quarta-feira, 8 de março de 2017

QUARESMA;- TEMPO DE PENITÊNCIA.


            - o pecado é pessoal. Sinceridade para reconhecermos os nossos pecados erros e fraquezas – necessidade de penitência.
            -o pecado pessoal produz efeitos nos outros. reparar pelos pecados do mundo. Penitência e comunhão dos santos.
            -penitência na vida quotidiana, no serviço  ás pessoas que estão ao nosso lado.

            A eficácia da autêntica penitência, que é a conversão do coração de Deus, pode perder-se se cai na tentação, que não é só de épocas remotas, de tentar esquecer que o pecado é pessoal. O profeta Ezequiel adverte os judeus do seu tempo de que não esqueçam a grande lição do desterro, pois encaravam-no como algo inevitável, gerado pelos pecados cometidos antigamente por outros. O profeta declara que esse castigo é conseqüência dos pecados atuais de cada indivíduo. Através das suas palavras, o Espírito Santo fala-nos de uma responsabilidade individual e, portanto, de uma penitência e de uma salvação pessoais. ASSIM DIA O SENHOR! O PECADOR DEVE PERECER. O FILHO NÃO RESPONDERÁ PELAS FALTAS DO PAI NEM O PAI PELAS FALTAS DO FILHO. É AO JUSTO QUE SE IMPUTARÁ A SUA JUSTIÇA E AO MAU A SUA MALÍCIA.
            Deus quer que o pecador se converta e viva, mas este deve cooperar com o arrependimento e com as obras de penitência. No seu sentido próprio e verdadeiro, o pecador- diz João Paulo nosso beato- é sempre um ato da pessoa, porque é um ato de um homem, individualmente considerado, e não propriamente de um grupo ou de uma comunidade. Descarregar o homem dessa responsabilidade, seria obliterar, a dignidade e a liberdade da pessoa, que também se revelam- se bem que negativa e desastrosamente- nessa responsabilidade pelo pecado cometido. Por isso, em todos e em cada um dos homens, não há nada tão pessoal e intransferível como o mérito da virtude ou a responsabilidade da culpa.
            Por isso, é uma graça do Senhor não deixarmos de arrepender-nos dos nossos pecados passados nem mascararmos os presentes, mesmo que não passem de imperfeições. Que também nós possamos dizer;- EU RECONHEÇO A MINHA INIQÜIDADE E O MEU PECADO ESTÁ SEMPRE DIANTE DE MIM. É verdade que um dia confessamos as nossas culpas e o Senhor nos disse;- VAI E NÃO TORNES A PECAR. Mas os pecados deixam um vestígio na alma. Perdoada a culpa, permanecem as relíquias do pecado, disposições causadas pelos atos anteriores, embora fiquem debilitadas e diminuídas, de maneira que não dominam o homem e permanecem mais em forma de disposição que de hábito. Além disso, existem pecados e faltas que não chegamos a perceber por falta de espírito de exame, por falta de delicadeza de consciência...- são como más raízes que ficaram na alma e que é necessário arrancar mediante a penitência para impedir que produzam frutos amargos. São pois, muitos os motivos que temos para fazer penitência no tempo da quaresma, e devemos concretizá-la em pequenas coisas;- em mortificar os nossos gostos nas refeições- em viver a abstinência que a igreja manda – em ser pontuais, em vigiar a imaginação. E também em procurar, com o conselho do diretor espiritual, do confessor, outros sacrifícios de maior importância, que nos ajudem a purificar a alma e a reparar os pecados próprios e alheios.
            Ainda que o pecado seja sempre uma ofensa pessoal a Deus, não deixa de produzir efeitos nos demais homens. Para bem ou para mal, estamos sempre influindo naqueles que estão ao nosso lado, na igreja e no mundo, e não apenas pelo bom ou mau exemplo que lhes damos ou pelos resultados diretos das nossas ações. Esta é a outra face daquela solidariedade que, em nível religioso, se desenvolve no profundo e magnífico mistério da comunhão dos santos, graças á qual se pode dizer que cada alma que se eleva, eleva o mundo. A esta lei da elevação corresponde, infelizmente, a lei da descida, de tal modo que se pode falar de uma comunhão do pecado, em virtude da qual uma alma que se rebaixa pelo pecado rebaixa a igreja e, de certa maneira, o mundo inteiro. Por outras palavras, não há pecado algum, mesmo o mais íntimo e secreto, o mais estritamente individual, que afete exclusivamente aquele que o comete. Todo o pecado repercute com maior ou menor intensidade, com maior ou menos dano, em toda a estrutura eclesial e em toda a família humana.
            O Senhor pede-nos que sejamos motivo de alegria e luz para toda a igreja. No meio do nosso trabalho e das nossas tarefas, ser-nos-á de grande ajuda pensar nos outros, saber que somos apoio – também mediante a penitência, para todo o corpo místico de Cristo, e em especial para aqueles que, ao longo da vida, o Senhor foi colocando ao nosso lado;- se sentires a comunhão dos santos – se a viveres – serás de bom grado um homem penitente. E compreenderás que a penitência é alegria embora trabalhosa. E te sentirás (aliado) de todas as almas penitentes que foram, são e serão. Terás mais facilidade em cumprir o teu dever, se pensares na ajuda que te prestam os teus irmãos e na que deixas de prestar-lhes se não és fiel.
            A penitência que o Senhor nos pede, como cristãos que vivem no meio do mundo, deve ser discreta, alegre, uma penitência que quer permanecer inadvertida, mas que não deixa de traduzir em atos concretos. Além disso, não faz mal que vez em quando se percebam as nossas penitências. Se foram testemunhas das tuas fraquezas e misérias, que importa que o sejam da tua penitência? Uma penitência muito agradável a Deus é aquela que se manifesta em atos de caridade e que tende a facilitar aos outros o caminho que conduz a Deus, tornando-o mais amável. No evangelho o Senhor nos diz;- se estás para fazer a tua oferenda diante do altar e te lembras de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão;- só então vem fazer tua oferenda.
            As nossas oferendas ao Senhor devem caracterizar-se pela caridade;- saber pedir perdão aqueles a quem ofendemos;- assumir plenamente o sacrifício que supõe cuidar da formação de alguém que está sob a nossa responsabilidade;- ser pacientes;- saber perdoar com prontidão e generosidade. A este respeito, diz São Leão Magno;- ainda que sempre seja necessário aplicar-te á santificação do corpo, agora sobretudo, durante os jejuns da quaresma, deveis aperfeiçoar-vos pela prática de uma piedade mais ativa. Daí esmola, que é muito eficaz para nos corrigirmos das nossas faltas;- mas perdoai também as ofensas e abandonai as queixas contra aqueles que vos fizeram algum mal. Perdoemos sempre, com o sorriso nos lábios. Falemos com clareza, sem rancor, quando nos parecer em consciência que devemos falar. E deixemos tudo nas mãos do nosso Pai Deus, com um divino silêncio. Jesus calava-se- se se trata de ataques pessoais, por mais brutais e indecorosos que sejam.
            Aproximemo-nos do altar de Deus sem carregar conosco o menor sentimento de inimizade ou de rancor. Pelo contrário, procuremos apresentar ao Senhor muitos atos de compreensão, de cortesia, de generosidade, de misericórdia. Assim o seguiremos pela via sacra que ele nos traçou e que o levou a deixar-se pregar na cruz. Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. Foi o amor que levou Jesus ao calvário. E já na cruz, todos os seus gestos e todas as suas palavras são de amor, de amor sereno e forte. E nós, despedaçada de dor a alma,dizemos sinceramente a Jesus;- SOU EU, TE ENTREGO-ME A TI, E PREGO-ME NA CRUZ DE BOM GRADO, SENDO NAS ENCRUZILHADAS DO MUNDO UMA ALMA QUE SE ENTREGOU A TI, Á TUA GLÓRIA, Á REDENÇÃO, Á CORREDENÇÃO DA HUMANIDADE INTEIRA.
            SANTA MARIA NOSSA MÃE, ENSINAR-NOSÁ A DESCOBRIR MUITAS OCASIÕES DE SERMOS GENEROSOS NA DEDICAÇÃO AOS QUE ESTÃO AO NOSSO LADO NAS TAREFAS DE CADA DIA.

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                                                                       AMÉM.

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