-necessidade da graça
para realizar o bem.
-as graças atuais.
-correspondência.
Pelo
pecado original, a natureza humana perdeu o estado de santidade a que havia
sido elevada por Deus e, conseqüentemente, ficou privada também da integridade
e da ordem interior que possuía. Desde então, o homem já não tem a suficiente
firmeza de vontade para cumprir todos os preceitos morais que conhece. Fazer o
bem tornou-se-lhe difícil depois da aparição do pecado sobre a terra. E é isto
o que explica a íntima divisão do homem – ensina o concílio vaticano II. Toda a
vida humana, a individual e a coletiva, apresenta-se como luta, uma luta
dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas.
A ajuda de Deus é absolutamente necessária
para realizarmos atos de valor sobrenatural. Não é que, por nós mesmos, sejamos
capazes de ter algum pensamento como próprio, mas a nossa capacidade provém de
Deus. Além disso, depois do pecado original, essa ajuda tornou-se mais
necessária. Ninguém se liberta do pecado e se eleva sobre si mesmo por suas
próprias forças;- ninguém fica completamente livre da sua debilidade, da sua
solidão ou da sua escravidão, todos temos necessidade de Cristo, modelo,
mestre, médico, libertador, salvador, vivificador. Sem ele , nada podemos;- com
ele, podemos tudo.
Ainda que a natureza humana não se
tenha corrompido pelo pecado original, experimentamos – mesmo depois de termos
sido batizados – uma tendência para o mal e uma grande dificuldade em fazer o
bem;- é o chamado FOMES PECCATI ou CONCUPISCÊNCIA, que sem ser pecado em si
mesmo – procede do pecado e inclina para o pecado. A própria liberdade está
debilitada, ainda que não tenha sido suprimida. Compreendemos assim, á luz
desta doutrina, que as nossas boas obras, os nossos frutos de santidade e de
apostolado, são em primeiro lugar de Deus;- e só secundariamente muito
secundariamente, resultado de termos correspondido á graça como seus
instrumentos, sempre frágeis e desproporcionados.
O Senhor pede-nos que tenhamos
sempre em conta esta pobreza da nossa condição, evitando o perigo de uma
vaidade tola. Porque amiúde – diz Santo Afonso Maria de Ligório- o homem
dominado pela soberba é um ladrão pior que os demais, porque não rouba bens
terrenos, mas a glória de Deus. Segundo afirma o apóstolo, por nós mesmos, não
podemos fazer nenhuma obra ou sequer ter um bom pensamento. E já que as coisas
são assim, quando fizermos algum bem, digamos ao Senhor;- devolvemos-te Senhor,
o que de tuas mãos recebemos. Devemos dizê-lo diante de qualquer fruto que nos
tenha vindo ás mãos. Oferecê-lo-emos de novo a Deus, pois sabemos bem que a
malícia e as deficiências são nossas;- a beleza e a bondade são DELE. Como
observamos nas páginas do evangelho, os encontros dos homens com Cristo foram
únicos e irrepetíveis;-
NICODEMOS, ZAQUEU, A MULHER ADÚLTERA, O
BOM LADRÃO, OS APÓSTOLOS. A ação de Deus já prepara lentamente aqueles homens e
mulheres para que se abrissem ao Senhor no momento oportuno;- e, após esse
encontro singular e determinante, a graça de Deus continuou a acompanhá-los,
suscitando e levando a cabo nas tuas almas novas conversões, novos progressos.
Os nossos encontros com Cristo
também foram irrepetiveis e únicos, como os dessas pessoas que o encontraram
nas terras da Galiléia, junto ao lago de Genesaré, em Jerusalém ou num povoado
da Samaria. E a partir daí Jesus está igualmente presente na nossa vida e, por
sua bondade, continua a ajudar-nos com mil moções interiores para que nos
aproximemos mais e mais DELE. São graças atuais, dons gratuidos e transitórios
que desenvolvem os seus efeitos em cada alma de uma maneira particular. Quantas
não recebemos nós em cada dia! Quantas mais não receberemos se não fecharmos as
portas da alma a essa ação silenciosa e eficacíssima do SANTIFICADOR!
O Espírito Santo – sem suprimir a
nossa liberdade – ilumina-nos constantemente para que conheçamos a verdade,
acompanhando e aperfeiçoando as nossas boas ações. Deus é quem realiza em vós,
não apenas o querer, mas o executar, segundo o seu beneplácito. Devemos
pedir-lhe a sabedoria prática de procurar apoio DELE e não em nós, de ir buscar
a nossa coragem NELE e não na habilidade da nossa inteligência ou dos nossos
recursos pessoais;- devemos escutar sempre, na vida prática, a advertência amorosa
do Mestre;- sem mim, nada podeis fazer.
