- o pecado é pessoal. Sinceridade
para reconhecermos os nossos pecados erros e fraquezas – necessidade de
penitência.
-o pecado pessoal produz efeitos nos
outros. reparar pelos pecados do mundo. Penitência e comunhão dos santos.
-penitência na vida quotidiana, no
serviço ás pessoas que estão ao nosso
lado.
A eficácia da
autêntica penitência, que é a conversão do coração de Deus, pode perder-se se
cai na tentação, que não é só de épocas remotas, de tentar esquecer que o
pecado é pessoal. O profeta Ezequiel adverte os judeus do seu tempo de que não
esqueçam a grande lição do desterro, pois encaravam-no como algo inevitável,
gerado pelos pecados cometidos antigamente por outros. O profeta declara que
esse castigo é conseqüência dos pecados atuais de cada indivíduo. Através das
suas palavras, o Espírito Santo fala-nos de uma responsabilidade individual e,
portanto, de uma penitência e de uma salvação pessoais. ASSIM DIA O SENHOR! O
PECADOR DEVE PERECER. O FILHO NÃO RESPONDERÁ PELAS FALTAS DO PAI NEM O PAI
PELAS FALTAS DO FILHO. É AO JUSTO QUE SE IMPUTARÁ A SUA JUSTIÇA E AO MAU A SUA
MALÍCIA.
Deus quer que o pecador se converta e viva, mas este deve
cooperar com o arrependimento e com as obras de penitência. No seu sentido
próprio e verdadeiro, o pecador- diz João Paulo nosso beato- é sempre um ato da
pessoa, porque é um ato de um homem, individualmente considerado, e não
propriamente de um grupo ou de uma comunidade. Descarregar o homem dessa
responsabilidade, seria obliterar, a dignidade e a liberdade da pessoa, que
também se revelam- se bem que negativa e desastrosamente- nessa
responsabilidade pelo pecado cometido. Por isso, em todos e em cada um dos
homens, não há nada tão pessoal e intransferível como o mérito da virtude ou a
responsabilidade da culpa.
Por isso, é uma graça do Senhor não deixarmos de
arrepender-nos dos nossos pecados passados nem mascararmos os presentes, mesmo
que não passem de imperfeições. Que também nós possamos dizer;- EU RECONHEÇO A
MINHA INIQÜIDADE E O MEU PECADO ESTÁ SEMPRE DIANTE DE MIM. É verdade que um dia
confessamos as nossas culpas e o Senhor nos disse;- VAI E NÃO TORNES A PECAR.
Mas os pecados deixam um vestígio na alma. Perdoada a culpa, permanecem as
relíquias do pecado, disposições causadas pelos atos anteriores, embora fiquem
debilitadas e diminuídas, de maneira que não dominam o homem e permanecem mais
em forma de disposição que de hábito. Além disso, existem pecados e faltas que
não chegamos a perceber por falta de espírito de exame, por falta de delicadeza
de consciência...- são como más raízes que ficaram na alma e que é necessário
arrancar mediante a penitência para impedir que produzam frutos amargos. São
pois, muitos os motivos que temos para fazer penitência no tempo da quaresma, e
devemos concretizá-la em pequenas coisas;- em
mortificar os nossos gostos nas refeições- em viver a abstinência que a igreja
manda – em ser pontuais, em vigiar a imaginação. E também em procurar, com o
conselho do diretor espiritual, do confessor, outros sacrifícios de maior
importância, que nos ajudem a purificar a alma e a reparar os pecados próprios e
alheios.
Ainda que o pecado
seja sempre uma ofensa pessoal a Deus, não deixa de produzir efeitos nos demais
homens. Para bem ou para mal, estamos sempre influindo naqueles que estão ao nosso
lado, na igreja e no mundo, e não apenas pelo bom ou mau exemplo que lhes damos
ou pelos resultados diretos das nossas ações. Esta é a outra face daquela solidariedade que, em nível religioso, se
desenvolve no profundo e magnífico mistério da comunhão dos santos, graças á
qual se pode dizer que cada alma que se eleva, eleva o mundo. A esta lei da
elevação corresponde, infelizmente, a lei da descida, de tal modo que se pode
falar de uma comunhão do pecado, em virtude da qual uma alma que se rebaixa pelo
pecado rebaixa a igreja e, de certa maneira, o mundo inteiro. Por outras
palavras, não há pecado algum, mesmo o mais íntimo e secreto, o mais
estritamente individual, que afete exclusivamente aquele que o comete. Todo o
pecado repercute com maior ou menor intensidade, com maior ou menos dano, em
toda a estrutura eclesial e em toda a família humana.
