Para atingir a paz interior o líder
precisa trilhar o caminho espiritual. Para os filósofos da Stoa, só é possível
alcançar a serenidade quando sabemos lidar bem com nossos afetos, quando
apaziguamos nossas paixões interiores. A palavra grega que traduz aequo animo é
euthymein e significa na verdade ter um bom ânimo, estar bem com a sua
natureza, sentir-se bem em sua dimensão emocional. Aquele que é sereno lida bem
com suas emoções. Ele as permite, ele as sente, porém não se deixa comandar por
elas.
Para os monges este é o estado de
apatheia (falta de paixões, apatia) ou de puritas cordis (pureza de coração),
que se assemelha á serenidade dos estóicos. Evagrius Ponticus descreveu com
detalhes a luta pela apatheia.
O monge precisa tornar-se consciente
de suas paixões, ele precisa usar a energia que traz dentro de si para chegar
até Deus. Então ele atingirá um estado de paz interior, no qual suas paixões
não mais comandarão suas ações, mas sim serão aplacadas e lhe serão úteis.
Para Cassian, este é o estado de
pureza de coração, de integridade interior, no qual nossos objetivos não são
mais contaminados com segundas intenções, no qual agimos por amor puro, no qual
nos tornamos permeáveis a Deus. Por este motivo Bento coloca como premissa para
alcançar a pureza de coração e com ela dirigir sua paz interior á comunidade
que o celeireiro percorra o caminho espiritual de modo conseqüente. Ele não
pode perder seu equilíbrio por meio dos conflitos diários de seus
colaboradores.
Apenas desta forma é possível
acalmar outra vez a confusão de emoções que sempre surge quando se trabalha em
conjunto. Sem esta serenidade interior ele seria o causador do caos e não o
solucionador de problemas.
------------------------------------------------------
A
conversão não é o resultado de alguns momentos de fervor.
A conversão é tarefa,
É luta que
dura a vida inteira. Livro Sebastião,
Um Cristão para hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário