANTO porque é fruto da caridade infundida por ELE na alma e nasce de uma participação na sua sabedoria infinita. São Paulo orava pelos primeiros cristãos, para que, PODEROSAMENTE ROBUSTECIDOS PELO SEU ESPÍRITO, ARRAIGADOS E ALICERÇADOS NA CARIDADE, POSSAIS COMPREENDER QUAL A LARGURA E O COMPRIMENTO, A ALTURA E A PROFUNDIDADE, E CONHECER ENFIM A CARIDADE DE CRISTO – QUE DESAFIA TODO O CONHECIMENTO. É UM COMPREENDER ALICERÇADO NA CARIDADE;- É UM CONHECIMENTO PROFUNDO E AMOROSO.

            Não podemos aspirar a nenhum conhecimento mais alto de Deus do que este conhecimento saboroso, que enriquece e facilita a nossa oração e toda a nossa vida de serviço a Deus e aos homens de Deus;- A SABEDORIA – DIZ A SAGRADA ESCRITURA – VALE MAIS DO QUE AS PÉROLAS, E JÓIA ALGUMA A PODE IGUALAR. EU A PREFERI AOS CETROS E AOS TRONOS, E CONSIDEREI A RIQUEZA COMO UM NADA EM COMPARAÇÃO COM ELA. TODO O OURO AO SEU LADO É APENAS UM POUCO DE AREIA, E A PRATA DIANTE DELA É COMO LAMA. COM ELA VIERAM-ME TODOS OS BENS PORQUE É A SABEDORIA QUE O TRAZ. ELA É PARA OS HOMENS UM TESOURO INESGOTÁVEL;- E OS QUE A ADQUIREM PREPARAM-SE PARA SER AMIGOS DE Deus.

            Intimamente unido á virtude teologal da caridade, o dom da sabedoria confere á alma um conhecimento muito especial de Deus, que a leva a possuir uma certa experiência da doçura de Deus, em si mesmo e nas coisas criadas, enquanto se relacionam com ele. Entre os dons do Espírito Santo, diria que há um de que todos nós, cristãos, necessitamos especialmente;- o dom da sabedoria, que nos faz conhecer e saborear Deus, e nos coloca assim em condições de poder avaliar com verdade as situações e as coisas desta vida. Com a visão profunda que este dom confere á alma, o cristão que segue de perto o Senhor contempla toda a realidade com um olhar mais alto, pois participa de algum modo da visão que Deus tem de todas as coisas criadas. Julga tudo com a clareza deste dom.

            Os demais homens são então para ele uma oportunidade continua de praticar a misericórdia e de exercer um apostolado eficaz aproximando-os do Senhor. Compreende melhor a imensa necessidade que os seus parentes, colegas e amigos tem de ser ajudados a caminhar com Cristo. Vê-os como pessoas urgentemente necessitadas de Deus, como Cristo as via. Iluminados por este dom, os santos entenderam no seu verdadeiro sentido os acontecimentos desta vida;- tanto os que consideramos grandes e importantes como os aparentemente pequenos. Por isso, não chamaram desgraça á doença e ás tribulações que tiveram que sofrer;- compreenderam que Deus abençoa de muitas maneiras, e frequentemente com a cruz;- sabiam que todas as coisas, mesmo aquelas que são humanamente inexplicáveis, cooperam para o bem dos que amam a Deus;- as aspirações do Espírito Santo, que este dom faz escolher com docilidade, esclarecem-nos pouco a pouco sobre a ordem admirável do plano providencial, mesmo e precisamente naquelas coisas que antes nos deixavam desconcertados, nos casos dolorosos e imprevistos, permitidos por Deus em vista de um bem superior.

            Através do dom da sabedoria, as moções da graça trazem-nos uma grande paz, não somente para nós, mas também para o nosso próximo;- ajudam-nos a semear alegria onde quer que estejamos e a encontrar a palavra oportuna que ajuda a reconciliarem-se os que estão desunidos. É por isso que este dom está em correspondência com a BEM AVENTURANÇA DOS PACÍFICOS, daqueles que, tendo paz em si mesmos, podem comunicá-la aos outros. Esta paz, que o mundo não pode dar, é o resultado de se verem os acontecimentos dentro do plano providente de Deus, que em momento algum se esquece dos seus filhos. O dom da sabedoria concede-nos uma fé amorosa, penetrante, uma clareza absolutamente insuspeitadas na compreensão do mistério inabarcável de Deus. Assim, por exemplo, a presença real de JESUS CRISTO NO SACRÁRIO produz em nós uma felicidade inexplicável por nos acharmos diante de Deus. A pessoa permanece ali sem dizer nada ou simplesmente repetindo umas palavras de amor, em contemplação profunda, com os olhos fixos na HÓSTIA SANTA, sem cansar-se de fitá-lo. Parece-lhe que JESUS penetra pelos seus olhos até o mais profundo dela própria...

            O normal será, no entanto, que encontremos a Deus na vida diária, sem quaisquer manifestações especiais, mas envolvidos pela íntima certeza de que ELE nos contempla, de que vê as nossas tarefas e nos olha como filhos seus. No meio do nosso trabalho, na família, o Espírito Santo ensina-nos, quando somos fiéis ás suas graças, que todas as nossas ocupações são o instrumento normal que DEUS põe ao nosso alcance para que possamos amá-lo e servi-lo nesta vida e depois contemplá-lo na eternidade. Á medida, pois, que vamos purificando o nosso coração, entendemos melhor a verdadeira realidade do mundo, das pessoas (que olhamos e tratamos como filhos de DEUS) e dos acontecimentos, participando da própria visão de DEUS sobre as coisas criadas, sempre dentro dos limites da nossa condição de criaturas.

            Esta ação amorosa do ESPÍRITO SANTO sobre a nossa vida só será possível se cuidarmos com esmero das normas de piedade através das quais nos dedicamos especialmente a DEUS;- A SANTA MISSA, os momentos de meditação pessoal, a VISITA AO SANTÍSSIMO. E isto tanto nos dias normais como naqueles em que temos um trabalho que parece ultrapassar a nossa capacidade de levá-lo adiante;- quando a devoção é fácil e simples ou quando chega a aridez;- nas viagens, no descanso, na doença...

            E juntamente com o cuidado em viver com esmero esses momentos mais intensamente dedicados a DEUS, não nos deve faltar o empenho por conseguir que o pano de fundo do nosso dia esteja sempre ocupado pelo SENHOR. Presença de DEUS alimentada com jaculatórias, ações de graças, pedidos de ajuda, atos de amor e desagravo, pequenos sacrifícios que surgem no nosso trabalho ou que procuramos por nossa conta. QUE A MÃE DE DEUS E MÃE NOSSA NOS PROTEJA, a fim de que cada um de nós possa servir a igreja na plenitude da fé, com os dons do ESPÍRITO SANTO e com a vida contemplativa. Realizando cada um os deveres que lhe serão próprios, cada um no seu ofício e profissão, e no cumprimento das obrigações do seu estado, honre gozosamente o SENHOR.

A FESTA NA CASA DO PAI;- PADRE JOSÉ BRUN.


 
 

            Na casa de meu Pai há muitas moradas, contava Jesus. Vou preparar-vos um lugar. O Pai desejava levar para o céu a família toda, mulheres e homens, vestidos por ele melhor que as flores do campo. A casa do Pai celeste, só pode ser entendida a partir da casa do filho pródigo. Por este INSIGHT – sabemos que o Pai do céu é cheio de compaixão e amor extravagante. Como nesta história, do pai que tinha um filho bom e outro perdulário, o Pai celestial acolhe todos os seus filhos quando chegam a eternidade com festa, banquete, música e dança. São perspectivas fantásticas de salvação para todos extraviados ou bonzinhos, desde que dotados de um mínimo de bondade. Deste divino banquete, o Filho do Homem será o próprio organizador e servidor;- BEM AVENTURADOS OS SERVOS QUE O SENHOR ACHAR VIGIANDO, CINGIR-SE-Á, FÁ-LOS-Á SENTAR Á MESA E SERVI-LOS.

            Que se trate de um verdadeiro banquete proclamou JESUS, no outro banquete, altamente simbólico, da última ceia;- EM VERDADE VOS DIGO, JÁ NÃO BEBEREI DO FRUTO DA VIDEIRA ATÉ AQUELE DIA, EM QUE BEBEREI DE NOVO NO REINO DE DEUS.

            Enfatizando a ressurreição, o concílio procura expurgar um certo negativismo de nossos rituais de morte. Basta recordar a Eça mortuária e os paramentos pretos. Em ótica melhorada, hoje, JESUS está a anunciar que no céu não haverá mais lágrimas, mas um grande banquete, a exigir um recinto adequado.

            Um Deus que criou miríades de estrelas, bichos, plantas, não teria dificuldade para criar novo céu e nova terra, com milhões de ADÃOS E EVAS, em jardins idílicos, quais os dos CANTARES DO REI SALOMÃO. Este festim de DEUS com os seres humanos fora predito por ÍSAIAS;- JAVÉ PREPARARÁ PARA TODOS OS POVOS NESTA MONTANHA UM BANQUETE DE CARNES SUCULENTAS E VINHOS FINOS. Tudo coerente com a profecia de JESUS;- MULTIDÕES VIRÃO DO ORIENTE E DO OCIDENTE E SE ASSENTARÃO NO REINO DOS CÉUS.

            É O CASO DO SERVO FIEL, QUE TRABALHOU SEUS TALENTOS;- VEM REGOZIJAR-TE COM TEU SENHOR.

 

OREMOS; Ó DEUS, GUARDAI SOB A PROTEÇÃO DOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO A VOSSA IGREJA, QUE DELES RECEBEU A PRIMEIRA SEMENTE DO EVANGELHO, E CONCEDEI QUE POR ELES RECEBA ATÉ O FIM DOS TEMPOS A GRAÇA QUE A FEZ CRESCER.

            POR NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, VOSSO FILHO, NA UNIDADE DO ESPÍRITO SANTO. AMÉM. Oração das horas.

BASTA UMA ROSA; - BATISTTINI


         

 

Não há dúvidas. Existem pessoas que tem medo de Deus e de Jesus Cristo. Não há nenhum motivo para isso, na realidade, o amor do Pai que se manifesta através de seu Filho, Jesus Cristo, é tão imenso, tão real, tão evidente que se choca com nossa maneira de pensar e agir. Basta dizer que o Pai, para salvar o mundo e demonstrar seu imenso amor por todos, mandou seu Filho na terra, para sofrer, ser humilhado, ser massacrado e por fim, ser morto numa cruz reservada aos piores malfeitores da humanidade. Isto Deus o fez para demonstrar que não há maior amor do que dar seu próprio Filho, em sacrifício...

            Contudo, mesmo assim, mesmo diante desta verdade tão límpida, ainda há gente que está com medo de Deus e do mesmo Jesus Cristo. Não é raro encontrar pessoas que, com ar desolado e desconsolado, e de quem perdeu toda confiança, repita para si mesmo;- para mim não há perdão! Para mim não existe perdão! Deus não vai me perdoar...- outros ainda, chegam a este ponto, (ter medo de Deus), por causa da educação errada, na infância, ou porque estiveram em contato com pessoas..- desequilibradas ou cuja espiritualidade não era sadia...- a realidade do evangelho é outra. Jesus nos apresenta um Deus que é Pai, perdão, amor sem fim. Basta pensar no Filho pródigo.

Apesar de que o Filho mais novo tenha trocado o amor do Pai por drogas, sujeiras, bebedeiras, ( o que constitui um pecado e uma ofensa infinita á dignidade do Pai), todavia quando se arrepende e decide voltar...encontra um Pai acolhedor, de braços abertos e com um beijo perdoou seu filho rebelde e com uma imensa festa, selou seu amor para sempre, como se nada tivesse acontecido.

            Basta pensar, também ao modo, á maneira como Jesus dava o perdão;- tão suave, tão delicadamente, tão docemente,- fazendo transparecer, um amor sem igual. Quando Madalena foi arrastada diante de Jesus, logo entendeu os motivos, a maldade, a perversidade destes últimos;- imaginemos a cena;- Madalena está no meio...estendida, recolhida, em si mesma, esperando ser apedrejada por aqueles mesmos que a tinham seduzido. Em torno dela há um círculo de gente, cada qual com uma pedra na mão, pronta a lapidar a pobre mulher. Jesus diante da cena horripilante, em que a maldade e perversidade humanas aparecem, de maneira brutal, assim fala;-

QUEM DE VOCÊS, ESTIVER SEM PECADO, LANCE A PRIMEIRA PEDRA. Os fariseus, os escribas, os malvados, os perversos se entreolham. Devagar, devagar, abaixam o braço que segurava a pedra, e quietinhos sem fazer barulho, sem que os presentes, notassem, se afastam...

            Ficou Jesus, sozinho, com a mulher. Disse Jesus a Madalena;- ninguém te condenou? Ninguém, Senhor, respondeu ela. Reparem o que Jesus diz agora;- nem eu te condeno. Vai em paz. E doravante, não peques mais. É fácil entender aqui, a frustração dos inimigos de Cristo, e é fácil, também, entender, a delicadeza, a suavidade, a doçura, com que Jesus, perdoou a Madalena. Jesus, para com todos os pecadores, usa da mesma misericórdia, da mesma doçura, da mesma delicadeza divina. Porque, há gente, ainda, que está com medo de Jesus cristo? Não é fácil entender.

Cada pessoa tem uma história, cada pessoa, tem precedentes, cada pessoa tem uma educação. Talvez seja o peso dos pecados hediondos. Talvez sejam os desvios. Talvez sejam as maldades, as perversidades, as loucuras e bravatas da juventude, ou qualquer outra coisa, que para aparecerem diferentes são capazes de qualquer tipo de insanidade, ofendendo a divindade e fazendo coisas, inomináveis.

            O fato é que ainda há gente que está com medo de Jesus. E dele não quer se aproximar. Perguntamos;- o que essas pessoas devem fazer para se aproximarem de Cristo? Qual é o caminho mais curto, para chegar a Cristo? Tudo não está perdido! Deus tem milhões de maneiras para fazer chegar a sua TERNURA a seus filhos, aqueles que não acreditam na sua misericórdia ou que estão com medo de se aproximarem dele.

            É Maria sim. O Pai usa Maria, a sua ternura de mãe, sua simplicidade, sua pobreza, sua humildade, sua insignificância diante do mundo. Sim, Maria constituiu como o SEGREDO de DEUS, para chegar até os corações mais distantes. É preciso entender bem. Maria não é um caminho mais curto para chegar ao Pai. É o contrário. É o Pai que usa a pessoa de Maria, para chegar até os pecadores e fazer-lhe conhecer a sua misericórdia. Este fato – real – pode esclarecer o que estamos dizendo.

            BASTA UMA ROSA – o jovem padre estava rezando seu breviário no recinto do trem. Um senhor de idade, sentado na poltrona do outro lado, estava fingindo ler o jornal, na realidade, estava olhando fixo para o padre, como para estudá-lo. Quando o padre, involuntariamente, olhava para ele, imediatamente, ele baixava a cabeça, cobrindo-a com o jornal. Chegando na primeira estação o padre desceu. Aquele senhor o seguiu. O padre deixou a estação, aquele senhor também. O padre se colocou na plataforma para pegar outra condução, aquele senhor também.

O padre desconfiado, perguntou-lhe, olhando-o;- pois, não? Aquele senhor de idade ficou quase sem jeito, e meio encabulado. É que eu queria falar com o senhor, mas agora vejo que está com muita pressa. pode me dar seu endereço? Alguns dias depois o padre recebeu uma carta em que, aquele senhor, dizia que estava muito doente. Um câncer o corroia, lentamente. Para ele havia somente dois meses de vida. Mas o problema não era este. O problema era que esse senhor estava com medo de Jesus Cristo. Já tentara de tudo. Tinha falado até com bispos, com padres, mas o medo continuava. Ele queria se arrepender, aproximar-se da confissão, mas não conseguia. Estava desesperado.

            O padre entendeu o problema, pois já tinha encontrado outros casos semelhantes. E achou que somente havia um caminho;- Maria. Somente a mãe de Jesus, com seu carinho materno, podia chegar até o coração desse homem e levar a ternura do perdão de Jesus.

            O padre rezou e pediu orações. Em seguida mandou este bilhete ao amigo. Senhor Cafiero, estou disposto a ajudá-lo e com certeza irá solucionar seu problema. Somente lhe peço este favor;- leve uma rosa ao altar de Maria, no santuário de Montenero. Somente isso. Seu amigo. Num primeiro momento o senhor Cafiero ficou furibundo. E pensou que o padre zombasse dele. Mas, o tempo passava e a vida lhe fugia. Num sábado de manhã decidiu fazer o que o padre pediu. Com seu motorista foi comprar um buquê de rosas, fresquíssimas. Colocou as rosas num jornal comum, para que ninguém percebesse. Estava com muita vergonha.

            Entrou no santuário, passou esfregando os muros para chegar até o altar, sem ser notado. Estava nervoso, quase tremendo. Alongou o braço para colocar as rosas no altar. Estava fraco e escorregou no chão. Tentou se agarrar ás toalhas do altar, e caiu com elas. Foi obrigado a olhar para cima, onde uma imagem de Maria, parecia olhar para ele, com um sorriso doce e acolhedor. Estava como fora de si. Cafiero foi levado á sacristia, deram-lhe um café. Depois ao padre disse toda a verdade.

            Nossa Senhora, com seu olhar doce, materno e acolhedor, disse ele, fulminou meu coração, e agora estou aqui e peço de receber o perdão, de Deus. Cafiero se confessou, recebeu o perdão, a comunhão e foi para a casa feito outro homem;- COM A ALMA CHEIA DE PAZ E AMIZADE COM JESUS.

            No sábado seguinte, pelas dez horas da manhã, um caminhão, descarregou mil buquês de rosas. Eram para Nossa Senhora. Nunca o santuário tinha ficado tão perfumado como naquele dia. Eram rosas de gratidão á doce Mãe do Céu, que com um simples olhar, conseguiu levar a ternura de Jesus, a um filho tão distante.

            PARA NOSSA SENHORA, BASTAVA UMA ROSA SÓ! É assim mesmo. Quando parece que não há mais nenhuma esperança, UMA ROSA para MARIA, resolve, pois somente Maria conhece aquele jeito de chegar aos corações mais fechados e abri-los para seu FILHO...

                        Experimente e comprovará!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

TEXTO DO PROGRAMA DE TELEVISÃO FREE TO ME;


 AS ESTAÇÕES DO CORAÇÃO;- John Powell.

 

            Claro, é arriscado abrir-nos e mostrar nossos sentimentos para outra pessoa, assim como acolher os sentimentos de outra pessoa. É difícil a gente se abrir generosamente e ter sensibilidade ao ouvir. Mas precisamos fazer isso se queremos dizer aos outros o que todos precisam ouvir;- AQUI ESTÁ O PRESENTE DE MINHA PESSOA. É O ÚNICO PRESENTE DE VERDADE QUE POSSO LHE DAR...OBRIGADO PELO PRESENTE DE SUA PESSOA. ACHO QUE ENTENDO UM POUCO O QUE VOCÊ ESTÁ SENTINDO.

            Quando as pessoas parecem antipáticas, podem muito bem estar tentando nos dizer;- você não está prestando atenção ao que estou sentindo. Não estou lhe pedindo para concordar comigo. Não preciso que você concorde com o que estou pensando ou tentando dizer. Mas preciso que você me aceite e me entenda, a mim e a meus sentimentos.

            Você tem condições? Fará isso?

            Da mesma forma, é difícil revelar os próprios sentimentos, correr o risco da transparência emocional. É como tirar a roupa em público. Você sempre pode vestir suas roupas outra vez, mas os outros vão se lembrar do que viram. Abrir-nos para outra pessoa, parar de mentir a respeito de nossa solidão, parar de esconder nossos medos e feridas, revelar nosso afeto e dizer aos outros o que significam para nós;- esse é o trabalho do amor, difícil, mas essencial.

QUE DESABAFO MAIS EDUCADOR; EU SINCERAMENTE TE AMO EM CRISTO; PADRE ZEZINHO


 
 

            Estou magoado com um colega meu, enquanto escrevo este prefácio. Tentei fazer o bem na sua diocese, desgastei-me física e mentalmente durante cinco dias, falei a mais de 1.000.000 de pessoas pelo rádio, falei pessoalmente a mais de 2.000 pessoas e, com pressão baixa, quase caindo de cansaço, dei dois shows em seguida, para resolver o problema de excesso de ingressos vendidos por cambistas sem escrúpulos, quase acabei no hospital enquanto me consumia para servir os fiéis de sua cidade...- como resultado leio num boletim por ele dirigido apenas a lacônica observação de que;

1-     Eu não estava num dos meus melhores dias, pois ficara doente...

2-     Apelei para a dublagem, o que desagradou bastante aos fãs...

3-     O show foi tumultuado pela vendagem excessiva de ingressos...

Nada mais acrescentou. Quem o ler entenderá que meu trabalho foi apenas isso. Nunca saberá do bem que foi feito e do comportamento maravilhoso do povo, das orações, do silêncio, das alegrias, da partilha, dos gestos de igreja que aconteceram naqueles dias. Não. Ele não foi bom para comigo. Acentuou três aspectos negativos e ficou neles, quando havia mais de 100 aspectos positivos...

            Mas ele não tem culpa. Pensando bem, somos todos assim. Quando não simpatizamos muito com uma pessoa, damos ênfase aos possíveis fracassos e ignoramos seus sucessos ou seu lado bom. Eu mesmo tenho enorme facilidade em elogiar meus amigos e as pessoas que admiro, enquanto acho difícil falar do lado bom das pessoas de quem discordo ou que não amo bastante...

            Nós, seguidores de Jesus, gostamos de posar de bons e honestos. Mas, em geral, somos bons só quando nos interessa ser bons, e só com aqueles que nos despertam simpatia. Com os demais, somos maus ou indiferentes...

            NA VERDADE, NÃO SOMOS TÃO MAUS QUANTO DIZEM QUE SOMOS, MAS ESTAMOS LONGE DE SER BONS QUANTO PENSAMOS SER...

            Espero que este livro (A DIFÍCIL ARTE DE SER BOM) seja franco e claro. Ser bom não é nem nunca foi fácil;- por causa de nós mesmos e por causa dos outros. Quem sabe, falando de meus tropeços, eu ajude outras pessoas a repensarem seu conceito de bondade. Não façam como eu, que fiquei magoado porque alguém só viu o aspecto negativo de minha luta por servir seus companheiros de igreja. Se eu fosse bom de fato, teria protestado contra sua injustiça, sem ficar com raiva...