O Senhor pede-nos que
sejamos motivo de alegria e luz para toda a igreja. No meio do nosso trabalho e
das nossas tarefas, ser-nos-á de grande ajuda pensar nos outros, saber que
somos apoio – também mediante a penitência, para todo o corpo místico de
Cristo, e em especial para aqueles que, ao longo da vida, o Senhor foi
colocando ao nosso lado;- se sentires a
comunhão dos santos – se a viveres – serás de bom grado um homem penitente. E
compreenderás que a penitência é alegria embora trabalhosa. E te sentirás
(aliado) de todas as almas penitentes que foram, são e serão. Terás mais
facilidade em cumprir o teu dever, se pensares na ajuda que te prestam os teus
irmãos e na que deixas de prestar-lhes se não és fiel.
A penitência que o
Senhor nos pede, como cristãos que vivem no meio do mundo, deve ser discreta,
alegre, uma penitência que quer permanecer inadvertida, mas que não deixa de
traduzir em atos concretos. Além disso, não faz mal que vez em quando se
percebam as nossas penitências. Se foram testemunhas das tuas fraquezas e
misérias, que importa que o sejam da tua penitência? Uma penitência muito
agradável a Deus é aquela que se manifesta em atos de caridade e que tende a
facilitar aos outros o caminho que conduz a Deus, tornando-o mais amável. No
evangelho o Senhor nos diz;- se estás
para fazer a tua oferenda diante do altar e te lembras de que teu irmão tem
alguma coisa contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro
reconciliar-te com o teu irmão;- só então vem fazer tua oferenda.
As nossas oferendas ao
Senhor devem caracterizar-se pela caridade;- saber pedir perdão aqueles a quem
ofendemos;- assumir plenamente o sacrifício que supõe cuidar da formação de
alguém que está sob a nossa responsabilidade;- ser pacientes;- saber perdoar com prontidão e generosidade. A este
respeito, diz São Leão Magno;- ainda que sempre seja necessário aplicar-te á
santificação do corpo, agora sobretudo, durante os jejuns da quaresma, deveis
aperfeiçoar-vos pela prática de uma piedade mais ativa. Daí esmola, que é muito
eficaz para nos corrigirmos das nossas faltas;- mas perdoai também as ofensas e
abandonai as queixas contra aqueles que vos fizeram algum mal. Perdoemos
sempre, com o sorriso nos lábios. Falemos com clareza, sem rancor, quando nos
parecer em consciência que devemos falar. E deixemos tudo nas mãos do nosso Pai
Deus, com um divino silêncio. Jesus calava-se- se se trata de ataques pessoais,
por mais brutais e indecorosos que sejam.
Aproximemo-nos do altar de Deus sem
carregar conosco o menor sentimento de inimizade ou de rancor. Pelo contrário,
procuremos apresentar ao Senhor muitos atos de compreensão, de cortesia, de
generosidade, de misericórdia. Assim o seguiremos pela via sacra que ele nos
traçou e que o levou a deixar-se pregar na cruz. Pai, perdoa-lhes porque não
sabem o que fazem. Foi o amor que levou Jesus ao calvário. E já na cruz, todos
os seus gestos e todas as suas palavras são de amor, de amor sereno e forte. E
nós, despedaçada de dor a alma,dizemos sinceramente a Jesus;- SOU EU, TE
ENTREGO-ME A TI, E PREGO-ME NA CRUZ DE BOM GRADO, SENDO NAS ENCRUZILHADAS DO
MUNDO UMA ALMA QUE SE ENTREGOU A TI, Á TUA GLÓRIA, Á REDENÇÃO, Á CORREDENÇÃO DA
HUMANIDADE INTEIRA.
SANTA MARIA NOSSA MÃE, ENSINAR-NOSÁ
A DESCOBRIR MUITAS OCASIÕES DE SERMOS GENEROSOS NA DEDICAÇÃO AOS QUE ESTÃO AO
NOSSO LADO NAS TAREFAS DE CADA DIA.
-------------------------------------------------------------------------------------------
AMÉM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário