-o Senhor sempre ouve os que recorrem
a ELE.
-confiança em Deus.
-as ocasiões em Deus parece
manter-se em silêncio.
Ao
longo de todo o evangelho, vemos Jesus comportar-se com naturalidade e
simplicidade. Não tem gestos clamorosos nem os procura naqueles que o seguem.
Realiza os milagres sem fazer barulho, na medida em que lhe é possível. As
pessoas que cura, recomenda-lhes que não andem apregoando as graças que
recebem. Ensina que o reino de Deus não vem ostensivamente, e mostra a força
misteriosa das suas palavras mediante as parábolas do grão de mostarda e do
fermento. Vemo-lo também escutar silenciosamente os pedidos de ajuda, e depois
atendê-los com simplicidade. O silêncio de Jesus durante o processo de Herodes
e de Pilatos transpira uma sublime grandeza. Vemo-lo de pé, sem abrir a boca,
diante de uma multidão vociferante, enfurecida, que se serve de falsos
testemunhos para tergiversar as suas palavras. O seu silêncio impressiona-nos
especialmente pelo contraste com o redemoinho que as paixões humanas agitam.
Silêncio de Jesus, que não é indiferença nem desprezo por umas criaturas que o
ofendem;- está cheio de piedade e perdão. Jesus Cristo sempre espera a nossa
conversão. O SENHOR SABE ESPERAR! Tem mais paciência do que nós. O silêncio na
cruz não é uma pausa que se faz para armazenar ira e depois condenar. Quem está
na cruz é Deus, que perdoa sempre. Ele abre de par em par o caminho de uma nova
e definitiva era de misericórdia. Deus escuta sempre os que o seguem, ainda que
uma vez por outra pareça que se cala, que não nos quer ouvir. Observa sempre as
fraquezas dos homens, mas para perdoar, para levantar e ajudar. Se numa ou
noutra situação permanece calado, é para que a nossa fé, a nossa esperança e o
nosso amor amadureçam.
Contemplamos Jesus que, cansado
depois de um dia de intensa pregação, sobe com os seus discípulos a uma barca
para passar á outra margem do lago. Quando já navegavam havia um bom tempo,
desencadeou-se uma tempestade tão grande que as ondas cobriam o barco.
Entretanto, o Senhor, extenuado pela fadiga, adormeceu. Estava tão cansado que
nem sequer os fortes balanços o acordaram. É a única passagem do evangelho que
nos mostra Jesus dormindo, Jesus parece estar ausente. Os apóstolos, na maioria
homens afeitos ao mar, perceberam imediatamente que os seus esforços não eram
suficientes para manter o barco no rumo certo e compreenderam que as suas vidas
corriam perigo. Aproximaram-se então de Jesus e despertaram-no dizendo;-
SENHOR, SALVA-NOS, QUE PERECEMOS! Jesus tranquilizou-os;- PORQUE TEMEIS, HOMENS
DE POUCA FÉ? Foi como se lhes dissesse;- eu estou convosco, e que isso vos deve
dar uma firmeza sem limites no meio das dificuldades? E levantando-se, imperou
aos ventos e ao mar, e sobreveio uma grande bonança. Os discípulos encheram-se
de assombro, de paz e de alegria. Verificaram uma vez mais que estar com Cristo
é caminhar seguro, ainda que ele guarde silêncio. E disseram;- QUEM É ESTE A
QUEM ATÉ OS VENTOS E O MAR OBEDECEM? ERA O SEU SENHOR E O SEU DEUS.
Quando, tempos depois, o Espírito
Santo foi enviado ás suas almas no dia de Pentecostes, compreenderam que teriam
que viver em águas frequentemente agitadas e que Jesus estaria sempre na sua
barca, a igreja, aparentemente dormindo e silenciosa, mas sempre acolhedor e
poderoso, nunca ausente;- compreenderam-no quando, nos começos da sua pregação
apostólica, se viram assediados pelas perseguições e sentiram a chicotada da
incompreensão da sociedade pagã em que desenvolviam a sua atividade. Não
obstante, o mestre confortava-os, mantinha-os á superfície e impelia-os a novos
empreendimentos. E agora faz o mesmo conosco. O sono de Jesus, enquanto os seus
discípulos se sentiam perdidos no meio da tempestade, enquanto lutavam com
todas as suas forças, foi comparado frequentemente a esse silêncio de Deus em
que parece, por vezes, que ele está ausente e despreocupado das dificuldades
dos homens e da igreja.
Em situações semelhantes, quando a
tempestade desaba sobre nós, quando os nossos esforços parecem inúteis, devemos
seguir o exemplo dos apóstolos e recorrer a Jesus, com toda a confiança;-
SENHOR, SALVA-NOS, QUE PERECEMOS! E ele nos dirá;- PORQUE TEMEIS, HOMENS DE
POUCA FÉ? PORQUE TEMEIS, SE EU ESTOU CONVOSCO? Ele é a verdadeira segurança.
Basta estar com ele na barca, ao alcance do seu olhar, para vencer os medos e
as dificuldades, os momentos de escuridão e de angústia, as provas, as
incompreensões e as tentações. A insegurança aparece quando a fé se debilita;-
e com a debilidade vem a desconfiança;- podemos então esquecer-nos de que,
quando a dificuldade é maior, mais poderosa se manifesta a ajuda do Senhor.