            JÁ ACONTECEU ISSO COM VOCÊ?

COMENTÁRIO;- este livro é para mim, livro de cabeceira. Ele me acalma – me ensina- me acalenta- e me deixa mais sábia. Mais forte para enfrentar o povo que está sempre com muitas pedras nas mãos. Obrigado padre.

PERGUNTAS PARA O SEU DISCERNIMENTO;- BRUNO FORTE.


 
 

            Meditando na reflexão e na oração pessoal, e, possivelmente, discutindo com alguém mais especializado na fé....para tirar fruto para a conversão do seu coração e para o crescimento da vida em DEUS e com DEUS será bom, fazermos estas perguntas;-

1-     Quem é o DEUS que vem a meu encontro nos sacramentos / neste sacramento da sua igreja? É o meu DEUS de JESUS CRISTO e da sua igreja, ou eu fiz para mim um DEUS á minha imagem e semelhança?

2-     Quem sou eu diante do DEUS vivo que me encontra nos sacramentos / neste sacramento do encontro com ele? Estou aberto a seu amor, e pronto a levar a ele a verdade do meu coração e da minha vida, além da esperança e da dor da história em que vivo? Estou pronto a me deixar atingir e transformar por ele segundo o seu desígnio e a sua vontade?

3-     Como celebro os sacramentos / este sacramento na igreja, comunidade da aliança? Minha participação na liturgia dos sacramentos / deste sacramento é ativa, consciente e responsável? Vivo o espírito de oração profunda, que a celebração dos sacramentos exige e alimenta em mim? sinto-me e sou igreja na comunhão de todo o povo santo de DEUS?

4-     Como vivo a missão que brota da celebração dos sacramentos / deste sacramento? Sou, com a minha vida, o homem novo que canta cântico novo? O que se opõe em mim para a plena frutificação do dom da graça, que me foi dado nos sacramentos / neste sacramento de fé? Esforço-me para viver este dom em comunhão com os outros, respeitando e acolhendo o carisma dado a cada um por DEUS, no diálogo da caridade e na corresponsabilidade pastoral?

5-     Os sacramentos são para mim ritos vazios, coisas mortas, ou são verdadeiramente – todos e cada um – o acontecimento do encontro pessoal com CRISTO, e nele com a TRINDADE, DEUS de amor que me acolhe e muda a minha vida? Preparo-me para eles com a consciência, responsabilidade e desejo de amor, abrindo-me para as surpresas de DEUS que vêm neles? Percebo a mudança que eles produzem em mim e procuro torná-las visível nos gestos humildes da fé, da esperança e da caridade operosa? Na celebração dos sacramentos, procuro estar em união com a igreja, que me ajuda e me ama, e que nos sacramentos descubro como MÃE que me gera para a vida sem ocaso?

 

DEUS SANTO, DEUS FORTE – DEUS IMORTAL ABENÇOA A TODOS QUE COM FÉ TE PROCURAM – AMÉM.

VIVER OS SACRAMENTOS - BRUNO FORTE


 

 
            A criatura nova, que é o homem transformado pelo encontro com Cristo, realizado plenamente na celebração dos sacramentos da fé, manifesta no seu agir a novidade do dom divino, que chegou até ele e habitou o seu coração;- os homens novos cantam o cântico novo. A graça sacramental se expressa na vida do homem, escondido com Cristo em Deus, através de um novo modo de se comportar, motivado, sustentado e caracterizado pela aliança com Deus e pela presença do seu Espírito, derramado nos nossos corações. Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. os sacramentos são a fonte, o alimento e a força da existência cristã;- neles a graça, como participação na vida do deus vivo, toma rosto e se faz história.
            A vida que nasce dos sacramentos é caracterizada pelo encontro com Cristo;- em cada sacramento o Senhor crucificado e ressuscitado ilumina com a sua luz o passado, o presente e o futuro da existência pessoal da história. Graças á celebração dos sacramentos – nos quais se torna presente o JÁ da salvação, é antecipado o AINDA NÃO da promessa e se realiza no nosso HOJE o encontro com o VIVENTE, os homens são inseridos plenamente na história da salvação, experimentam as MARAVILHAS realizadas pelo ETERNO e se projetam na esperança para a realização das promessas de DEUS. no encontro sacramental CRISTO se doa ao cristão e o enche da vida divina;- se o ato sacramental é colocado devidamente em conformidade com quanto a igreja entende realizar;- O DOM DE DEUS SE REALIZA DE FORMA INFALÍVEL,- independentemente das condições subjetivas do ministro que celebra o sacramento. Longe de significar uma intervenção mecânica da graça, essa convicção da fé chamada de EX OPERE OPERATO- está confirmado a absoluta certeza de que DEUS é fiel ao empenho, livremente por ele assumido com o homem;- diversamente, a graça dependeria das capacidades e do mérito de quem administra o sacramento. Esta certeza da fidelidade divina não exclui obviamente a necessidade da disposição e da acolhida por parte dos protagonistas humanos do acontecimento sacramental;- mais ainda, é a mesma fidelidade de DEUS que chama o homem a uma reciprocidade total, fruto da graça e do assentimento da liberdade, porque a reciprocidade é essencial a todo encontro verdadeiro. Da plenitude desse encontro interpessoal brota o seguimento de CRISTO, o seu tornar-se presente no coração do homem.
            O seguimento do SENHOR – que a vida sacramental exige e fundamenta, consiste no viver com ele e por ele diante do PAI e com os homens, na força do ESPÍRITO SANTO. Realizar esta forma de vida significa concretamente ter o sentido da responsabilidade das próprias escolhas diante de DEUS, desenvolver o espírito da solidariedade para com os outros, a exemplo e com a ajuda de JESUS, crucificado e ressuscitado, e se alimentar de uma experiência contínua do ESPÍRITO, que liberta e salva. Quem celebra os sacramentos é chamado, antes de tudo, a viver a RESPONSABILIDADE das próprias escolhas diante do PAI;- se neles é o mesmo DEUS que se faz encontro para o homem, na escola dos sacramentos se aprende a medir-se continuamente conforme a sua medida, que é o último horizonte e a última pátria. Ser responsável diante de DEUS significa obedecer á consciência, querer agradar o PAI, mesmo quando isto tivesse de acontecer á custa de sacrifício e de insucesso á luz lógica do domínio e do poder deste mundo. Quem encontra DEUS no sacramento sabe que o verdadeiro valor de tudo aquilo que é penúltimo deve ser medido na relação com o último e o definitivo, que somente o PAI nos pode dar.
            A existência sacramental ainda no espírito da solidariedade, que brota da companhia da fé e da vida com o FILHO, JESUS CRISTO;- enquanto acontecimentos do tempo, celebrados na comunidade, os sacramentos educam para estar com os outros e para dividir com eles o pão da dor e da alegria, da dificuldade e da esperança. Na escola dos sacramentos se aprende a viver juntos, a levar uns os pesos dos outros, firmes na proximidade daquele que levou por todos o peso da cruz;- os sacramentos nos fazem IGREJA DA CARIDADE. A vida cristã é continuamente regenerada pelos sacramentos como chamado ao primado absoluto daquele amor que levou o FILHO DE DEUS a entregar-se á morte por nós.
            Finalmente, viver os sacramentos significa fazer a contínua, fortalecedora experiência da graça, experimentando a proximidade do consolador, que, entrando na história, transmite a seus protagonistas humanos a coragem de viver e a força de amar. Os sacramentos recordam ao homem que não está sozinho, que um OUTRO cuidou dele e se fez seu companheiro de caminho, e que somente na força do ESPÍRITO, encontrada em plenitude na comunhão da igreja, ele pode realizar completamente a sua vocação para o amor e, por isso, o sentido e a beleza da vida. Na escola dos sacramentos se aprende sempre novamente a transformar os dias do tempo em antecipação do eterno e as obras da vida em experiências daquele amor, início e antegozo da vida eterna, que somente o ESPÍRITO derrama no coração dos homens. Inteiramente fiel á terra, o homem regenerado nos sacramentos aprende a ser inteiramente fiel ao céu e, também, a conjugar na própria vida, com a ajuda de DEUS vivo, esta dupla, exigente fidelidade. Do sacramento, encontro com CRISTO, nasce o homem novo, no qual se encontram a terra e o céu, o mundo presente e o mundo que deve vir...
                        Oremos;- DEUS da vida, tu não somente nos fizeste para ti e tornaste o nosso coração inquieto enquanto não repousar em ti. Mas nos atraíste para seu FILHO, e nele, crucificado e ressuscitado por nós,
Nos roubaste de nós mesmos; - Chamaste-nos á fé, PAI, fonte de todo dom perfeito. Na água do batismo e na unção do ESPÍRITO, no pão da vida e na graça do perdão,
Lavaste o nosso pecado e o antigo medo de amar, e nos ligaste a ti, para que fossemos o teu povo no tempo e para a eternidade. Concede-nos, nós te pedimos, pela graça dos sacramentos da vida. Responder ao dom com o dom, ao amor com o amor;-
                        E faze que á tua fé em nós corresponda sempre a nossa fé em ti e no teu FILHO, único SENHOR da nossa vida. Então, de fé em fé, viveremos o mistério da tua justiça, a alegria e a paz de uma existência recebida de ti e a ti restituída no amor fiel, e no serviço operoso de dias cheios de esperança. AMÉM. ALELUIA!!!!!!!!!!!!!!
           
 

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

PARA O NOSSO CRESCIMENTO..... ANSELM GRÜN.


 
 

            O ser humano pode fazer o que quiser, começar como quiser, mas nunca alcançará a paz verdadeira e nunca será um ser humano dos céus, de acordo com sua essência, antes de chegar aos quarenta anos de idade. Até esse dia, ele fica fazendo tantas coisas, a natureza o empurra de um lado a outro, e são tantas as coisas que ás vezes a natureza controla nele, e enquanto ele pensa que é tudo DEUS, não consegue alcançar a paz total nem se tornar totalmente um ser dos céus, antes daquele momento. Então ele precisa esperar mais dez anos até que o ESPÍRITO SANTO, O CONSOLADOR, FAÇA PARTE DELE DE VERDADE, o espírito que ensina todas as coisas.

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                        Algumas pessoas gostam tanto de seus hábitos (isto é, seu estilo de vida e sua maneira devota de ser) que não deixam ninguém interferir, nem DEUS nem o ser humano, e se protegem como a sua menina dos olhos, para não se abandonarem a DEUS. Se NOSSO SENHOR aparece com uma recomendação, de forma direta ou indireta, rapidamente ele coloca forma de ser a sua frente e não cede nem um centímetro.

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            Meninos, porque vocês acham que o ser humano não consegue, de jeito nenhum, chegar a seu fundo? O motivo é que colocaram por cima dele uma pele espessa, horrível, tão espessa quanto o couro do boi, e ela cobriu tanto o seu interior que nem DEUS, nem ele mesmo consegue penetrá-la. Ela se endureceu. Saibam vocês, algumas pessoas podem ter trinta ou quarenta peles espessas, tão grossas como a pele dos ursos.

