segunda-feira, 5 de junho de 2017

Existência e ação do demônio;- Carvajal.


 
 

            - o demônio existe e atua nas pessoas e na sociedade. A sua ação é misteriosa, mas real e eficaz.

            -quem é o demônio. O seu poder é limitado. Necessidade da ajuda divina para vencer.

            -Jesus Cristo é o vencedor do demônio. Confiança nele. Meios que devemos utilizar. A água benta.

 

O demônio existe. A sagrada escritura fala dele desde o primeiro até o último dos livros revelados. Na parábola do trigo e do joio, o Senhor afirma que a má semente, cuja finalidade é sufocar o trigo, foi lançada pelo inimigo. Na parábola do semeador, vem o maligno e arranca o que se tinha semeado. Alguns, inclinados a um otimismo superficial, pensam que o mal é meramente uma imperfeição incidental num mundo em contínua evolução a caminho de dias melhores. Não obstante, a história do homem sofre a influência do demônio. Podemos ver nos nossos dias manifestações de uma intensa malícia que não se explica unicamente pela ação do homem. O demônio, de forma muito diversas, causa estragos na humanidade.

Não há dúvida de que através de toda a história humana, existe uma dura batalha contra o poder das trevas, e essa batalha, iniciada nas origens do mundo, durará, como diz o Senhor, até o último dia. Pode-se, pois, dizer que o demônio provoca numerosos danos de natureza espiritual e até, indiretamente, de natureza física, tanto nos indivíduos como na sociedade.

            A ação do demônio é misteriosa, real e eficaz. Desde os primeiros séculos, os cristãos tiveram consciência dessa atividade diabólica. São Pedro prevenia os primeiros cristãos;- sede sóbrios, e vigiai. O vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Como Jesus Cristo, o poder do demônio reduziu-se consideravelmente, pois ele nos libertou de poder de satanás, graças a obra redentora de Cristo, o demônio lho permitir, consentindo no mal e afastando-se de Deus. O Senhor manifesta-se em numerosas passagens do evangelho como vencedor do demônio, livrando muitos infelizes da possessão diabólica. Nele está posta toda a nossa confiança, pois ele não permite que sejamos tentados acima das nossas forças. Portanto, ninguém peca por necessidade. Consideremos com profundidade, o que isso significa.

            O demônio é um ser pessoal, real e concreto, de natureza espiritual e invisível, que, pelo seu pecado, se afastou de Deus para sempre, porque o diabo e os outros demônios foram criados por Deus naturalmente bons;- mas eles, por si mesmos, se tornaram maus;- ele é o pai da mentira, do pecado, da discórdia, da desgraça, do ódio, do absurdo e do mal que há em toda a terra.

É a serpente astuta e invejosa que traz a morte ao mundo, que semeia o mal no coração do homem, o único inimigo que devemos temer se não estamos perto de Deus.

            Seu único fim no mundo, ao qual não renunciou, é a nossa perdição. E tentará diariamente alcançar esse fim por todos os meios ao seu alcance. Tudo começou com a rejeição de Deus e do seu reino, com a usurpação dos seus direitos soberanos, na tentativa de alterar a economia da salvação e a própria ordem de toda a criação. Encontramos um reflexo dessa atitude nas palavras do tentador aos nossos primeiros pais;- sereis como deuses.

Assim, o espírito maligno trata de transplantar para o homem a atitude de rivalidade, de insubordinação e de oposição a Deus que se converteu no motivo de toda a sua existência. O demônio é o primeiro causador do mal e dos desconcertos e rupturas que se produzem nas famílias e na sociedade. Suponhamos – diz o Cardeal Newman – que sobre as ruas de uma cidade populosa se abatia de repente uma total escuridão;- podem imaginar, sem que eu lhes descreva, o ruído e o clamor que se produziriam. Transeuntes, carruagens, caros, cavalos, todos mergulhariam no caos.

Assim é o estado do mundo. O espírito que atua sobre os filhos da incredulidade, o deus deste mundo, como diz São Paulo, cegou os olhos dos que não crêem, e eis que se vêem forçados a brigar e a discutir porque perderam o caminho;- e disputam uns com os outros, uns dizendo isto, outros aquilo, porque não enxergam.

Nas suas tentações, o demônio utiliza a fraude, já que só pode apresentar bens falsos e uma felicidade fictícia, que se converte sempre em solidão e amargura. Fora de Deus não existem, não podem existir, nem o bem nem a felicidade verdadeira. Fora de Deus só existe escuridão, vazio e a maior das tristezas. Mas o poder do demônio é limitado, e também ele está sob o domínio e a soberania de Deus, que é o único Senhor do universo.  O demônio – como também o anjo – não chega a penetrar na nossa intimidade, se nós não o queremos. Os espíritos imundos não podem conhecer a natureza dos nossos pensamentos. Só lhes é dado pressenti-los por indícios sensíveis, ou então examinando as nossas disposições, as nossas palavras ou as coisas para as quais percebem que nos inclinamos. É-lhes totalmente inacessível o que não exteriorizamos e permanece oculto nas nossas almas.

Mesmo os pensamentos que eles próprios nos sugerem, a acolhida que lhes damos, a reação que provocam em nós, nada disso o conhecem pela própria essência da alma, mas, quando muito, pelos movimentos e manifestações externas.

            O demônio não pode violentar a nossa liberdade a fim de incliná-la para o mal. É um fato certo que o demônio não pode seduzir ninguém, a não ser os que lhe prestam o consentimento da sua vontade. O Santo Cura d’Ars diz que o demônio é um grande cão acorrentado que arremete, que faz muito barulho, mas que só morde os que se aproximam dele em demasia.

No entanto, nenhum poder humano pode ser comparado ao seu, e somente o poder divino o pode vencer e somente a luz divina pode desmascarar as suas entranhas. A alma que queira vencer a potência do demônio não o poderá conseguir se oração, nem poderá entender os seus enganos sem mortificação e sem humildade.

            Os atos dos apóstolos resumem a vida de Cristo com estas palavras. Ele passou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio. E São João, referindo-se ao motivo da Encarnação, explica;- para isso veio o Filho de Deus, para desfazer as obras do demônio. Cristo é o verdadeiro vencedor do demônio;- agora será lançado fora o príncipe deste mundo, dirá Jesus Última Ceia, poucas horas antes da Paixão. Deus decide entrar na história humana de um modo novo e definitivo, enviando o seu Filho, na nossa carne, a fim de por Ele arrancar os homens do poder das trevas e de satanás.

            Não obstante, o demônio continua a deter certo poder sobre o mundo, na medida em que os homens rejeitam os frutos da redenção. Exerce o seu domínio sobre aqueles que, de uma forma ou de outra, se entregam voluntariamente a ele, preferindo o reino das trevas ao reino da graça. Por isso não nos devemos surpreender se tantas trevas vemos triunfar o mal e ser lesada a justiça. Deve dar-nos uma grande confiança saber que o Senhor nos deixou muitos meios para vencer e para viver no mundo com a paz e a alegria de um bom cristão. Entre esses meios contam-se a oração, a mortificação, a freqüente recepção da sagrada eucaristia e a confissão, bem como o amor á Virgem Maria. Com Nossa Senhora caminhamos sempre seguros.

            O uso da água benta é também uma proteção eficaz contra a ação do demônio. Perguntas-me porque te recomendo sempre, com tanto empenho, o uso diário da água benta. Podia dar-te muitas razões. Bastará, com certeza, esta da Santa de Ávila;- de nenhuma coisa fogem tanto os demônios, para não voltar, como da água benta. João Paulo ii exorta-nos a rezar com plena consciência as palavras que dizemos no último pedido do Pai Nosso;- não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, do maligno.

            Fazei, Ó Senhor, que não cedamos ante a infidelidade a que nos induz aquele que foi infiel desde o começo. O nosso esforço por viver melhor nestes dias é a fidelidade aquilo que sabemos que Deus nos pede é a melhor manifestação de que, não servirei ao demônio, queremos opor o nosso serviam pessoal;- EU TE SERVIREI, SENHOR.

 

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Vamos refletir?

            As tentações que nos espreitam dia após dia têm uma dimensão cognitiva muito importante. Antes de cair na tentação, modifica-se de alguma maneira nossa forma de perceber e interpretar a realidade;-

            Deixamos de ver as coisas como Deus as vê e passamos a lê-las e a interpretá-las como o faz qualquer ser humano, inclusive teu melhor amigo, como Pedro a Jesus, pode afastar-te de ver as coisas como Deus as vê.     É preciso habituar-se mais ao discernimento.   Palavra e vida 2017; editora ave Maria. -------------------------------------------------------------------

Deus não é como a internet, na qual com um clique se acessa tudo.a esta mulher do evangelho de marcos 7, 24-30, antes de conceder-lhe a cura da sua filha, ele a submete á prova, não só para que ela saiba o que traz dentro do seu coração, mas também para que, como diz São Paulo, a provação gere nela e a paciência desenvolva nela uma virtude forte.

            Jesus permite que essa mulher experimente a humilhação, como tantas  vezes sucede a ti, porque só depois da provação teu coração estará preparado para receber o que Deus te quer proporcionar. Palavra e vida 2017. Ave Maria.

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