Jesus quer ver-nos com paz e
serenidade em todos os momentos e circunstâncias. NÃO TEMAIS, SOU EU, DIZ AOS
DISCÍPULOS ATEMORIZADOS. E EM OUTRA OCASIÃO;- A VÓS, MEUS AMIGOS, DIGO-VOS;-
NÃO TEMAIS...- já no momento em que entrou no mundo mostrou como seria a sua
presença entre os homens. A mensagem da encarnação começa precisamente com
estas palavras;- NÃO TEMAS MARIA. E O ANJO DO SENHOR DIRÁ TAMBÉM A SÃO JOSÉ;-
JOSÉ, FILHO DE DAVI, NÃO TEMAS;- E REPETIRÁ AOS PASTORES;- NÃO TENHAIS MEDO.
Não podemos andar atemorizados por coisa nenhuma. O PRÓPRIO SANTO TEMOR DE DEUS
É UMA FORMA DE AMOR – É TEMOR DE PERDER O SENHA plena confiança em Deus,
acompanhada dos meios humanos que seja necessário utilizar em cada situação, dá
ao cristão uma singular fortaleza e uma especial serenidade em face dos
acontecimentos e das tribulações. A consideração frequente, ao longo de cada
jornada, da nossa filiação divina faz com que nos dirijamos a Deus, não como se
fosse um ser longínquo, indiferente e frio que permanece em silêncio, mas como
um pai atento aos seus filhos. Vemo-lo como o amigo que nunca falha e que está
sempre disposto a ajudar-nos ...e a perdoar-nos se for preciso. Junto dele, compreendemos
que todas as tribulações e dificuldades se transformam num bem, se sabemos aceitá-las
com fé, se não nos separamos dele. Bem aventuradas desventuras da terra! POBREZA,
LÁGRIMAS, ÓDIOS, INJUSTIÇAS, DESONRA...- tudo poderás NAQUELE QUE TE
CONFORTARÁ. E santa Teresa, com a experiência segura dos santos, deixou-nos
escrito;- SE TENDES CONFIANÇA NELE E ÂNIMOS ANIMOSOS – PORQUE SUA MAJESTADE É
MUITO AMIGO DISTO- NÃO TENHAIS MEDO DE QUE VOS VENHA A FALTAR COISA ALGUMA. O
SENHOR VELA PELOS SEUS, AINDA QUE PAREÇA DORMIR.
Alguns cristãos que parecem seguir o
Senhor quando tudo corre de acordo com os seus desejos, afastam-se da sua
presença quando mais precisam dele;- na doença de um filho, do marido, da
esposa, do irmão, quando passam por um aperto financeiro, quando são atingidos
pela calúnia e pela difamação e os amigos lhes dão as costas;- ou quando, na
própria vida interior- certamente como uma graça muito particular de Deus, que
purifica as intenções e o coração;- lhes desaparece o gosto com que em outros
momentos rezavam, comungavam e se empenhavam na ação apostólica. Pensam que
Deus não os ouve ou se mantém em silêncio, como se ele fosse neutro ou
indiferente em face das nossas coisas. É precisamente esse o momento de dizer a
Jesus com mais força;- SENHOR, AJUDA-NOS, QUE PERECEMOS! O Senhor nunca deixa
de ouvir-nos. O que espera talvez é que rezemos com mais intensidade e retidão.
Em qualquer tribulação, nas dificuldades e tentações, devemos recorrer
imediatamente a ele. – PROCURAI O ROSTO DAQUELE QUE HABITA SEMPRE – COM UMA
PRESENÇA REAL E CORPORAL – NA SUA IGREJA. Fazei, pelo menos, o que fizeram os
discípulos. Tinham somente uma fé débil, não tinham uma grande confiança nem
paz, mas pelo menos não se separaram de Cristo. Não vos defendais dele, antes,
quando estiverdes em apuros, recorrei a ele, dia após dia, pedindo-lhe
fervorosamente e com perseverança aqueles favores que só ele pode conceder. E
assim como, nesta ocasião que os evangelhos nos narram, ele censurou os
apóstolos por terem pouca fé, mas fez o que lhe tinham pedido, do mesmo modo,
embora observe em vós tanta falta de firmeza – que não devia existir,
dignar-se-á imperar aos ventos e ao mar e dirá;- PAZ, TRANQUILIZAI-VOS. E
FAR-SE-Á UMA GRANDE BONANÇA.
Com esta nova paz que o senhor deixa
nos nossos corações, travaremos com confiança essas batalhas de paz queridas ou
permitidas por ele – as externas e as da alma, aceitaremos com alegria e
contradição que purifica e ficaremos mais unidos a ele. Também não podemos
esquecer nessas circunstâncias que o Senhor colocou um Anjo ao nosso lado para
que nos guarde, nos ajude e faça chegar mais facilmente as nossas orações a
Deus. QUANDO TIVERES ALGUMA NECESSIDADE, ALGUMA CONTRADIÇÃO – PEQUENA OU GRANDE
– INVOCA O TEU ANJO DA GUARDA, PARA QUE A RESOLVA OU TE PRESTE O SERVIÇO DE QUE
ESTEJAS PRECISANDO.
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