 

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TUDO PODE SER MUDADO PELA EUCARISTIA. TUDO É UMA QUESTÃO DE LÚCIDEZ. TUDO É UMA DIVINA GRAÇA QUE VEM DO CÉU. SOMOS INACABADOS- LUTEMOS COM TODAS AS NOSSAS FORÇAS PARA CHEGARMOS NA FELICIDADE ETERNA;- MAS COMECEMOS AQUI NA TERRA – BOA SORTE AMIGOS.

OS PROPÓSITOS DA ORAÇÃO;- CARVAJAL.


 
 

            Jesus fala-nos na oração.

            Não desanimar se alguma vez parece que o Senhor não nos ouve...ele nos atende sempre e cumula a alma de frutos.

            Propósitos concretos e bem determinados.

 

JESUS SUBIU AO TABOR com 3 dos seus discípulos mais íntimos;- Pedro, Tiago e João, que mais tarde haveriam de acompanhá-lo no horto de Getsêmani. Ali ouviram a voz inefável do PAI;- ESTE É O MEU FILHO MUITO AMADO, ESCUTAI-O. E DE REPENTE, OLHANDO AO REDOR, NÃO VIRAM NINGUÉM COM ELES, A NÃO SER UNICAMENTE JESUS.

            Em Cristo dá-se a plenitude da Revelação. Na sua palavra e na sua vida contém-se tudo o que DEUS quis dizer á humanidade e a cada homem. Em JESUS encontramos tudo o que devemos saber a respeito da nossa própria vida, NELE entendemos o sentido da nossa existência diária. A nós, cabe-nos escutá-lo. Esta é a nossa vida;- ouvir o que JESUS NOS DIZ NA INTIMIDADE DA ORAÇÃO, NOS CONSELHOS DE QUEM ORIENTA A NOSSA ALMA E ATRAVÉS DOS ACONTECIMENTOS QUE ELE MANDA OU PERMITE.

            Por isso – ensina SÃO JOÃO DA CRUZ, quem quisesse agora perguntar alguma coisa diretamente a DEUS, ou ter uma visão ou revelação, não só cometeria uma tolice, mas ofenderia a DEUS, não pondo os olhos totalmente em CRISTO, sem querer nenhuma outra coisa ou novidade. Porque DEUS poderia responder-lhe desta maneira;- SE JÁ TE DISSE TODAS AS COISAS ATRAVÉS DA MINHA PALAVRA, QUE É O MEU FILHO, E NÃO TENHO OUTRA, QUE TE POSSO EU AGORA RESPONDER OU REVELAR QUE SEJA MAIS QUE ISSO? PÕE OS OLHOS SOMENTE NELE. PORQUE NELE TE DISSE E REVELEI TUDO, E NELE ACHARÁS MUITO MAIS DO QUE PEDES E DESEJAS;- OUVE-O A ELE, PORQUE JÁ NÃO TENHO MAIS FÉ QUE REVELAR, NEM MAIS COISAS QUE MANIFESTAR.

            Temos que ir a oração dispostos a falar com o SENHOR, mas também decididos a escutar os seus conselhos, inspirações e desejos a respeito do nosso trabalho, da família, dos amigos que devemos aproximar DELE. Porque na oração falamos a DEUS e ELE nos fala mediante as luzes que nos dá para resolvermos de acordo com o seu querer divino, as questões que nos aparecem;- como também nos fala mediante esses impulsos interiores que nos incitam a melhorar no cumprimento dos deveres diários, a ser mais audazes na ação apostólica...

            A nossa MÃE SANTA MARIA ensina-nos a escutar o seu FILHO, a considerar as coisas como ELA, na intimidade do coração, conforme o evangelho nos faz constar por duas vezes. Foi esse ponderar as coisas no coração que fez com que a VIRGEM fosse crescendo, com o decorrer do tempo, na compreensão dos mistérios, na santidade e na união com DEUS. Ao contrário do que poderíamos pensar – Maria não encontrou as coisas já feitas no seu caminho para DEUS, porque lhe foram exigidos esforços e foi submetida a provas que nenhum nascido de mulher –á exceção do seu filho – teria podido enfrentar com êxito.na intimidade com DEUS, Maria soube o que o SENHOR queria dela, penetrou mais e mais no mistério da redenção e encontrou sentido para os acontecimentos da sua vida;- a alegria imensa e incomparável da sua vocação, a missão de José junto DELA, a pobreza de BELÉM, a chegada dos MAGOS, a fuga precipitada para o EGITO, a busca dolorosa e o feliz encontro com JESUS quando tinha doze anos, a normalidade dos dias de NAZARÉ... a VIRGEM MARIA orava e compreendia. Assim acontecerá conosco se aprendermos a procurar JESUS na intimidade da oração.

            Este é o meu FILHO muito amado, escutai-o. devemos ouvi-lo muitas vezes e também perguntar-lhe o que não entendemos, o que nos surpreende, ou sobre as decisões que temos de tomar. Perguntar-lhe-emos;- SENHOR, NESTE ASSUNTO, QUE QUEREIS QUE EU FAÇA? O QUE VOS É MAIS AGRADÁVEL? COMO POSSO VIVER MELHOR TODAS AS MINHAS RESPONSABILIDADES? E se soubermos estar atentos, ouviremos essas palavras de JESUS que nos convidam a uma maior generosidade e nos iluminam para agirmos de acordo com o querer de DEUS. Verdadeiramente, podemos dizer a JESUS na nossa oração de hoje;- a vossa palavra é uma lâmpada para os meus pés, a luz do meu caminho, sem a qual andaria aos tropeções, sem rumo e sem sentido. Guiai-me SENHOR, em meus caminhos e não me deixeis no meio de tanta escuridão. Os ouvidos de DEUS estão sempre atentos á oração sincera, cheia de retidão de intenção e simples, que se abre com DEUS como filho bom se abre com seu pai, ou um amigo com seu amigo.