Na vida sobrenatural, seremos sempre
principiantes, e devemos portanto conduzir-nos com docilidade e a aplicação de
uma criança que necessita em tudo dos mais velhos. São Francisco de Sales
ilustra com um exemplo esta relação que há entre Deus e os homens;- quando uma
mãe ensina o seu filhinho a andar, ajuda-o e ampara-o tanto quanto necessário,
deixando-o dar alguns passos pelos lugares menos perigosos e mais planos,
pegando-o pela mão e sustendo-o, ou tomando-o nos braços e carregando-o. da
mesma maneira NOSSO SENHOR cuida de cada passo dos seus filhos. Somos isso
diante de DEUS;- crianças pequenas que não acabam de aprender e andar.
Cabe-nos corresponder a essa
assistência amorosa, manifestar a nossa boa vontade, começar e recomeçar, sendo
sinceros como uma criança simples no nosso diálogo com DEUS e com o sacerdote a
quem confiamos a direção da nossa alma, lutando com o brio de uma criança
estimulada pela mãe na matéria do nosso exame particular, esse ponto bem
concreto em que nos esforçamos por alcançar vitória de uma forma especial. Os
nossos dias resumir-se-ão muitas vezes em pedir ajuda, corresponder e
agradecer.
DEUS TRATA CADA ALMA com um respeito
infinito, sem nunca forçar a sua vontade, e por isso o homem pode resistir á
graça e tornar estéril o desejo divino. De fato, ao longo do dia, talvez em
coisas pequenas, muitas vezes dizemos não a DEUS. E devemos dizer sim ao que
nos pede, e não ao nosso egoísmo, aos impulsos da soberba e da preguiça.
A resposta livre á graça de DEUS
deve dar-se no pensamento, nas palavras e nas ações. Não basta somente a fé
para cooperarmos adequadamente;- DEUS pede-nos um esforço pessoal, pede-nos
obras, iniciativas, desejos eficazes. Ainda que com sua morte na cruz, tenha merecido
para nós um tesouro infinito de bens, as graças que nos concede não nos são
concedidas todas de uma vez;- e a sua maior ou menor abundância depende de como
lhes correspondemos.
Quando estamos dispostos a dizer sim
ao SENHOR em tudo, atraímos uma verdadeira chuva de dons. A graça inunda-nos
quando somos fiéis ás suas pequenas insinuações ao longo de cada dia;- quando
vivemos o minuto heróico á hora de nos levantarmos pela manhã e procuramos que
o nosso primeiro pensamento seja para DEUS, quando nos preparamos para a SANTA
MISSA e afastamos as distrações que pretendem desviar-nos daquilo que importa,
quando oferecemos o trabalho ou não nos esquivamos a um pequeno sacrifício,
quando temos um detalhe de caridade...
Ninguém poderá dizer que foi
esquecido ou desamparado por DEUS, se faz o que está ao seu alcance, porque o
SENHOR concede o seu auxílio a todos, mesmo aos que estão fora da igreja sem
culpa própria. Mais ainda. O SENHOR, infinitamente misericordioso e paciente,
procura seguidamente, de mil modos diferentes, o regresso daquele que se foi
embora com a herança e agora se encontra numa situação lamentável.
Cada dia sai ao terraço, na
esperança de enxergar ao longe o vulto do filho que retorna, e move-lhe o
coração para que reempreenda o caminho que o trará de volta á casa paterna. E
quando encontra correspondência ás suas graças, derrama-se em ajudas e bens, e
anima a subir mais e mais.
Se, nestes momentos de oração
pessoal, percebermos que nos custa corresponder aos pequenos movimentos da
graça, sigamos este conselho;- TENS DE ENTRAR EM COLÓQUIO COM SANTA MARIA e
confiar-lhe;- Ó SENHORA, PARA VIVER O IDEAL QUE DEUS METEU NO MEU CORAÇÃO,
PRECISO VOAR...MUITO ALTO, MUITO ALTO!!!!
E perto de Maria sempre encontramos
José, seu esposo fidelíssimo, que tão bem e com tanta prontidão soube realizar
o que DEUS, através do ANJO, lhe ia manifestando. Podemos recorrer a ele ao
longo do dia, para que nos ajude a ouvir claramente a voz do ESPÍRITO SANTO em
tantos detalhes e em ocasiões tão pequenas, e para que sejamos fortes em levar
á prática essas suas sugestões.
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É bom lembrar;-
O
homem dominado pela soberba é um ladrão pior que os demais, porque não rouba
bens terrenos – mas a GLÓRIA DE DEUS. Santo Afonso Maria de Ligório.
A ajuda de Deus é absolutamente
necessária para realizarmos atos de valor sobrenatural - CARVAJAL.
O
ANÚNCIO DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR ILUMINA AS ZONAS ESCURAS DO MUNDO EM QUE
VIVEMOS. PAPA BENTO XVI.
Quem só pensa em si não tem tempo
para ser livre para os outros. FREI NEYLOR J. TONIN.
Se amar não nos custa nada,
significa que não se ama de verdade. SANTA GIANNA BERETTA MOLLA.
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