A meia idade, por volta de 35 e 45
anos de idade, constitui-se naquele ponto de mudança no qual o processo de
desenvolvimento do EU precisa transformar-se no amadurecimento do SELF. O
problema fundamental, porém, dessa transformação é que o ser humano acha que
pode lidar com as tarefas da segunda metade da vida utilizando os meios e os
princípios da primeira metade. A vida humana pode ser comparada á trajetória do
sol. De manhã ele nasce e ilumina o mundo. No meio do dia ele alcança seu ponto
mais elevado, depois começa a retrair seus raios e a se pôr. A tarde é tão
importante quanto a manhã. Mas obedece a outras regras.
Para o ser humano, reconhecer o
ponto de inflexão da curvatura de sua vida, em que ele passa á segunda metade,
significa ajustar-se a sua realidade interior, ao invés de se ajustar á
realidade externa, como na primeira metade. Ao invés de promover a expansão,
ele precisa agora promover a introversão, a redução ao essencial, o caminho
para o interior. O que a juventude encontrava e devia encontrar na vida
externa, o ser humano da tarde deve encontrar na interna. Os problemas que a
pessoa enfrenta em sua meia idade referem-se ás tarefas que ela se lhe impõe e
para as quais ela precisa adotar novas posturas;-
1-
A relativização
de sua persona. 2- a aceitação da sombra. 3- a integração de anima e animus e
4- o desenvolvimento do SELF na aceitação da morte e no encontro com Deus. A
RELATIVIZAÇÃO DA PERSONA;- na juventude, e como jovem adulto, conquistar um
lugar na vida foi algo que custou muito para a pessoa, em termos de dispêndio
de energia. A luta exigiu dela uma persona firme, que lhe permitisse afirmar-se
no mundo. Mas o fortalecimento da persona não se estendeu á repressão do
inconsciente.
Quando o inconsciente se rompe, na metade
da vida, deixa a pessoa muito insegura. Sua postura consciente entra em
colapso, ela fica desorientada, perde se equilíbrio. A perda de equilíbrio é
para Jung uma coisa útil, ela visa a criação de um novo equilíbrio, no qual o
inconsciente também passa a ter seu devido lugar.
Naturalmente
o colapso da estrutura inconsciente também pode levar a uma catástrofe. Uma
reação freqüente para se proteger dessa insegurança é o apego compulsivo á
própria PERSONA, é a identificação melancólica com o cargo, a profissão, o
título. Jung acha que a identificação com o cargo seria;- ALGO SEDUTOR, E É POR
ISSO QUE TANTOS HOMENS NÃO SÃO NADA ALÉM DA POSIÇÃO QUE LHES FOI CONFERIDA PELA
SOCIEDADE. PROCURAR UMA PERSONALIDADE POR TRÁS DESSE INVÓLUCRO SERIA INÚTIL.
POR TRÁS DE TODA ESSA APRESENTAÇÃO POMPOSA ENCONTRARÍAMOS APENAS UM HOMENZINHO
DEPLORÁVEL. POR ISSO O CARGO É TÃO SEDUTOR;- PORQUE OFERECE UMA COMPENSAÇÃO
BARATA PARA AS INSUFICIÊNCIAS PESSOAIS.
Em vez de dar atenção ás expectativas
do mundo e entrincheirar-se atrás de sua persona, a pessoa que se encontra na
meia idade tem apenas a incumbência de ouvir mais sua voz interior e
concentrar-se em desenvolver sua personalidade interior.
A
ACEITAÇÃO DA SOMBRA (O PROBLEMA DO OPOSTO) Jung vê toda a vida humana em
opostos. O consciente é o oposto do inconsciente, a luz é o oposto da sombra, o
animus da anima. A oposição é essencial para a pessoa. Ela só se torna inteira,
só desenvolve a seu self, quando não exclui os opostos, mas integra-os em si.
Na primeira metade da vida, com o fortalecimento do EU, ela enfatizou
unilateralmente o consciente. A razão criou ideais que ela perseguiu com toda a
força. Mas a todos esses ideais correspondem posturas opostas no inconsciente.
Quanto mais a pessoa tenta excluí-las, tanto mais elas retornam em seus sonhos.
Da mesma forma, aos padrões de comportamento que a pessoa vive conscientemente
correspondem posturas contrárias em seu inconsciente.
A meia idade exige que nossa atenção
volte-se aos pólos opostos, para que aceitemos nossa sombra não vivenciada e
nos relacionemos com ela. Aqui nos deparamos com dois típicos comportamentos
equivocados da meia idade;- um consiste no fato de não enxergarmos o oposto de
nossa postura consciente. Apegamo-nos aos antigos valores, permanecemos presos
a princípios, tornamo-nos um IAUDATOR TEMPORIS ACTI. Enrijecemo-nos, ficamos
petrificados, tapados. O comportamento padronizado torna-se o substituto da
transformação espiritual. Em síntese, o que nos paralisa é o modo do problema
dos opostos. Temos medo de nosso irmão misterioso e não queremos aceitá-lo.
Somente pode existir uma única verdade e uma única diretriz de ação, e ela deve
ser absoluta, senão ela não nos garantirá nenhuma proteção contra um turbilhão
que nos ameaça em todos os lugares, não só em nós mesmos.
Outra reação ao problema dos opostos
é atirarmos longe todos os valores aceitos até então. Tão logo aceitamos que
nossas convicções anteriores podem estar erradas, a inverdade na verdade, o
ódio no amor sentido até aquele momento, deixamos de lado todos os nossos
velhos ideais e tentamos continuar vivendo em oposição a nosso antigo EU.
mudanças de profissão, divórcios, trocas de religião, apostasias de todo o tipo
são sintomas dessa passagem radical ao lado contrário. Achamos que finalmente
poderemos vivenciar tudo o que reprimimos até então. Mas em vez de integrá-lo,
sucumbimos ao que não vivenciamos até aquele momento e reprimimos o já
vivenciado. Assim a repressão permanece, ela só troca o conteúdo. E com a
repressão permanece também a perturbação do equilíbrio.
Incorremos no erro de acreditar que
o valor contrário eliminou nosso valor interior. Não conseguimos reconhecer que
nenhum valor e nenhuma verdade de nossa vida podem ser simplesmente negados por
seus contrários, mas que são relativamente dependentes deles. Tudo o que é
humano é relativo, porque tudo está baseado numa oposição interna.
Portanto, a tendência de renegar os
antigos valores em prol de seus contrários é tão exagerada quanto a antiga
unilateralidade, em que, por causa dos muitos ideais, não se dava atenção ás
fantasias inconscientes que os questionavam.
Na segunda metade da vida NÃO SE
DEVE CONVERTER OS VALORES AO CONTRÁRIO, MAS MANTER OS ANTIGOS VALORES
RECONHECENDO AO MESMO TEMPO SEU CONTRÁRIO.
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Comentário
lindo demais;-
não me agrada sentir-me só teu servo,
Senhor Jesus, acostumei-me a sentir-me teu amigo, a viver com confiança em tua
casa.
A desfrutar de seus bens, a falar-te face
a face. Não obstante, descubro que é bom recordar que tu és o patrão – que este
empreendimento do Reino e da igreja é teu e eu só sou um servidor, ou uma
servidora de meu Senhor.
Livra-me, Jesus, de crer-me dono ou
dona do que é teu e ajuda-me para que tua graça me baste.
Tudo por
Jesus – nada sem Maria. Boa sorte amigos.
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