            Ele nos ouve sempre, ainda que por vezes tenhamos a impressão contrária, como aconteceu com o cego BARTIMEU, que chamava por JESUS á saída de JERICÓ e ELE seguia em frente sem parecer escutar os seus apelos, ou com a mulher siro fenícia, que seguia atrás do SENHOR sem cessar de suplicar-lhe pela filha doente. Jesus sabia muito bem o que essas pessoas desejavam DELE, e conhecia a fé que as movia, uma fé que, com aquela perseverança na oração, se tornava mais firme e sincera. Ele está atento ao que lhe dizemos, interessa-se por todos os nossos assuntos, recebe os louvores e as ações de graças que lhe dirigimos, os nossos atos de amor, os nossos pedidos de perdão e as nossas súplicas, e nos fala, e nos abre novos caminhos, e nos sugere propósitos...

            Haverá ocasiões em que a nossa oração será uma conversa sem palavras, como acontece ás vezes com os amigos que se conhecem bem e se estimam muito. Mas, mesmo sem palavras, podem-se dizer tantas coisas! De um modo ou de outro, o SENHOR deixa na alma frutos abundantes, ainda que ás vezes nos passemos despercebidos;- pode falar-nos de um modo quase imperceptível, mas dá-nos sempre a sua luz e a sua ajuda, sem a qual não iríamos para a frente. Procuremos repelir qualquer distração voluntária, vejamos de que modo podemos melhorar o nosso diálogo com o SENHOR e sigamos o exemplo dos santos, que perseveraram na oração apesar das dificuldades. Durante alguns anos- diz SANTA TERESA, muitíssimas vezes mais me ocupava em desejar que terminasse o tempo que fixara para orar em escutar quando é que o relógio daria as horas, do que outras coisas boas;- e inúmeras vezes não sei que penitência grave se me apresentaria que eu não a acometesse de mais boa vontade do que recolher-se a orar mentalmente. Não abandonemos a oração nunca, ainda que por vezes seja árida, seca e custosa.

            Em momentos em que nos custe e não nos ocorra nada que dizer a JESUS, lembremo-nos de que somos os seus amigos, mais íntimos, exatamente como os apóstolos, que o seguiam porque o amavam, e a quem o SENHOR convidava a retirar-se a um lugar solitário para descansarem juntos...que coisas não lhes perguntaria e contaria a JESUS nesses momentos. Pois bem, esse há de ser o clima da nossa oração – dessa conversa a sós com quem sabemos que nos ama. ESTE É MEU FILHO MUITO AMADO;- ESCUTAI-O. Jesus falava na oração. E a VIRGEM MARIA, nossa MÃE, indica-nos como devemos proceder. FAZEI O QUE ELE VOS DISSER, aconselha-nos, como nas bodas de CANÁ. Porque fazer o que JESUS nos vai dizendo todos os dias no silêncio da oração pessoal é encontrar a chave que permite abrir as portas do reino dos céus, é situar-se na linha dos desejos de DEUS sobre a nossa existência, é preencher as condições para que a nossa vida se cumule de frutos, como no caso daqueles servos que, pela sua obediência, encontraram cheias de um vinho esplêndido as talhas que tinham de água até ás bordas.

            Muito em concreto, devemos esforçar-nos por levar á prática os propósitos que o SENHOR nos sugere nos tempos de oração pessoal. Devem ser propósitos bem precisos para que sejam eficazes, para que se traduzam em realidades ou, pelo menos, nos levem a um grande esforço por cumpri-los;- PLANOS CONCRETOS, NÃO DE SÁBADO PARA SÁBADO, MAS DE HOJE PARA AMANHÃ, E DE AGORA PARA DAQUI A POUCO.

            Muitas vezes, o SENHOR nos pedirá pequenas retificações de conduta, uma generosidade maior no trato com os outros, maior intensidade no aproveitamento do tempo, maior freqüência nos atos de presença de DEUS na rua ou no seio da família, este ou aquele sacrifício na guarda dos sentidos, á hora das refeições. Noutros casos, dir-nos-á que sejamos mais enérgicos em por em prática os conselhos recebidos na direção espiritual, que normalmente apontarão para o nosso ponto fraco e que hão de ser tema freqüente de medição, pois são outro meio de que JESUS se serve para nos falar. Assim, dia após dia, quase sem percebermos, o querer divino irá guiando os nossos passos como uma bússola guia os passos do caminhante em direção á meta. O fim da nossa viagem é DEUS;- queremos ir ao seu encontro sem hesitações, sem atrasos, com toda a nossa vontade. Pois bem, a nossa primeira tarefa é aprendermos a escutar, a conhecer essa voz divina que se vai manifestando por constantes moções na alma;- e a segunda, empenharmo-nos a sério em traduzir esses movimentos interiores em ponto de luta bem determinados.

            Poderemos ir hoje até o SENHOR pela mão de NOSSA SENHORA, mestra da oração. Como enamora a cena da AUNCIAÇÃO! MARIA – quantas vezes temos meditado nisso! Está recolhida em oração, aplica os seus cinco sentidos e todas as suas potências na conversa com DEUS. Na oração conhece a vontade divina;- e com a oração converte-a em vida da sua vida. Não esqueças o exemplo de NOSSA SENHORA!

            SUPLICAMOS-LHE HOJE QUE NOS DÊ UM OUVIDO ATENTO PARA ESCUTARMOS A VOZ DO SEU FILHO E UMA VONTADE ENÉRGICA PARA LEVARMOS A CABO TUDO O QUE ELE NOS PEDE;- ESTE É O MEU FILHO MUITO AMADO, ESCUTAI-O..... AMÉM.